O destino de Kiara. - III Borelli.

24 • Conexões misteriosas

A estádia de Andras Cartellieri no México durou menos do que havia planejado. Com a saída de Kiara do país, pôde dar continuidade aos seus planos, e com Derian Arlin ao seu lado, o arrastou pela cidade. Foram a antigos lugares que pertenceram aos Martín; casas, bares, boates e etc. Encontraram-se com cada pessoa que um dia chegou a ter contato com eles. Usando da sua forte influência, reuniu várias informações importantes que o levaram para mais perto de descobrir a verdadeira identidade da tão famosa incubadora. Diferente dele, que soava extremamente otimista e entusiasmado, Derian não parecia tão contente.

Quanto mais descobriam, mais tinha certeza das suas dúvidas. A "incubadora" estava mais perto do que Andras poderia imaginar, e revelar a identidade dela não fazia parte dos planos de Derian.

Após alguns dias, Andras recebeu uma ligação de um número desconhecido, algo que despertou certa desconfiança no homem. Estavam no avião, preparados para voar à Suíça.

Levou o aparelho ao ouvido, sendo observado atentamente por Vicenzo e Alexia, que estavam sentados nas poltronas a sua frente. Conversavam sobre o que fariam quando chegassem na Suíça.

— Sim?

— Sou eu...

A voz baixa e singela o causou - por alguns segundos - uma curta paralisação. Propositalmente direcionou o olhar a Derian, que continha os olhos fechados.

— Você não deveria estar me ligando. — comentou, desconfiado. Ouviu seus soluços. — Aonde você está?

— E-les... estão comigo.

— Quem são "eles"?

Mais soluços. A sua frente, discretamente, Vicenzo fazia perguntas, curioso em saber quem era na ligação.

— Eu não sei. Eles disseram que vão me matar se você não vier.

Sorriu. Não pôde deixar de pensar na sua última conversa com Alexia, onde se questionou que tipo de pessoa era capaz de se sacrificar. Ele com certeza não era uma dessas pessoas.

— Ligue para o seu pai. Ele vai te ajudar. — preparou-se para encerrar a chamada, mas o grito agudo de Kiara ecoou em seus ouvidos, tão alto e nítido que causou zumbidos, o fazendo fechar os olhos. Trincou o maxilar, e cerrou o punho sob seu colo. — Ligou para a pessoa errada, pequena Kiara.

— Eles vão me matar!

Respirou fundo.

— Eu vou ao seu velório. Boa sorte.

— Por favor...

— Você sabe, eu odeio que peçam por favor.

E sem mais delongas, encerrou a chamada.

Por algum tempo encarou o aparelho celular em sua mão, assimilando o que havia acabado de acontecer. Parou para pensar no que poderia estar acontecendo, mesmo que fosse verdade e ela tivesse sido levada por alguém, não deveria ser ele a primeira pessoa que ela ligaria. Tratou daquilo como se fosse uma tentativa de uma armadilha bem mal sucedida.

— Quem era? — Vicenzo questionou com as sobrancelhas unidas. Andras respirou fundo, ainda assimilando tudo.

— Você se certificou de que a Kiara chegou na Itália?

Assentiu.

— Meu contato garantiu que ela saiu do México.

— Mas você por acaso sabe se ela já está na mansão Borelli?

Vicenzo trocou um olhar confuso com Alexia, que deu de ombros, tão absorta quanto ele.

— Você não disse que queria ser informado sobre isso.