Em frente ao alto portão de ferro feito com barras de aço, observou a entrada da propriedade, que carregava consigo centenas de mortes. Diferente do que imaginou, não aparentava estar abandonada. Desconfiou do estado que se encontrava, dos muros de concretos pintados de cor creme. As luzes acesas, apesar de ser dia. Trocou um olhar rápido com Aidan, que ligeiramente constatou irregularidades. Também não entendeu como um lugar que foi abandonado por duas décadas podia estar em perfeito estado.
— O que sua mãe disse sobre isso? Ela sabe o que aconteceu com esse lugar depois que foi embora? — questionou. Tentava olhar para dentro da propriedade através da brecha no portão. Avistou a casa, o jardim, o xafaris e carros. Havia movimentação ao lado de dentro. — Há alguém aí. Quem é o dono?
— O lugar deveria estar vazio. — comentou, desconfiado. — Segundo ela, esse lugar foi totalmente destruído com a queda dos Martín.
— Parece que ela se enganou. — Asya replicou, se pronunciando. Não fazia ideia de onde estava ou dos motivos para estar ali, ainda assim se intrometeu. Como jornalista investigativa, não dava pra evitar e muito menos disfarçar a curiosidade por trás daquele suspense. — O que é esse lugar? Você morou aqui?
Derian a ignorou quando o portão se abriu, e um homem vestido num macacão, surgiu pelo menos. Empurrava um carrinho de mão com utensílios de jardinagem.
— Com licença. Poderia nos dar uma informação?
Desconfiado, olhou de Derian para Aidan, reconhecendo o sotaque estrangeiro.
— O que gostariam de saber?
— Há pessoas morando aqui? — o homem olhou para o portão, afirmando. — Pode me dizer quem é o dono?
Arqueou um lado das sobrancelhas, erguendo o carrinho e fazendo menção de seguir seu caminho. Aidan o impediu, segurando firmemente um lado do carrinho.
— Responda.
— Não tenho autorização para dar esse tipo de informação. Sinto muito não poder ajudar...
— Diga apenas se o dono se encontra. — pediu, pondo-se a frente do carrinho. O homem o fitou intensamente, aparentemente relutante em contar. Não havia medo no olhar, embora soasse pressionado e ansioso.
— Sim, ele está. Agora, se me dão licença, preciso ir.
Antes que Derian tornasse a falar, rapidamente o homem empurrou o carrinho e andou ligeiramente pela calçada. Aidan e ele se entreolharam, comunicando-se em silêncio, buscando por uma solução. Precisavam entrar na casa mas sem chamar atenção.
— Vamos esperar anoitecer. Ligarei para o Durak e pedirei que verifique os dados do proprietário.
Concordou.
— Vamos para o hotel. — disse, e ao procurar por Asya, prendeu a respiração. A garota pressionava freneticamente o botão na parede ao lado do portão, falando pelo interfone. — O que você está fazendo?!
— Não viemos ver o lugar? Estou falando com o dono. — respondeu naturalmente, dando de ombros. Forçou um sorriso maroto quando o portão se abriu. — Não precisam me agradecer.
— Sua... — Asya correu para dentro da casa, ignorando solenemente os xingamentos de Derian. Ele e Aidan hesitaram, pensando seriamente na péssima ideia que era adentrar no lugar. Mas ao ver que Asya já havia feito, não tiveram outra opção se não segui-la. — Ela ainda vai me dar muita dor de cabeça.
— Fiquei em alerta com ela. Há algo nela que me faz lembrar alguém, só ainda não sei quem. Mas se tenho essa sensação, significa que o restante também tem. — observou.
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O destino de Kiara. - III Borelli.
Mystery / ThrillerEm um mundo onde a influência e o dinheiro é poder, Kiara Borelli se vê no fim da linha quando seu destino se cruza com o tão temível Andras Cartellieri; um homem sem escrúpulos e diversas faces, cujo objetivo é desencadear e aflorar a obscuridade q...