27 • A incubadora e sua origem

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Quase uma semana após o ataque, Andras recebeu uma curiosa ligação de Heron Borelli, que marcou um encontro entre os dois. Pensou em recusar já que ainda era cedo demais para ir adiante com seus objetivos, mas o fato de estar sendo constantemente perseguido pela polícia italiana, fez com que acelerasse seus planos. O encontro fora marcado na mansão Borelli, já que Andras se recusava a permitir a entrada de outro Borelli na sua casa.

Estavam a caminho da mansão. Derian ao seu lado, juntamente com Vicenzo e Alexia. Kiara e Asya os acompanhavam em outro carro, sendo dirigido por Gianluca. 

— Obrigada por deixar a Kiara vim. Ela nunca esteve mais de duas semanas longe de casa, com certeza deve estar morrendo de saudades.

Andras verificava alguns e-mails no celular. Não deu muita importância a fala de Derian, que não levou isso para o lado pessoal. Já estava mais do que acostumado com a frieza do homem. E após tudo o que descobriu, também não podia juga-lo por ser como era.

— Vou voltar à Suíça hoje. — informou de repente, para a surpresa de todos. Vicenzo o analisou através do retrovisor, esperando por ordens. — Você, Kiara e a garota podem continuar na Itália. Não me importo.

— Por que?

O olhou pela primeira vez desde que entraram no carro, confuso com a pergunta.

— Está me perguntando o por quê ficarão na Itália, na casa de vocês?

Derian deu de ombros ao desviar o olhar para Alexia, que não soava interessada no assunto. Parecia concentrada no aparelho celular, digitando freneticamente.

— É só que você fez tanta questão de nos manter por perto... Eu só achei que...

— Eram úteis? — sorriu, sarcástico. — Não preciso mais de vocês. Já descobri o que queria.

Instantaneamente franziu o cenho, sendo pego de surpreso. Se isso significasse que havia descoberto quem era a incubadora, então significaria que Asya não estava mais segura. Temeu pergunta-lo sobre aquilo, mas não dava pra simplesmente ignorar.

— V-você... já sabe quem é a incubadora?

Andras direcionou o olhar a entrada da mansão Borelli. O novo lar era tão espetacular quanto o antigo. O belíssimo jardim camuflava toda a podridão que aquele lugar exalava.

— Eu não te mantive do meu lado por causa disso. Não preciso de você para descobrir quem é a incubadora ou para destruir os Borelli. — respondeu cautelosamente. Alexia abriu a porta para que saísse, mas antes que o fizesse, tornou a olhá-lo, percebendo certa decepção no semblante. — Só há três pessoas que sabem qual é a identidade da incubadora. Dois estão mortos, mais ainda resta alguém.

— Descobriu quem é essa pessoa?

Assentiu, ciente da informação.

— Por isso não preciso mais de vocês.

Ao dizer isso, saiu do carro, sendo recebido pelos homens de Heron, que o guiaram para dentro da mansão. Fora seguido pelo restante, mas manteve-se sério e cauteloso, sem transparecer desconfiança quanto aquele encontro. Ao entrar no escritório de Heron, imediatamente o avistou sentado na cadeira atrás da mesa, verificando alguns papéis sobre a mesa.

— Tenho que dizer que é uma bela propriedade. — comentou ao ir às janelas, observando o mar no horizonte que cercava a mansão. A pedido de Heron, foram deixados a sós. O mesmo largou os papéis de lado e levantou, se aproximando, passando a olhar a paisagem, concordando.

— Aceita uma bebida?

— Se não estiver envenenada, sim.

Naturalmente riu, divertindo-se com o humor ácido de Cartellieri. Eram poucos os homens que conhecia que possuíam capacidade de ser tão cínico e sincero na mesma proporção.

O destino de Kiara. - III Borelli.Onde histórias criam vida. Descubra agora