13 • Inimigo ou aliado?

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A volta de Andras Carterrieri trouxe consigo - novamente - a fúria da família Borelli. O alvoroço que se formou na sala de estar ao se reunirem para ouvirem a notícia, despertou reações diversas. Petrus foi o primeiro a ir contra a decisão do irmão, deixando claro sua opinião quanto a isso. Conhecia os riscos que corriam ao ter o homem por perto. Temia que isso afetasse de maneira catastrófica o relacionamento entre eles. Inesperadamente Kiara posicionou-se, roubando a atenção pra si.

— É uma boa oportunidade para descobrir o que ele está tramando. — disse, em pé em frente as vidraças. Olhou de soslaio para Kênia, que se menteve neutra. — É óbvio que o interesse dele - em particular - na sua candidatura não é para vê-lo vencer.

— Andras nunca brigou com os fracos. — Kênia replicou, levando o olhar ao marido. — É fácil ver suas intenções. Ele está te levando ao topo para poder te derrubar.

— Eu já estou no topo. Se essa fosse a razão... Ele já deveria ter me derrubado. — retrucou. A risada baixa de Ravena atraiu atenção.

— Qual é a graça? — Petrus perguntou, curioso. Heron a observou de escanteio, sabendo exatamente o que se passava na sua cabeça. A conhecia o suficiente para decifra-la.

— Você já sabe as intenções dele. — Heron concluiu. — Diga a eles.

A mulher concordou enquanto se posicionava no centro do cômodo, passando o olhar por cada um.

— Vocês tratam o Andras como um enigma indecifrável, mas se prestarem atenção, tudo o que ele faz é raso e claro. — começou, dando uma pausa para focar em Rico. — Por duas décadas Andras nunca veio a Itália. Mas... na primeira vez, o que aconteceu?

— Kai morreu... — Petrus respondeu, semicerrando os olhos ao pensar.

— Na segunda vez, meu filho foi sequestrado. O que há em comum em cada vinda dele? — indagou à todos.

— Sempre que ele está aqui algo suspeito acontece. — Kiara finalizou. Ergueu o olhar para a cunhada. — Isso significa que algo ruim acontecerá.

— Me fale mais sobre ele. — o pedido inesperado veio de Derian, que entrou no cômodo ao chegar na mansão. O pai o olhou, surpreso por ele estar de volta. O analisou rapidamente enquanto ponderava seu pedido, automaticamente recordando-se do encontro que teve com Andras.

— Não há nada para falar.

Derian rolou os olhos.

— Eu não durmo há dois dias desde o momento em que ele me disse para perguntar a você o que aconteceu no passado. Me faça entender o que ele tem haver com os Martín, e qual é a relação dele com a nossa família.

Kênia fitou o marido.

— Do que ele está falando?

— Me faça entender como ele pode ser o dono daquela casa e... por que ele sabe o que aconteceu quando eles morreram.

— Andras não pode ter estado lá àquele dia. Eu saberia. Eu teria visto. — Kênia rebateu, nervosa. Encarou Rico, notando sua hesitação em afirmar. — Ele não estava lá, não é? Diga algo! RESPONDA!

— Ele estava.

Heron franziu o cenho, ligando os pontos dos fatos que já conhecia.

— Você me disse que a mãe dele foi amante do seu pai... Por acaso ele é...?

Rico riu.

— Não. Assim como você... — fitou a esposa. — Ele também foi uma vítima daquele ataque.

O destino de Kiara. - III Borelli.Onde histórias criam vida. Descubra agora