47 • Algo maior

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Rico Borelli e Andras Cartellieri seguiram caminhos opostos ao chegarem a um acordo que beneficiaria ambas famílias. Deixaram o orgulho e desavenças de lado e apertaram as mãos, decidindo o futuro que gostariam de ter para seus filhos. Agora, Rico não era mais o único lutando para proteger os que ama, e também, não era mais o único correndo contra o tempo para garantir um futuro próspero.

Era de manhã quando retornou à mansão Borelli. Uma fileira de empregados o esperava na entrada, assim como Petrus e Heron. Ambos os homens pareciam ansiosos pela chegada de Rico, e ele já previa as perguntas que receberia ao sair do carro. Havia os informado sobre seu encontro com Andras, mas não sobre o fim. Provavelmente estavam sedentos por informações.

— Você demorou! Nem dormi a noite de tão preocup...

Heron riu, interrompendo o tio.

— De tão curioso, você quer dizer, não é?

Também. — confessou, risonho. — E então, há uma explicação menos óbvia para ele ter se encontrado com você, e para Kiara está aqui? Ela ainda não contou por que voltou. Também não perguntamos nada.

Rico assentiu com a cabeça, concordando com a atitude. Não era um bom momento para pressiona-la a falar sobre um assunto tão delicado. Após sua conversa esclarecedora com Andras, pensou muito sobre como contar ao restante da família o que havia descoberto.

— Vocês fizeram bem. Vamos com calma. Aonde ela está?

Heron estranhou a calmaria do pai.

— Sobre o que conversaram?

— Vamos entrar. Aqui não é o lugar adequado para conversar. E está frio.

Concordaram, dando passagem para que Rico prosseguisse na frente. O seguiram logo atrás enquanto se direcionavam à escadaria, entrando na mansão, encontrando outra fileira de funcionários. Por ser de manhã, estavam todos agitados perambulando pela casa, arrumando os cômodos e os preparando para a chegada da família Borelli.

Os três homens se dirigiram ao escritório de Rico, onde o mesmo os contou - detalhadamente - tudo o que conversou com Andras. A cada nova informação, uma reação. Como pai de Kiara, iria protegê-la - não a pedido de Andras - mas sim como sua única filha. Se redimiria por todas as vezes que a jogou para os leões e a deixou em segundo plano; por todas as vezes que a colocou em perigo e desacreditou em seu potencial. Se fosse preciso, por ela, explodiria um país.

— Está me dizendo que Andras Cartellieri se dispôs à retornar a Itália e trazer Kiara de volta depois de casar com ela e descobrir que será pai? — Heron perguntou, ainda assimilando todas as bombas jogadas de uma só vez.

— Você esqueceu de mencionar a parte em que Kiara se tornou oficialmente sua sucessora. — Petrus enfatizou. Assim como o irmão e o sobrinho, Petrus estava extasiado com a notícia, embora senti-se retraído. — Um herdeiro, Heron. Uma criança que ainda nem nasceu já é herdeiro de uma organização poderosa.

— Não vou lhe dar os parabéns e dizer que se saiu bem como pai. Mas devo admitir que estou impressionado, papai.

Petrus concordou, tão afetado quanto Heron.

Petrus lembrava-se claramente do dia que descobriu sobre a existência de Derian Borelli. Naquele dia, ele pressentiu que sua existência os traria muito poder e influência em todo o mundo, que o simples fato de compartilhar o sangue de duas poderosas famílias, já era um bom motivo para apostar todas as suas fichas neles, pois havia um sucessor a altura. Mas agora, ao ouvir sobre a gravidez de Kiara, suas expectativas são superadas.

— Também devo dizer que estou impressionado. Quando Derian apareceu, achei que nunca poderia existir uma pessoa com tanta sorte por ser herdeiro de duas grandes famílias. Mas agora... isso não chega nem perto. É muito maior. Uma pessoa compartilhará o sangue dos Borelli e Cartellieri. — proferiu. Olhou de Heron para Rico. — O único herdeiro dele. E a mãe é uma Borelli! O destino é realmente algo, não é?

O destino de Kiara. - III Borelli.Onde histórias criam vida. Descubra agora