A família Borelli, por muito tempo, esteve acostumada a ganhar e a sempre se manter no topo. Embora houvessem momentos de perdas, havia mais os de glória. Mas os pecados deixados para trás, marcados no passado, estavam vindo ao presente para cobrar o preço e trazia consigo fortes consequências. Os planos de Rico Borelli não vinham funcionando como o planejado, o filho havia mantido a palavra de não procurar Andras e salvar Derian sozinho. Ordenou um ataque à polícia a luz do dia, não pensou muito no que iriam dizer ou se iriam causar confusão. Pediu a Aidan que reunissem os melhores mercenários na sala de vidro.
— Evitem matar policiais. Não queremos mais problemas. — Aidan alertou, preocupado com o plano. Não estava tão confiante. Durak analisou a planta da delegacia sobre a mesa de vidro, mentalmente calculando as rotas de fuga. Existia 98% de chances do plano dar errado.
— Eles não arriscariam deixar Derian numa sala qualquer e acessível, provavelmente está nessa parte aqui, é uma área mais isolada e não há tanto acesso. — observou ao passar o dedo sobre a planta. Ergueu o olhar ao chefe. — Será questão de segundos para o lugar estar cercado, entraremos com facilidade, mas não sairemos de lá. Temos que considerar também a possibilidade disso ser uma armadilha e o Derian ser a isca.
— Não é a primeira vez que invadem uma delegacia! Qual é a diferença agora? — Heron questionou. Sorrateiramente olhou o pai, que nitidamente discordava de tudo. — Se tem uma ideia melhor, diga agora. Fazer beicinho não vai ajudar em nada. Você nos colocou nessa situação!
Rico passou o polegar sobre os lábios, os mordiscando em seguida, naturalmente um sorriso maquiavélico surgiu. Semicerrou os olhos e encarou o filho por algum tempo, pensando seriamente se deveria dar continuidade ao seu plano.
— Já que não podemos entrar na delegacia por causa dos policiais, então vamos tirá-los de lá. Participarei de uma carreata por conta da minha candidatura ao senado, no meio do caminho sofreremos um ataque e toda a polícia da Itália virá nos ''salvar''. Enquanto isso podem entrar na delegacia e tirar o Derian.
— Não há garantias de que a policia toda irá ir te socorrer quando são eles os que mais querem te ver morto. — rebateu o filho, revirando os olhos. Respirou profundamente ao analisar o mapa na mesa. — Temos que nos fazer a grande pergunta agora. Por que o Derian?
— Embora Derian não esteja a frente dos negócios e nem participe diretamente, ele é umas das poucas pessoas que podem afetar o Enrico e a Kênia, ou seja, a pessoa perfeita para usarem para atraírem os dois. — respondeu Durak. — Por isso, aposto meus rins que eles esperam que a gente ataque a delegacia. Se fizermos isso, estaremos dando provas suficientes para virem atrás de nós.
— Durak tem razão, atacar a delegacia é uma passíssima ideia. — Aidan replicou ao acessar as câmeras de seguranças da delegacia. Notou que tudo parecia muito normal para um dia em que haviam pego o filho de Enrico Borelli. — Estão provavelmente esperando por nós. Tenho uma ideia melhor que poderá matar dois coelhos numa cajada só.
— Que seria? — questionou Rico, interessado na ideia.
— Fazer o que eles menos esperam que a gente faça: usar as leis. — murmurou com um sorriso maquiavélico, causando confusão ao redor. Aidan revirou os olhos. — Estão tão acostumados a usar força bruta que já esqueceram como usar as leis?
— Vá direto ao ponto! — exclamou Heron.
— Lembram quando Kênia foi presa e o Kai apareceu na delegacia como advogado dela para tirá-la de lá? Na época vocês com certeza acharam suicida o que ele fez, mas se pensarem como cidadãos normais e não apenas como criminosos, essa foi a maneira certa de agir.
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O destino de Kiara. - III Borelli.
Misterio / SuspensoEm um mundo onde a influência e o dinheiro é poder, Kiara Borelli se vê no fim da linha quando seu destino se cruza com o tão temível Andras Cartellieri; um homem sem escrúpulos e diversas faces, cujo objetivo é desencadear e aflorar a obscuridade q...