06

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- Graças a Deus você chegou! - sou recebida com um abraço por May.

Anna May e eu estudamos juntas na escola, e por sorte conseguimos emprego no mesmo lugar. Ela ficava no balcão e eu nas mesas atendendo as pessoas.

- Chegou a muito tempo? - perguntei para a morena enquanto colocava meu avental.

- Não muito, mas mesmo assim é um saco ficar aqui sozinha - a garota diz e eu dou um riso de leve.

A lanchonete estava vazia ainda, então fui olhar na porta e vi que ainda estava com a placa "fechado" virada para a rua.

- Tinha que ser né - digo indo até a porta, virando a placa.

- Que foi? Eu tô nervosa! - a morena diz olhando pra mim.

- Ah é? E porque?

- Thomas disse que quer conversar, e parecia ser sério pela forma que ele falou.

- Quer terminar - falo abrindo o caixa.

- Não me deixa mais paranóica Emy, você sabe como eu sou com essas coisas.Eu quase não dormir essa noite.

Como alguém poderia ficar assim por causa de outra pessoa? Não tá dando certo, cada um segue sua vida e deu. Não tem porque ficar forçando algo que todos sabemos que vai machucar ambos no final.

- Eu já disse o que acho desse seu relacionamento. Não vou interferir ou dar mais minha opinião em nada. Nunca estive em um, portanto não sei como agiria se fosse comigo.

- Mas você me entende, moranguinho você é a minha conselheira nesses momentos.

Moranguinho era como May me chamava desde o fundamental. Ela me deu esse apelido porque eu sempre levava morangos de lanche, porque era minha fruta favorita.

- Eu sei amiga, mas você não quero que dê algo no seu relacionamento por minha causa. Agora se você quer saber o que eu acho melhor...acho que vocês deveriam realmente conversar. Já estão bem grandinhos para saberem o que querem pra vida de vocês. Só não resolvam nada de cabeça quente, sabemos o que aconteceu da última vez - falo olhando para agora e logo percebo que o primeiro cliente do dia acabara de entrar na lanchonete.

- Bom dia! O que gostaria? - falo indo até ele, que agora estava sentado em uma mesa próxima da parede.

- Um café expresso, pra levar por favor - o homem de cabelos grisalhos diz enquanto limpa seu óculos na camiseta.

- Certo - respondo adentrando à cozinha e indo até a cafeteria. Café com toda certeza era uma das minhas bebidas favoritas. Só o cheirinho que vinha da máquina já tava a sensação de tarde chuvosa e de tranquilidade. Eu amava aquilo.

O homem paga e sai. Foi assim o primeiro cliente do dia. Primeiro de muitos que eu imaginei que viriam, e realmente vinheram. No final do expediente, eu estava completamente morta.

- Até amanhã, moranguinho! - May disse me dando um beijo na bochecha.

- Até amanhã, cupcake. Se cuida!

- Eu sei me cuidar muito bem, viu?

- Não seria "ouviu" - falo rindo fechando a porta da lanchonete.

Nosso chefe tinha total confiança em nós em relação a isso. Sempre saíamos às oito e meia e deixávamos a chave embaixo do jarro de flores que tinha na frente da casa dele, que ficava em cima da lanchonete.

May já tinha virado a esquina, por isso não me ouviu. Nossos caminhos eram opostos, mas geralmente ela me acompanhava até uma certa distância, mas imaginei que a tal conversa com o namorado seria essa noite.


As ruas não estavam totalmente vazias, mas mesmo assim todo cuidado é pouco. O caminho de volta parecia ser mais rápido, não demorou muito até que eu chegasse em casa.

- Finalmente - digo deitando no sofá.

- Como foi o dia? - minha mãe pergunta aparecendo na sala.

- Cansativo, muita gente ma lanchonete - digo fechando meus olhos.

Querendo ou não, ficar das 13h até às 20h30 é cansativo. Eu precisava descascar, amanhã seria um novo dia.

Adormeço ali mesmo, no sofá da sala.


Vou postar +1 cap hj, só tô terminando de escrever.

Ready? | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora