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- Pra onde vai a essa hora, mocinha? - uma voz masculina fala de um canto escuro em meio ao beco.

Não respondo.

- Hum? Não acha que já está muito tarde? - consegui ver a silhueta do homem andar em minha direção, até finalmente conseguir decifrar seu traços. Cabelo grisalho, corpo gordo e um olhar de quem não deveria estar nenhum pouco consciente por conta de bebida.

- Uma garota como você, tão bonita, deve saber fazer algo muito bem, se é que a mocinha me entende - o homem ri aproximando mais ainda de mim, passando sua mão sobre meu rosto.

- Não encosta em mim! - digo tentando me afastar do mesmo mas ele segura meu braço com força

- Olha como fala comigo mocinha, você tem que me obdecer a partir de agora, e ficar caladinha, ouviu? - e continua, agora me segurando com suas duas mãos.

Ele era nojento, suas mãos eram nojentas e me prendiam perto dele, sendo impossível a possibilidade de sair dali. Eu tinha uma certa força, mas não suficiente para me livrar daquele velho.

Ele não iria se importar de fazer algo comigo ali mesmo, afinal estávamos em um beco escuro, a essa hora da noite.

- Solta ela! - escuto uma voz entre as sombra e logo um garoto aparece.

Tom. O que ele estava fazendo aqui e agora? Nesse beco, justo ele?O garoto do piercing que havia me dado carona essa manhã? Isso não importava agora, eu só queria sair dali. Sair pra longe daquele homem.

- E quem seria você? O namoradinho dessa putinha aqui? An? - o homem fala

- Eu mandei soltá-lá, ou vamos resolver isso de outra forma - Tom diz aproximando ainda mais

- Vai fazer o que moleque? Tentar dar uma de homem? Vai se humilhar por essa negrinha? - ele diz me segurando ainda mais forte

Eu apenas consegui ver o olhar de Tom mudar antes que ele fosse pra cima do homem, o acertando fortemente no rosto com um soco. O mesmo bambeou na calçada mas Tom não parou de socá-lo até ver o homem ficar desacordado no chão, com sangue escorrendo por seu nariz, por conta dos socos.

Eu não sabia o que fazer. Estava totalmente paralisada ali, quando Tom levantou, limpando seus punhos na camisa do homem e vindo em minha direção.

- O que estava fazendo aqui? Sabe que horas são ? Porque não está em casa?

- Eu trabalho, sempre passo por aqui. Nunca vi esse homem em lugar nenhum.

- Sabe que todo lugar a noite fica perigoso. Tem idiotas por todo canto.

- Eu sei, mas pensei que passar por aqui ia ser normal como todas as outras vezes - falo olhando pro garoto que agora mantia seu olhar sobre o homem caído no chão.

- Não Emma, não tem essa. Você não pode sair essas horas sozinha, independente do lugar.

- E você quer que eu fique sem trabalhar? Não sou igual você que provavelmente ganha tudo dos papais Tom! - falo firme com o garoto que agora voltara seu olhar sobre mim

- E você prefere continuar andando essa hora com o risco de ser estuprada ou até morta por um cara como esse?

- Eu não disse isso.

- Mas foi o que deu a entender - ele diz e eu apenas levo meu olhar ao homem - Vem, vou te levar pra casa.

- Não precisa - falo

- Você não viu o que acabou de acontecer?

- Não quero te incomodar mais. Obrigado por ter me "salvado" e tudo mais, mas eu sei ir até minha casa.

- Emma, presta atenção - o garoto põe suas mãos sobre meu ombro - Não vou deixar você voltar pra casa sozinha depois disso, e não é um incômodo. Eu já tô aqui, não tô?

- Tá - respondo

- Ótimo, então vamos - o garoto diz passando uma de suas mãos em volta de minhas costas e a apoiando em meu ombro, me guiando até a saída do beco.

Ready? | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora