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-- Finalmente meu tão sonhado sorvete de coco -- a morena diz tomando seu sorvete como se fosse a coisa mais importante do mundo

-- Morango é melhor -- falo e May olha pra mim com deboche

-- Não, isso é no SEU ponto de vista. Mas qualquer pessoa concordaria comigo que sorvete de coco é mil vezes melhor que sorvete de morango.

-- Aquela criança não concordaria -- falo apontando para um garotinha que estava com um balão azul amarrado em seu pulso

-- Criança não vale. São viciados em morango, igual você.

-- Obviamente, melhor fruta não existe -- falo, mas a morena ignora

Na medida que a hora passava, os adolescentes começavam a sumir do shopping. As discotecas deveriam estar abrindo, afinal, já se passavam das seis e meia.

Estávamos com coisas demais nas mãos para irmos direto para a tal discoteca. May decidiu deixar todas as compras na casa de sua tia, não muito longe do shopping e eu fiz o mesmo, deixando o vestido lilás.

-- Amanhã pegamos, depois do trabalho. Pode ser? -- a garota pergunta colocando as coisas em cima em um quarto

-- Pode sim -- respondo e vejo a mesma parar em frente a um espelho que tinha ali, arrumando seu cabelo e olhando para o seu celular, agora dando um sorriso

-- O que foi, hein?

-- Temo que ir, estamos atrasadas -- ela fala colocando sua bolsa novamente no ombro, puxando-me pelo braço

-- Atrasadas pra quê?

-- Ele já está lá -- May fala e eu paro, a encarando

-- Quem está lá?

-- Bill -- lembro do garoto que estava na lanchonete ontem, e que havia acalmado a garota depois que sentou do nada na mesma mesa que ela

-- Vai sair com um garoto que você conversou uma vez? E que nem sequer sabe se tem antecedentes criminais? -- ergo minha sobrancelha cruzando os braços

-- Ah, por favor Emma. Você estará comigo lá, e você viu quando conversamos. Vai ser só uma noite na discoteca. Além do mais, você também vai se divertir. Bill tem um irmão, sabia?

-- E o que eu tenho haver com o fato do garoto do cabelo espetado ter um irmão?

-- Você me entendeu, agora vamos -- a garota volta a me puxar

Ela realmente ia se encontrar com um garoto que mal conhece? E ainda por cima, quer me apresentar pro irmão dele? Porque eu aceitei vir? Estar praticando agora seria bem melhor do que estar aqui, com pessoas e mais pessoas dançando para todos os lados, praticamente sem luz suficiente para enxergar uns aos outros, com músicas, algumas boas, mas outras que são sem dúvidas poluições sonoras.

-- Vou procurar, Bill. Vem comigo? -- May pergunta assim que adentramos no tão esperado ambiente

--Não, não quero atrapalhar seu encontro em uma discoteca. Nem deveria ter vindo

-- Não fala assim, moranguinho. Tenta se divertir, por favor. Faz isso por mim? -- a garota fala fazendo biquinho

-- Tá, mas se você sumir e não aparecer, eu volto pra casa sozinha.

-- Não vou sumir, quando estiver com vontade de ir embora, é só me chamar.

-- Ótimo, então já podemos ir -- falo na brincadeira encarando a garota, mas logo começo a rir e garota suspira

-- Se cuida, tá?

-- Se cuida você, Maymay -- falo e logo vejo a mesma sumir entre as pessoas

Agora eu estava sozinha.Aquele lugar estava cheio, principalmente na pista de dança principal. Nada daquilo me dava ânimo algum para me afastar das paredes. Músicas tocavam e as pessoas dançavam como se não houvesse amanhã. Até que era bom de ver alguns passos, que eu sem dúvidas não seria capaz de reproduzir. Uma garota, de cabelos longos e castanhos dançava bem em meio a pista. Todos prestavam atenção nela, que se destacava entre todos os demais. Ela era muito bonita, e não estava disposta a perder a atenção de todos.

Eu já estava cansada de ficar parada ali. Peguei um refrigerante no bar até que um garoto tentou me convencer a dançar, mas eu recusei dizendo que estava com dores nas pernas. Eu não estava com dores, só não queria dançar uma música chata, com alguém que não conheço, por isso me sentei. Além disso, eu não era do tipo de pessoa que dança em público. ''Mas é uma discoteca'', exatamente, mas não venho a muitos lugares desse tipo, apenas quando sou obrigada por May. Tento dar o meu máximo e não reclamar, porque sei que ela se esforça para estar em concertos ou coisas do tipo comigo, porque mais que deixe claro que preferia estar mil vezes em lugares como este. Somo diferentes, mas esse diferente faz nos sermos grudadas desde a infância. Eu estava ali por ela, porque quero vê-la feliz.

Meus pensamentos já não estavam mais na terra quando escuto uma música tocar. Era familiar, e por mais que eu tentasse, não consegui resistir e levantei ao som de What is love. Essa música fez praticamente minha infância. Não era antiga nem nada, mas era uma das minhas preferidas, por influência materna. Tentei me soltar, não era boa na dança, mas sabia alguns movimentos. Aquela música trazia uma sensação extremamente boa. Meus cachos passavam sob meu rosto enquanto eu pulava ofegante. Foi quando senti duas mãos se posicionarem em minha cintura, onde alguém se aproximou de meu ouvido, sussurrando por trás praticamente colado a meu corpo

-- Não pensei que te veria aqui, gatinha.




Ready? | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora