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ANNABETH'S POV

  Passei o batom vermelho em frente ao espelho. Meu vestido azul escuro decotado gritava ousado. E a cor também me lembrava certo alguém.

  Olhava meu reflexo pensativa. Daqui a meia hora, Luke passaria aqui em casa para me levar a um encontro.

— Você tem certeza que não quer sair com a gente pra casa da Piper? — Thalia aparece no banheiro arrumada.

  Todos eles iriam ter uma noite divertida. Amanhã era o último dia de preparativos para o campeonato e a escola estava a todo vapor. Cada um dos alunos parecia exausto e a noite de quarta-feira era vista como o dia tradicional para uma espairecida na cabeça, por isso Piper estava fazendo uma reunião em sua casa. E não era só para o grupo, mas sim para grande parte dos jogadores e das líderes de torcida junto com o núcleo do jornal e comissões que estavam trabalhando durante essa semana.

  Até Rachel foi convidada, mas eu perderia a diversão.

  Não, Annabeth. Você vai se divertir. Não é?

Na hora combinada, um carro buzinou em frente à mansão Grace.

Luke estava radiante. Seu cabelo se encontrava penteado e seu perfume exalava há 300 km de distância.

— Oi — Sorri tímida.

— Oi — Ele sorriu de volta, me olhando da cabeça aos pés. — Você está magnífica. Azul combina com você.

  Eu sei. Azul combina muito comigo.

— Obrigada, você também está ótimo.

Ele abriu a porta de trás do uber e entrou logo depois de mim.

O restaurante era perfeito. A música estava perfeita. A comida, magnífica. As conversas, divertidas. Mas por que eu não queria permanecer aqui?

A resposta era simples. Eu queria ir à casa de Piper, junto com todos os meus amigos, perto de alguém específico.

  Olhei para o garoto em minha frente rindo deslumbrantemente de algo aleatório que eu havia falado e uma dor supriu em meu coração. Eu já estive em seu lugar. Já tive meu coração partido por ele, que só demonstrava amizade por mim.

  Talvez a sensação de ter me perdido para tão longe tenha despertado esse tipo de sentimento nele. A saudade, a melancolia, a sensação de ter me perdido. Tudo que havia para nós era o vínculo de amizade. Irmandade, o carinho de o ter há muito tempo. Mesmo não o querendo romanticamente, confiaria cegamente nesse garoto. E ele com certeza também pode confiar em mim.

  O loiro percebeu que eu estava o observando estranhamente e parou de rir confuso.

— Annie?

  Eu só sorri e peguei sua mão.

— Você sabe que é especial pra mim, não sabe?

— Sei. — Ele junta as sobrancelhas. Seu olhar é profundo mergulhando nos meus. — Mas não especial o suficiente.

— Nada disso. — O repreendo. — Luke, eu te quis a vida toda. Você tem ideia? Passei anos de minha vida procurando que você me quisesse de algum jeito e você só resolve adquirir sentimentos quando eu vou embora. Isso é tão... exaustivo.

  Ele solta um suspiro preocupado.

—Desculpa, meu bem. Eu não... não queria...

— Calma. — Aperto seus dedos mais ainda. — Perceba, Luke. Isso nunca foi sobre o amor romântico. Eu te amo, mas não assim. E você também não.

  Ele afasta suas mãos de meu toque e passa a fitar além da minha cabeça.

— Mas eu te quero, Annabeth. É isso que eu sinto, não tem como você negar por mim.

— Você está se enganando, Luke. — O olho com carinho. — Foi a sensação de me perder. Antes você me tinha por completo, e de repente eu sumi.

  Ele finalmente parecia entender, mas continuava abatido.

— Eu preciso pensar, Annabeth.

— Eu entendo. Quer sair daqui?

  Ele balança a cabeça em afirmação, e então saímos de lá para caminhar pelas ruas calmamente. Um passeio tranquilo para sentirmos o que somos um para o outro profundamente em cada parte de nosso ser.

— Obrigada. — Ele sussurra ao me dar um abraço repentino.

— Pelo quê, exatamente? — Acaricio suas costas.

— Por tudo. — Ele responde ao se afastar para olhar para mim. — Você está certa. Eu te amo, Annie. E espero te ter para sempre. Mas não do jeito que achamos que seria e tá tudo bem, não tá?

— Tá tudo ótimo. Eu também te amo, garoto. — Dou um beijo em sua bochecha e pego seu braço para andarmos mais.

  O alívio percorria em minhas veias como ar fresco. Agora sim, tudo parecia estar em seu devido lugar.

  Mais tarde, ele me deixou em casa e pediu um uber para o hotel. Jason e Thalia não haviam chegado ainda, e eu queria com todo meu coração ir direto para a casa de Piper, mas ao julgar pela hora, já estaria acabando. Não era uma festa, apenas algo para se distrair, contando que amanhã ainda teria o que fazer.

  Já preparada para deitar com meu pijama, pego o celular antes de dormir e vejo alguns stories da confraternização.

Eu estava feliz que eles estavam felizes. Eram minha família agora. Percy aparecia de relance em alguns e cada vez que via seus olhos eu me certificava do que queria.

Havia feito minha decisão.

𝐏𝐀𝐑𝐓𝐘 𝐂𝐋𝐔𝐁 - percabeth.Onde histórias criam vida. Descubra agora