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ANNABETH'S POV

Percy Jackson.

Esse garoto existe mesmo?

  Eu nunca vi ninguém igual a ele em toda minha vida. Irritante, chato. Engraçado, apaixonante. Ele certamente não sabe de sua individualidade na Terra.

  E particularmente, gosto de individualidades.

  Desde a infância procurei prímcipes encantados em garotos que nunca emcontrei, apenas em um: Luke. Mas mesmo ele sendo essa idealização de conto de fadas, talvez seja só... um conto de fadas, afinal. E acaba por aí. Em um reino encantado não se encontra um surfista irritante com síndrome de celebridade andando por aí, encontra? E aí que vem a individualidade.

  Mas só colocaria meu cérebro para trabalhar detalhadamente sobre esse assunto daqui a pouco, porque no momento presente, me encontro com a língua enlaçada na de Percy Jackson (apesar de que isso seja mais um ponto para o surfista, deixando o príncipe em desvantagem).

  Sua pegada é surreal, me fazendo derreter por completo em cima dele. Cada vez mais me aconchegava contra seu peito e juntava nossas bocas com mais intensidade. Era um beijo apaixonante, viciante. Nunca pensei que vivenciaria os mesmos sentimentos que tinha ao ler livros de romance, mas cá estava eu. Sentindo isso com o Cabeça de Algas. Isso absolutamente nunca teria passado pela minha cabeça há duas semanas atrás. Eu teria odiado a ideia. Mal sabia o que tava perdendo, coitada.

                              ...

  Na manhã seguinte acordei antes mesmo do despertador. Abri a janela ao som dos passarinhos e respirei o ar fresco feito uma caipira do campo feliz pelo dia da colheita. Pensei em descer logo para o café da manhã, mas certamente ninguém havia acordado ainda. Então peguei meu celular, que eu não havia nem ligado depois do filme. Ainda tínhamos ficado até tarde da noite jogando papo fora, e quando finalmente voltei para o quarto capotei na cama.

  Arrumei minha mochila e coloquei meus materiais. Hoje eu teria que me dedicar ao máximo no treino das líderes de torcida, e isso era um pouco preocupante pensando sobre meu desempenho acadêmico. Nunca esteve em meus planos girar pompons nas alturas, mas agora que entrei, precisaria me jogar. Executar tarefas pela metade não fazia parte de mim.

  Experiências como essa foram as que eu mais evitei durante toda a minha infância. Dar piruetas, confiar em garotas que nem sequer havia trocado uma palavra para me segurar, ser o centro das atenções pelo menos por um momento. Agora que senti na pele, a ideia deixou de ser tão péssima, mas Calipso fazia tudo ficar pior. Cada dia mais tomava liderança sobre as garotas (o que deixava piper extremamente brava, mas não havia muito a fazer sobre) e inventava passos impossíveis, principalmente para mim. Ela estava fazendo de propósito, eu tive a total certeza. Mas se ela pensa que vai me derrubar, está enganada. Piper tem me ajudado em aulas particulares com cada passo que tinha dificuldade, e isso aliviou meu medo em níveis enormes.

  Quando o relógio finalmente atingiu uma hora apropriada para sair do quarto, fui em direção à porta, mas um bilhete que havia sido passado por debaixo dela me fez parar.

  Peguei e encarei o pedaço de papel de caderno com um escrito desengonçado em azul.

"Sonhei que você me dava um beijo de bom dia"

  Sorri de orelha a orelha com o recado de Percy Jackson. Ele poderia ter mandado uma mensagem, mas resolveu enviar cartas feito nossos antepassados.

Meu estômago estava quentinho ao ler aquilo. Ele estava realmente sendo um cara de pau.

  Rabisquei uma resposta em uma folha com minha caneta rosa brilhante e desci ao encontro de todos, que já estavam ao redor da grande mesa de refeição da família Grace. Apenas nós quatro, como era de se esperar. Zeus não estava em casa.

𝐏𝐀𝐑𝐓𝐘 𝐂𝐋𝐔𝐁 - percabeth.Onde histórias criam vida. Descubra agora