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ANNABETH'S POV

  Pensei que tinha me metido numa burrada ao aceitar ir para a festa. Quer dizer, não que eu não tivesse. Mas não estava me sentindo péssima como pensei que sentiria. Pelo contrário, me sinto mais viva do que nunca e não queria admitir isso.

  Não queria admitir que ele tinha razão.

  Tenho em mente que não vou mais fazer isso. Todos precisam de responsabilidade e maturidade, e não vou deixar isso se perder em meus princípios. Mas eu tenho 17 anos, cara. É preciso viver enquanto há tempo.

  Percy estava dirigindo até a praia. Quando chegamos, o garoto tirou uma canga do porta malas e logo em seguida me guiou até de frente para o mar. Nos sentamos e encaramos o oceano em um silêncio confortável.

  Fechei os olhos para sentir cada detalhe profundamente. O vento batendo forte e jogando meus cabelos para trás, o cheiro do mar, a presença do garoto ao meu lado. Viva uma nova era.

— Gostou? — Percy me trás de volta da vibe.

— Local nada surpreendente vindo de você, cabeça de algas.

  Todos as suas atitudes levam à praia. Há uma semana atrás eu tinha uma visão totalmente diferente do garoto. Agora eu não só sei como sinto o que ele é. Percy é intenso como o mar. Tranquilo, mas pequenos momentos de tensão podem formar ondas enormes.

— O clássico é sempre uma boa opção. — Seus olhos brilham pelo reflexo do luar com expectativa. — Ei, agora é a hora de você finalmente assumir que gostou da adrenalina de hoje.

  É claro que eu gostei. Eu amei. Será que isso vira um vício?

— Se eu falar, você vai ficar todo convencido.

— Isso é um sim! — Ele gargalha. Pronto, dei asa pra cobra. Quer dizer, tá mais pra peixe. — Eu falei, não falei? Não tem ninguém que não saia de um acontecimento desses sem se sentir vivo. Desfrute dos momentos.

— Desfrutar? Só é bom depois, mas ainda tô vivendo em um momento de tensão. Minha mãe pode resolver entrar no meu quarto a qualquer momento e tudo que ela vai encontrar é uma pilha de travesseiros.

— Ah, tem isso... — Percy se preocupa. — Olha, se quiser voltar eu te levo, tá? Não quero que você se meta em mais encrenca por minha culpa.

— Já estamos no inferno então vamo abraçar o diabo, não é? — O olho provocante, que se vira surpreso.

— Annabeth! Você tá virando um eu.

— Um você? Deuses tenham misericórdia de mim.

— Como ousa? Isso é uma dádiva a ser agradecida. — Responde.

— Ainda falta muito pra eu virar você.  Não sou convencida, não sei surfar e não tenho um milhão de garotas aos meus pés.

— Te garanto que o último nem faz falta.

— O que?! — O observo chocada.

— O que o que?

— Pensei que você adorava isso.

— Ah, não vou negar que me sinto um tremendo gostoso com isso. — Ele me olha sarcástico, para depois se fechar. — Mas... nenhuma delas me conhece de verdade, Annabeth. Não sabem quem eu realmente sou, e no final eu viro só um objeto de prazer.

  Sinto uma flechada no peito. Ele realmente confia em mim. Acabou de se abrir por completo sem paredes nem cortinas. Quem diria que o tão popular Percy Jackson teria esse tipo de segredo? Insegurança é algo que todos têm, mesmo aquele que aparenta a vida mais perfeita. Nem tudo é o que parece.

𝐏𝐀𝐑𝐓𝐘 𝐂𝐋𝐔𝐁 - percabeth.Onde histórias criam vida. Descubra agora