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── DOIS? POR QUE EU TIREI DOIS? ── Perguntei inconformida para o professor á minha frente enquanto segurava meu trabalho

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── DOIS? POR QUE EU TIREI DOIS? ── Perguntei inconformida para o professor á minha frente enquanto segurava meu trabalho

── A Penelope fez a maioria do trabalho, bom, pelo menos eu apenas vi a letra dela ── respondeu o mais velho em um deboche irritante

── Mas eu pesquisei as coisas e ela apenas escreveu ── justifiquei

── Sinto muito, Molina ── ele cruzou seus braços indicando para mim sair

Revirei os olhos bufando saindo de sua sala batendo a porta. Não posso reprovar, não posso tirar notas baixas, mas eu nem sequer consigo focar, pois em dois minutos já estou dormindo. Passei a aula toda de matemática cochilando, depois da noite de ontem oque me resta é recuperar a noite de sono perdida.

Não liguei muito para esse velho careca de um metro e trinta com o pau menor que meu lápis de escrever e fui diretamente para a lanchonete á frente da faculdade me sentando em uma das mesas ali fora, retirei meu celular do bolso começando a fuçar sem se ligar na noção do tempo. Oque anda acontecendo com os dias de hoje? Aonde nem sequer você pode trabalhar de noite e poder ter um bom descanso ao voltar para casa

Minha atenção do telefone foi tirada por Penelope que sentou em minha frente retirando seu lanche da mochila colocando sobre a mesa

── Quanto o professor te deu de nota? ── perguntou ela e eu coloquei o trabalho sobre a mesa ── Nossa...

── Deixa eu adivinhar, ele te deu dez? ── perguntei irônica e ela também colocou seu trabalho sobre a mesa mostrando exatamente a nota em que citei ── Você anda fazendo algo á mais com o professor?

── Oque? NÃO ── Respondeu ela com cara de nojo

── Ata, porque você só tira dez nas matérias dele ── q encarei desconfiada enquanto Penelope comia uma fatia de pão

── Eu me esforço Amabily, não trabalho em uma boate á noite como você

── Esqueci que seus pais são bem de vida e você já tem a vida ganha

── Eu não tenho a vida ganha!

── Jura? No que você trabalha? ── perguntei e ela permaneceu calada ── viu

── Mas eu me esforço nos estudos que um dia serão meu futuro trabalho, desculpe se não trabalho igual á você ── debochou Penelope

── Tá bom, troca de assunto ── falei estressada e ela jogou uma revista em minha mesa ── Oque isso?

── vagas de emprego, tem milhares aí, arranjei isso para mostrar que sou uma boa amiga

── seria uma boa amiga me dando cinco mil no banco ── brinquei pegando a revista que estava jogada sobre a mesa ── Prostituta? ── a encarei após ler oque estava escrito

── São apenas exemplos ── respondeu ela, imediatamente me levantei arrumando meus cabelos e pegando minha mochila

── tenho que ir, te vejo amanhã ── sorri forçado saindo de lá seguindo para fora da faculdade

Tinha vários "exemplos" do que eu poderia trabalhar, mas nenhum de fato me agradou em questões ao valor, não era suficiente e não daria para mais nada além de pagar todas as contas. Precisávamos comer, ter dinheiro sobrando caso algo ocorresse, como poderia viver de pouco? De restos? Me nego á isso

Passei o resto da tarde olhando aquela revista de listas de emprego até chegar á noite na hora de trabalhar. Era sete da noite e eu ainda estava com aquela lista em minhas mãos pensando se iria ligar para algum desses exemplos e marcar uma entrevista de emprego, tirando o exemplo de Prostituta, todos os outros trabalhos eram fáceis e rápidos, mas ganhavam extremamente pouco

Arrumei meus cabelos e passei uma maquiagem indo para o carro começar mais uma noite de trabalho. Hoje a boate nao estava transbordando igual á noite anterior, mas do mesmo fato estava cheia. Coloquei meu avental pegando meu caderno e caneta começando a passear pela boate anotando pedidos e pedidos

Me batia uma tristeza só de pensar que nem eram dez horas da noite ainda, só queria minha cama e minhas cobertas, por que fui nascer pobre? Uma mexicana fodida, sem mãe, sem pai, sem nada. Esfreguei meus olhos me mantendo acordada lavando minhas mãos e colocando um pano gelado na testa, preciso me manter de pé!

── Ae Molina, tem cliente na mesa seis ── disse Leonardo

── Tá ── o respondi suspirando fundo indo até aonde ele havia me dito ── Boa noite oque vão querer?

── Trás dois sucos de cereja, por favor cerejinha ── Olhei vendo ser Tom sentado desleixado com um amigo, abri um sorriso assim que o vi vendo que ele estava com uma camisa preta desta vez

── Vejo que acertou na camisa ── brinquei anotando oque ele havia me dito

── Desta vez você pode esbarrar em mim de novo, não irá me manchar ── respondeu ele com um sorriso ladino

Voltei novamente ao balcão pegando os dois sucos, olhei para Leonardo que me encarava com um olhar debochado e nojento, esse cara é gay? Porque me parece. Não dei bola para ele retornando á mesa de Tom colocando as duas bebidas á frente de ambos que estavam ali, o garoto que estava acompanhado de Tom era extremamente parecido com ele, oque me faz acreditar que são gêmeos

── Sim, somos gêmeos ── Respondeu Tom me fazendo parar de encarar o garoto á minha frente

── Desculpe, estava pensativa e-

── O único defeito é que eu sou o gêmeo mais bonito ── disse seu irmão colocando á mão sobre o peito com seu moicano chamativo

── Oque acha, cerejinha? ── perguntou Tom para mim

── An....não sei ── acabei soltando um riso de nervosismo fazendo os gêmeos se olharem com sorriso maliciosos

── Eu sou o mais velho, então tecnicamente sou o mais bonito ── debochou Tom

── Irei deixar você acreditar nisso, sou Bill ── o gêmeo estendeu sua mão para mim apertar assim como Tom havia feito, apertei levemente em retribuição

── Amabily ── respondi educadamente ── Bom, se precisarem de mim estarei lá no balcão ── falei rapidamente saindo de lá

Era estranho manter uma conversa com mais de dez segundos com algum cliente, geralmente eram velhos tarados ou homens solteiros idiotas querendo sexo. Mas Tom e Bill aparentavam ter minha idade ou mais, porém isso não importava. Voltei a atender todos que estavam ali permanecendo atrás do balcão por algumas horas

O sono me batia como uma onda enorme, mas eu ainda sim estava acordada

── Porra Amabily, ficar acordada ── murmurei para mim mesma esfregando as mãos em meus olhos dando pequenos tapinhas em minha testa







MUDEI A APARÊNCIA DELA!

agora sim! Obrigada Evie pela ideia

ʀᴇᴅ ꜰʟᴀᴍᴇ |   Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora