𝗢𝗡𝗗𝗘 Amabily Molina uma jovem de dezoito anos, começa a trabalhar em uma lanchonete-boate para ajudar seu pai financeiramente. Entretanto, ela atrai a indesejada atenção de um guitarrista. Determinada a não ter nada com o garoto, Amabily se vê c...
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── Que seu corpo e sua alma esteja a junto de Deus ── Dizia o padre enquanto o caixão descia lentamente até a cova
Tom encarava tudo de longe com sua garrafa de bebida nas mãos, ele não queria que as pessoas o vissem naquele estado deplorável. A família Molina estava toda reunida e isso dava um nojo grande no Kaulitz, Bill estava ao lado de Clera lhe dando apoio e todos ali s perguntavam o porque de Tom não ter ido no próprio enterro da namorada e futura mulher de seu filho. Mas Tom não estava nem ai para as opiniões, ele não fazia mais questão de voltar para casa, estava sempre com um moletom preto e mesmo que fosse quente, ele não se ousava a colocar uma manga curta. Sempre bebendo, fumando e com aquela cara séria sem esboçar nenhum sentimento. Bill não o reconhecia, ele tentava falar com Tom todos os dias mas nunca conseguia.
Tom pegava seu celular todos os dias e ligava para Amabily para contar como foi sua manhã e tarde, contar em como ele estava seguindo sem ela, contar como sua vida tinha se tornado um inferno desde de que ela tinha morrido. Mas, naquela noite, ele tinha outros planos. outras coisas em mente. O Kaulitz chegou em seu apartamento jogando as chaves encima da mesa com sua sacola cheias de bebidas e remédios, ele não aguentava e seu subconsciente estava o traindo. Ele ligou o celular, se sentou no chão abrindo uma garrafa de vodca e bebeu como se fosse água.
Oii, aqui é a Mabi, estou ocupada no momento, me ligue mais tarde!
Dizia a mensagem de voz de Amabily.
── Oi, Cerejinha ── Tom começava a falar tomando mais um gole da garrafa ── É tão difícil amar alguém que apenas a morte pode tocar....eu fui o suficiente para você? ── Dizia ele dando mais um grande gole e pegando a caixa de remédios ── Eu queria poder te ver uma última vez....
Ele hesitou por alguns segundos, pensou em tudo, mas não fazia mais sentindo para ele continuar ali. Um corpo morto vagando por ai, quem iria querer? Como iria continuar? Não fazia mais sentindo para Tom acordar todos os dias e permanecer sozinho, ele abria os olhos de manhã e se castigava mentalmente por ainda estar vivo, parecia que a dor não diminuía, ela apenas aumentava. Isso não era uma vida para ele, por que deveria continuar ou seguir em frente?
Tom pensou por uma última vez e enfim tomou cinco remédios fortes e fechou os olhos. Demorou alguns minutos até que ele começasse a sentir muita dor em seu peito, ele se sentiu enjoado e por último começou a se debater e já desacordado estava espumando como um cão com raiva. Ele de debateu por um longo período de tempo, ninguém estava ali para ajuda-lo, era apenas ele e as bebidas. E o coração de Tom Kaulitz havia parado de bater.
Ele se levantou, vendo seu próprio corpo no chão, ele viu como não estava respirando e o quanto estava péssimo. Tom ficou ali o vendo morto por alguns minutos e não acreditando que ele de fato estava morto em seus pés.
── Tom? ── Ele ouviu a voz de Amabily e se virou rapidamente
── Cerejinha? ── Um sorriso se formou ao ver que ela era ali parada atrás dele
Tom a abraçou forte, lágrimas começaram a rolar de seus olhos por sentir seu cheiro de cereja. Ela estava ali, ele podia senti-la, era mesmo ela. O Kaulitz se afastou olhando em seus olhos com um brilho inexplicável, Amabily estava séria, ela olhava para o corpo de Tom com tristeza.
── Oque você fez? ── Ela perguntou a ele que estava feliz demais para responder
── Eu....eu....eu não...
── Tom, esse não é o seu destino ── Ela segurou seu rosto ── Você não pode morrer
── Do que adianta eu continuar vivendo sem você, do que me adianta acordar e querer morrer? Eu não posso viver sem você, você me prometeu que ficaríamos juntos!
── Nós estamos juntos! Eu sempre estou com você!
── Eu nunca te vejo!
── Não precisa me ver, apenas me sinta ── Ela falou suavemente enxugando as lágrimas do trançado ── Você tem uma vida maravilhosa pela frente, eu sei que tem! Faça sua escolha, ou você vai ou você fica.
── papai? ── Tom ouviu uma voz suave, olhou para trás de Amabily e ali estava uma bela menininha do nariz empinado e perfeito, ele sentiu seu coração se despedaçar por inteiro quando a viu
── Ai meu Deus....── ele murmurou se abaixando ── Minha filha....
── Cereja ── Amabily falou ── O nome dela é Cereja.
── Ela é a minha cara ── Ele sorria passando sua mão pelo rosto da menina delicadamente ── Cereja, minha pequenina.
── Você vem com a gente, papai? ── Perguntou a pequena loirinha dos olhos castanhos de mel, Tom mordeu os lábios pensativo, ele se levantou e olhou Amabily que esperava sua resposta
── Eu irei ── Disse ele pegando na pequena mão de Cereja
Amabily esticou sua mão para que Tom segurasse, ele suspirou fundo para agarra-la, porém ouviu um barulho alto, era Bill. O irmão mais novo adentrou o quarto em prantos vendo aquela situação, Tom viu Bill se ajoelhar chorando como nunca, ele gritava e implorava por Tom debruçado encima do corpo morto do Kaulitz.
── TOM, VOCÊ ME PROMETEU! ── ele gritava com sua voz embolada
Tom encarou a mão de Amabily e olhou para Bill, ele sentia seu corpo doer e logo seu coração começou a sangrar, ele viu que um pedaço de Bill morreu em sua frente e que o fato de seu coração estar sangrando era porque Bill era uma parte dele, e agora, ele estava morto. Tom olhou para Amabily que encarava Bill gritando pelo gêmeo, ela se aproximou do gêmeo mais velho e aproximou suas testas.
── Eu sempre estarei com você, Tom Kaulitz. ── Disse ela depositando um beijo em seu rosto
A morena pegou na mão da pequena garota e olhou para Tom uma última vez dando um sorriso e logo sumiu. Tom acordou em seu corpo como se estivesse caído um tombo e acordado anos depois, ele sentiu os braços quentes de Bill se envolvendo ao redor de seu pescoço o abraçando.
── TOM, MEU DEUS, IRMÃO ── Dizia Bill o abraçando forte
Ele ficou por Bill, ele largou tudo por Bill, viu que não poderia deixar o irmão e tinha que seguir em frente. Ele viu que Amabily estava bem e pode abraça-la uma última vez, era tudo oque ele precisava. Ele pode sentir a filha, saber como ela seria e saber até mesmo o nome dela, Tom estava realizado e pela primeira vez em meses ele estava bem consigo mesmo.
