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── Surpresa! ── Gritaram meus parentes assim que abri a porta de casa

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── Surpresa! ── Gritaram meus parentes assim que abri a porta de casa

Meus olhos estavam fundos, as olheiras tomavam a maior parte do meu rosto junto com minha falta de felicidade. Não contei ao meu pai e nem á Ashley que estou desempregada, preferi evitar discussões e estresses, para eles eu ainda trabalhava mas agora precisava de uma desculpa em questão á não sair tarde da noite para trabalhar

── oi ── murmurei infeliz ao ver todos da minha família ali

── Que cara é essa, Mabi ── Falou uma tia minha passando em meio á todos para me abraçar ── não está feliz em ver seus tios e primos?

── Estou.... ── respondi séria

Havia um ditado que dizia que família é sua segunda casa, ou a primeira, mas para mim estava mais para uma prisão domiciliar. A família Molina contava com todas as gerações com mais de quinze filhos e infelizmente a minha era uma delas, mas naquele dia apenas quinze pessoas se fizeram presentes ali na frente da minha porta de casa. Uma coisa que eu odeio é parentes que vem sem avisar e você enlouquece por não ter comida o suficiente

Mas eu não tinha comida, espaço, dinheiro e tempo para toda aquela gente. Meu pai por outro lado amou a visita, óbvio, ele não faz porra nenhuma para me ajudar. Todos adentraram o apartamento se espremendo pela falta de espaço, as crianças pulavam na minha cama e os velhos se sentavam para jogar baralho na mesa enquanto fumavam charutos, as mulheres carregavam as malas empilhando na sala que não cabia mais ninguém lá

Sem contar nos instrumentos acompanhados para tocar músicas mexicanas, mas agora que eu me pergunto, como eles descobriram nosso endereço e por que vieram para cá?

── E você Mabi, como está no trabalho? ── perguntou uma prima minha enquanto trocava seu filho aos vinte e dois anos

── Bem ── respondi olhando aquela criança encarar até o fim da minha alma

── E os namorados? ── Uma tia minha me encarou maliciosa

── Nenhu-

── Ela tem um sim, piensa en un ninõ hermoso, tía ── se intrometeu Ashley me fazendo dar um beliscão em sua perna

── Uau, temos um casório quando? ── perguntou ela novamente

── E pensa no casório, tía Maria ── Ashley disse ── O chico és rico

── ASHLEY, CALA-TE ── ordenei perdendo a paciência saindo do quarto

A mesma foi atrás de mim me acompanhando pelo corredor, senti suas mãos agarrarem meu braço agressivamente me fazendo olhar para ela

── Qual a porra do seu problema? ── Disse Ash

── Qual o meu problema ou qual o nosso problema? ── Argumentei tirando meu braço de suas mãos ── Não temos dinheiro sua idiota! Nós não temos nem comida e moramos em um apartamento do tamanho de um banheiro, como vamos alimentar esse povo todo? Como vamos lidar com os vizinhos sendo que a casa está um barulhão!

── Quer despejar eles? E outra, você receberá seu salário na semana que vem e-

── EU FUI DEMITIDA! ── gritei em frustração

── Como assim?

── eu argumentei meu chefe e ele me demitiu e agora não tenho dinheiro para nada, Ash ── a respondi colocando as mãos na cabeça andando de um lado para o outro enquanto meus olhos lacrimejavam ── Eu tinha um plano B, até essa gente chegar

── Mas nós não podemos mandar eles embora ── Falou ela preocupada

── Eu sei que não, então você vai desembolsar do seu bolso até que eu consiga um emprego....

── Você não pode falar com o Tom? ── perguntou ela e eu a encarei

── Nunca mais sugira isso, NUNCA MAIS ── Sai rapidamente de lá com a cabeça á mil

Isso era um castigo, só podia ser karma de algo que eu fiz ou de todos os homens que parti o coração. Me sentei em frente ao prédio e me encoli sobre minhas pernas apenas querendo sair daquele meio de gente que eu chamava de família. Não queria dizer á eles sobre Tom, iriam começar á sugar todo o dinheiro e sanidade dele igual fizeram comigo e como meus pais, e eu não queria ser chamada de interesseira

── Cerejinha? ── ouvi a voz de Tom e logo vi seu carro parado em minha frente e abri um sorriso assim que o vi, adentrei seu carro rapidamente vendo ele me encarar confuso

── Só me tira daqui ── falei para ele que apenas concordou

── Eu devo perguntar? ── Disse o Kaulitz focado na estrada

── Fui demitida ── Respondi e ele arregalou os olhos ── porque meu chefe achou que eu estava tendo um caso com você

── OQUE? COMO ASSIM? COMO ELE PODE CHAMAR DE UM CASO? NÓS SOMOS PRATICAMENTE CASADOS ── O Kaulitz gritou ao meu lado

── Que casados oque, Tom ── dei um tapa em sua nuca

── Desculpa ai, feminista. Tá mas e agora? Oque vai fazer?

── virar moradora de rua e mendigar pão mofado....

── Para, Cerejinha. Eu posso te aju-

── Não quero nem um centavo seu ── o interrompi

── Deixa eu terminar de falar, caralho. Posso te ajudar a arrumar um emprego já que você não quer meu dinheiro e ai eu trabalho junto quando posso, isso vai atrair mais dinheiro para você ── argumentou o gêmeo

── em que sentido isso traria mais dinheiro? ── o encarei confuso

── No sentido tipo.....EU SOU O TOM KAULITZ? ── debochou o rapaz ── Meio mundo me conhece? Literalmente.

── mas você tem o negocio da banda e-

── Já ouviu aquela frase.....dinheiro não cura tédio quando você já fez de tudo?

── Não, porque você inventou agora

── Então, eu sou desocupado e passar meu tempo te dando cantadas até você ceder é meu passatempo ── Disse ele malicioso

── Se você insiste.....

── Mas eae, aquele meu convite está de pé? ── perguntou Tom novamente me encarando enquanto paramos em um semáforo

── Agora que estou desempregada sim

── Desempregada e solteira ── Me encarou malicioso me fazendo virar os olhos em deboche ── Não revira os olhos, Cerejinha, assim não tem como me aguentar

── Tipo assim? ── revirei os olhos de novo mordendo os lábios com um sorriso de canto

── Assim mesmo ── murmurou ele parando em um posto de gasolina para abastecer se aproximando do meu rosto com as mãos no volante ── Faz de novo...

── vou ficar cega se fazer de novo ── olhei para sua boca passando as mãos em sua nuca o trazendo para mais perto de mim quase encostando seus lábios nos meus

── Cerejinha..... ── sussurrou ele querendo se aproximar mais, porém minhas mãos ainda seguravam sua nuca

── Ainda bem que fiz curso para bombeira, esse seu fogo é descontrolador ── o provoquei botando as mãos em seus lábios o empurrando para trás

── Porra....

── Vai abastecer, cadela ── brinquei vendo ele sorrir e sair do carro

Era tão bom provocar Tom Kaulitz que me fazia esquecer dos problemas. 

ʀᴇᴅ ꜰʟᴀᴍᴇ |   Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora