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── Ela disse isso? ── Maria me encarou perplexa

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── Ela disse isso? ── Maria me encarou perplexa

── Disse ── concordei ── Quis tirar uma com a minha cara.

── Credo que piranha ── murmurou ela enquanto estava deita em sua cama com uma toalha de banho na cabeça e um roupão ── E o Tom?

── Ele estava agindo como um completo idiota ── suspirei ── Oque se esperar, né? Ele é um homem, homens fazem isso.

── Mas você grudou no cabelo dela né?

── Óbvio ── gargalhei e ela sorriu ── Que não, eu não iria passar essa humilhação e muito menos fazer oque o Tom espera que eu faça.

── Então ela deu encima dele e você não fez nada?

── Eu fiz, mas eu fiz com educação ── debochei e ela começou a rir ── Brigar é uma perda de tempo, Tom já é adulto e sabe muito bem oque faz ou deixa de fazer.

── Acho que você já está ciente que todo mundo ouviu vocês discutindo né?

── Sim.

── Isso é por ciúmes do Bill? Porque tá meio na cara.

── Não é ciúmes do Bill ── menti ── Mas é ciúmes do mesmo jeito. Tipo, é normal ter ciúmes e essas paradas mas, eu gosto de ter minhas liberdades e que as pessoas confiem em mim, entende?

── Sim...── Murmurou Maria ── Bom, pelo menos você namora um famoso né?Já tem tudo que precisa, Mabi. Nem se preocupa com essa loira ai.

── Acho que sim ── á respondi pensativa

Encarei fixamente meus dedos que se mexiam se apertando e contorcendo, oque há de errado comigo? Eu me sentia tão....estranha, nada mais era a mesma coisa, não tinha mais sentido. Um completo vazio por algo inexistente. Meu cérebro me traia constantemente, eu já tinha tudo agora e não fazia mais sentido a minha vida. Sempre fui acostumada á correr atrás de tudo, ter uma vida lotada de problemas, e de repente, tudo isso havia sumido em um passe de mágica. Sem preocupações, sem família encosto, sem nada.  

Eu ganhei tudo, mas não fazia sentido para mim ganhar tudo assim de graça. Tom me dava este prazer de agora ter tudo oque eu queria, e mesmo se eu me separasse dele ainda sim teria tudo pela fama que ele me deixaria. Quando você está acostumada á correr atrás de tudo com o próprio esforço é difícil aceitar as coisas de mão beijada. Eu deveria estar feliz, deveria estar realizada, mas não estava. 

Por que eu me sinto estranha? Qual a razão disso? 

Minha cabeça estava tão cheia, era faculdade, minha mãe, minha irmã e meu pai, trabalho e mais trabalho e eu não tinha tempo para parar para pensar. Talvez foi este o fato que me manteve longe do luto de minha mãe, talvez foi isso que me tornou forte, não ter um sequer tempo para pensar. Acordar, estudar, trabalhar e dormir. O dia era sempre isso.

E agora, parece que as coisas se voltaram diante á mim e me fez perceber a pessoa que me tornei ao longo da minha vida sem nem perceber. Eu passei tanto tempo me escondendo de homens e dessa sociedade machista que esqueci de me expor, de aproveitar e ter coisas boas para pensar. Nenhum lembrança boa se fazia presente em minha mente, era tudo vazio. Um completo vazio.

Se eu não batalhar por minhas próprias conquistas, eu não preciso estar viva. Eu cresci assim e irei morrer assim, não vou mudar isso em mim.

── Amabily? ── Maria me chamou me fazendo voltar á realidade e a encarar com um sorriso confuso ── Você tá bem?

── Estou ── Respondi me levantando de sua cama ── Bom....vou para meu quarto, até depois 

Sai andando indo em direção ao meu quarto torcendo para que Tom não estivesse lá, e para minha sorte não estava. Fechei a porta atrás de mim e me escorei nela escorregando lentamente para baixo caindo sobre minhas próprias pernas,  oque há de errado?  

Isso é sobre Tom? Sobre Bill? Sobre meus pais? Sobre Maria? Sobre a banda? Por que isso agora? Qual é o meu problema?

Eu estava confusa. Comecei á pensar em Tom loucamente, comecei á pensar que ele ficaria longe de mim por muitos dias e depois voltaria á Alemanha e eu permaneceria aqui. Mas eu não queria criar uma dependência tão forte assim nele, muito menos na banda. Eu temia por este momento, temia por me deixar em segundo lugar para botar Tom em primeiro, ou talvez eu estivesse confundindo as coisas, ou talvez estivesse tão apaixonada ao ponto que não conseguisse de fato saber que as coisas entre mim e Tom estavam desandando.

Papai estava certo quando me dizia que eu me amava demais para alguém me amar?

── Mabi? ── Ouvi a voz de Tom atrás da porta 

── An...oi? ── Respondi nervosa me levantando e recompondo minha respiração desregulada 

── Oque está fazendo? ── Perguntava o Kaulitz adentrando o quarto

── Nada ── engoli seco e ele deu uma pequena olhada ao redor do quarto sem sair do lugar ── oque foi?

── Nada, só vim avisar que daqui á pouco estamos saindo para viajar ── O rapaz me respondeu encostado na porta

── Tudo bem ── o encarei 

Ficamos em um silencio enquanto ele me encarava e eu o encarava da mesma maneira, ambos queriam dizer alguma coisa mas algo nos impedia, tinha uma barreira que não me deixava falar, e quando eu pensava em falar algo sobre a noite passada pensamentos invasivos adentravam minha mente me mandando calar a boca.

── Vou pedir pizza, vai querer? ── perguntou ele se virando para sair

── Não, valeu.

── Tá ── Tom apenas me respondeu e saiu me deixando ali plantada encarando a parede

Olhei para as malas do mesmo que estavam já preparadas no canto do quarto, encima dela havia uma foto nossa de quando estávamos no jogo. A fotografia estava dentro de um boné vermelho com marrom, suspirei fundo a colocando no lugar novamente e sai pela porta colocando um sorriso na cara.

Como sempre.


ʀᴇᴅ ꜰʟᴀᴍᴇ |   Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora