Cap 58

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Demoramos mais do que o esperado na casa do Pedro, não porque estávamos transando feito dois loucos, mas sim porque o alecrim dourado resolveu implicar com minha roupa.

Ele veio o caminho todo reclamando sobre a minha roupa, segundo ele a saia estava muito curta e o top estava quase mostrando meus peitos, não estava acreditando no que eu estava ouvindo.

  - A Pedro, vai tomar no cu! - falei me estressando - eu não vou trocar a minha roupa, por que não reclamou dessa merda quando eu ainda estava em casa

  - Por que quando eu vi o tamanho dessa porra dessa saia você ja estava saindo portão a fora - ele falou amarrando o cadarço do seu tênis

  - Que triste então - murmurei enquanto saia do quarto dele

Ouvi Pedro falar um palavrão que foi ficando inaudível conforme eu me afastava da porta do quarto dele.

Me sentei no sofá de Pedro respirando fundo para manter o controle e a paciência que já estava quase chegando no fim.

Me levantei indo até a cozinha pegar um copo de água, eu odeio que tentem mandar em mim, que sejam ignorantes comigo por fazer algo que eu quero ou usar o que eu gosto.

Peguei meu celular deixando o copo na pia, havia algumas mensagens das meninas avisando que já tinham chegado.

Pedi pra elas guardarem um lugar pra mim, pois eu iria, nem que fosse de Uber mas agora eu faço questão de ir.

   - Me desculpa vida - Pedro falou aparecendo na cozinha

  - Nem vem com essa Pedro - falei passando por ele - você vai querer ir ainda ou não?

  - Po você vai ficar na ignorância agora? - ele perguntou segurando meu braço

  - Ata, agora eu sou a ignorante - falei tentando me soltar - olha o jeito que você falou comigo por causa da minha roupa, vai se foder né

  - Caramba Giovanna, você tá indo pra um lugar que tá cheio de macho e cada passo que você da essa pedaço de pano sobe - Pedro tentou falar calmo mas a veia que pulsava em seu pescoço não indicava isso

  - Eu abaixo Pedro, não é como se eu fosse fazer questão de deixar essa merda subir - falei tentando me soltar mais uma vez - eu não sou criança Pedro, sei muito bem me cuidar e mandar qualquer babaca ir tomar no cu

Aquelas palavras fizeram Pedro afrouxar um pouco a sua mão no meu braço e quando eu estava prestes a sair Pedro me abraçou por trás.

  - Me desculpa Giih - ele falou baixo me abraçando mais forte - sei lá cara, só de pensar que outra pessoa vai desejar você ou até mesmo tentar falar contigo com ideia errada eu começo a ficar louco

  - E isso é motivo de você vir querer pagar de louco comigo Pedro? - perguntei sentindo ele negar com a cabeça - se você tiver ciúmes, medo ou até mesmo insegurança tudo bem, mas nunca, nunca mesmo Pedro venha querer gritar comigo por causa de alguma coisa que eu faça ou goste! Entendeu?

  - Entendi - Pedro respondeu baixo - me desculpa mesmo vida

Pedro deu um beijo rápido no meu pescoço me fazendo virar para ele olhando dentro dos seus olhos, senti os músculos dele relaxarem quando eu o olhei nos olhos.

  - Eu tô falando sério Pedro - falei colocando minhas mãos em volta do seu pescoço - se você não gostou de alguma coisa você me fala, eu odeio que me tratem com ignorância ou com indiferença e odeio mais ainda quando tentam mandar em mim

Pedro me olhava como uma criança que estava recebendo uma bronca da mãe, apenas concordava com a cabeça tentando ao máximo não abaixar a cabeça.

Deixei alguns selinhos na boca do Pedro que logo se transformaram em um beijo calmo, Pedro aperrou minha cintura me puxando para mais perto dele.

Encerrei o beijo me separando dele, voltei para a sala pegando minha bolsa que estava jogada no sofá junto com seu notebook que ele havia trazido de lá de casa já que não usaria mais por hoje.

Só então eu observei Pedro, ele usava uma bermuda branca e uma camisa larga preta que combinava com a cor do seu Nike preto, havia colocado também uma prata no pescoço e um relógio digital.

Filho da puta gostoso do caralho, Pedro pegou a chave do carro abrindo a porta e me dando espaço para mim passar.

Entramos no carro com um clima mais leve do que quando saímos de casa, olhei no visor do celular vendo que já passavam das 20hrs.

Atrasados? Com toda a certeza mas pelo menos ainda iria chegar belíssima. Retoquei o meu gloss no retrovisor do carro e me ajeitei no banco vendo as ruas por onde estávamos passando.

Pedro colocou sua mão livre na minha coxa enquanto a outra guiava o volante, sério, alerta de calcinha molhada.

  - Você não vai sair de perto de mim com esse tamanho de saia - Pedro falou com a voz rouca

- Tá Pedro - aceitei sem querer entrar nesse assunto novamente

Posso até aceitar essa condição, mas se ele está achando que vai ter sido só aquela conversinha, ele está muito enganado.

Pedro estacionou o carro do outro lado da rua abrindo a porta para mim descer do carro, agradeci a ele e sai do veículo.

Senti a mão de perdoe nas minhas costas me conduzindo para dentro do barzinho que por sinal era um luxo que só.

Encontrei a mesa onde o pessoal estava e caminhei até eles encontrando um rosto que eu talvez não queria ter visto tão cedo.

Rafael estava sentado em uma cadeira conversando com alguns meninos sobre um assunto que se tornou quase inaudível devido o som da música.

  - Cheguei amores - falei atraindo a atenção dos meus amigos - não precisa chorar

  - Finalmente né filha - Clara falou quando eu cumprimentei ela

  - Reclama com a donzela aqui ó - falei apontando para Pedro

Fui cumprimentando um a um assim como Pedro que praticamente seguida todos os meus passos igual um cachorro.

  - Sabe como é né - Pedro falou fazendo o toque com o Léo - tenho que me arrumar para os meus vidas

O Léo riu dando um empurrão na cabeça do Pedro que devolveu logo em seguida, eu conhecia a maioria dos rostos que estavam aqui.

  - Eai Gigi - o Rafa falou me cumprimentando com um beijo na bochecha

Ouvi um pigarreio atrás de mim quando o Rafael colocou uma de suas mãos nas minhas costas enquanto me cumprimentava.

Rafael tirou sua mão de mim e me deu espaço para cumprimentar o seu amigo que estava sentado ao seu lado.

  - Já pediram alguma coisa? - perguntei me sentando ao lado de Clara

  - Pedimos 3 baldes de cerveja - ela respondeu obsedando Pedro se sentar ao meu lado

Os meninos engataram em um assunto do jogo de futebol deles então eu me concentrei na música que estava tocando.

Esse barzinho é uma belezura de lugar, bem iluminado com as mesas bem distribuídas, fora o balcão de bebidas e o palco que tinha.

O garçom chegou trazendo o pedido do pessoal e eu aproveitei para pedir um gin de morango, o garçom saiu após anotar meu pedido.

Me virei para Pedro que estava pegando uma cerveja do balde, ele abriu uma e me entregou, eu agradeci dando um gole na mesma.

Sentia olhos atentos em mim e eu sabia muito bem de quem era, olhei rapidamente para Rafael que deu um sorriso de canto ao encontrar meus olhos o observando.

Desviei o olhar sentindo a mão do Pedro pousar na minha coxa dando um leve aperto na mesma, me ajeitei na cadeira ouvindo a música e aproveitando o carinho que Pedro havia começado a fazer.

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