Cap 60

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Passei boa parte da noite ignorando completamente a existência de Pedro que depois de tentar falar comigo algumas vezes resolveu seguir meu conselho e me deixar em paz.

As meninas estavam enchendo o meu saco tentando me convencer a escutar ele, eu só queria dançar e beber até eu ficar tranquilinha e depois ir pra casa.

Falando em ir pra casa acabei tendo que me humilhar para a Clara me deixar em casa quando nós fôssemos embora.

Estava voltando do banheiro quando observei Pedro conversando com uma menina no balcão do bar, ignorei a imagem dela passando a mão propositalmente nele e segui meu caminho até a mesa dos meus amigos.

Me sentei no mesmo lugar sentindo meu sangue começar a ferver, porra não é possível que eu realmente esteja vendo isso.

Aproveitei que o garçom estava servindo o pessoal na mesma e aproveitei para pedir uma caipirinha de kiwi.

Peguei meu celular vendo que havia uma notificado do Rafa escrito "desculpa Gigi 🫣, qualquer coisa você senta aqui do lado".

Olhei para ele com um sorriso de canto, Rafael fez um aceno com a cabeça me fazendo negar logo em seguida.

Agradeci ao garçom que deixou minha bebida na minha frente.

  - O que o Pedrão aprontou? - o Léo perguntou sentando ao meu lado

  - Conseguiu ser babaca - suspirei cansada - se for hoje mais uma vez ele já pode pedir música

  - Não vou falar pra você ouvir ele, por que se você tá brava com certeza tem seus motivos - o Léo falou se encostando na cadeira - e sei muito bem como o Pedro consegue ser insuportável quando quer

  - Poxa Léo, o cara veio querer criar caso porque eu estava falando com o MEU amigo - falei sabendo que somente o Leonardo escutaria - e ainda insinuou que eu deixaria ele ficar comigo ali no balcão

  - Vacilão pra porra - ele murmurou - nem sei o que falar, papo reto, mas independente de vocês brigarem ou não eu te considero minha irmã cunhada

  - Obrigado Léo - sorri ao falar - você também é como um irmão cunhado pra mim

  - E em relação ao Pedro fica suave - Léo falou - ele tava quase chorando ali fora, tenho certeza que é capaz de ele não ficar com mais ninguém até você perdoar ele

  - Não tem o que perdoar amigo - confessei tomando um gole da minha bebida - a gente não tem nada, ele faz o que quiser

  - Sabe que ele não pensa assim né Giih? - ele murmurou com um riso abafado

- Pois então é bom que ele comesse a pensar - choraminguei bebendo mais um pouco

Léo ficou ali batendo papo comigo até a Clara aparecer dizendo que queria ir embora, agradeci mentalmente por isso.

O Matheus ficou reclamando pedindo para que ficássemos mais um pouco, fiz um teatrinho dizendo que meu pé estava doendo e que também iria trabalhar amanhã cedo.

  - Você tá se tornando uma velha Gigica - Matheus falou me fazendo concordar com ele

- Eu tenho que concordar com isso em - falei sorrindo - já estou até sentindo meus ossos atrofiarem

Entreguei meu cartão para Léo pagar minha parte no caixa já que ele ia pagar a parte dele e a da Clara, fui me despedir do pessoal que já começava a ficar alegres.

  - Mana não vou pra casa hoje tá - a Ceci falou enquanto eu me aproximava dela

- Cuidado vocês dois em - falei me despedindo do Vinicius que estava sentado ao seu lado

  - Tchau minha vidona - falei para Larissa - ve se não bebe muito em

- Isso foi um desafio para mim beber mais? - ela brincou se despedindo de mim

Dei um breve aceno para Rafael que ainda me olhava atento e me retribuiu um sorriso enquanto levantava seu copo em minha direção.

Aproveitei que Clara foi no banheiro e andei até o balcão para comprar uma soda antes de ir embora, Pedro estava sentando sozinho mexendo no celular.

  - Já vai? - ele perguntou erguendo os olhos para mim

- Sim - respondi enquanto esperava o garçom trazer o refrigerante

- Quer que eu te leve? - Pedro falou com a voz meio rouca

-  Não - falei tentando não render assunto

- Giovanna eu - Pedro começou a falar mas eu já sabia o que estava por vir então só peguei o meu refrigerante e cortei a fala do Pedro

- Sério Pedro, Boa noite - falei passando por ele

Ouvi ele me chamar mas realmente não fiz questão de me virar para olhá-lo, paguei pelo meu refringente e fui para a porta esperar pelos meus amigos.

  - Giovanna me desculpa - ouvi a voz de Pedro atrás de mim - eu sei que fui um babaca, eu não deveria ter falado aquilo, eu não deveria nem ter cogitado essa ideia

- Uau, você é muito bom em reconhecer o erro quando é tarde demais - falei tentando evitar contato visual - entra pra dentro Pedro

  - Não, eu não quero deixar a gente ficar assim - Pedro falou se aproximando de mim - fala comigo por favor

- Eu já estou falando Pedro - respondi sentindo meu coração bater mais forte - e não existe isso de nós, eu falei ontem para você para irmos devagar, você lembra disso?

  - Lembro - ele respondeu baixo

- Pois muito bem - voltei a falar - talvez a gente não devesse tentar nada. Sério Pedro, com certeza temos muito mais chances somente como amigos.

- Eu não quero ser seu amigo Giovanna - ele falou me fazendo olhá-lo nos olhos

- Então não seremos nada Pedro, porque eu não quero que você seja nada a mais que isso - falei cansada - é melhor continuar como se nunca tivéssemos nos envolvido

Ouvi a voz da Clara e do Léo se aproximarem de nós diminuído o tom da conversa cada vez que eles chegavam perto de nós.

- Vamos mana? - a Clara perguntou me fazendo concordar com ele

- Boa noite Pedro - murmurei me virando e sai andando a lado de Clara

Entramos no carro do Léo que logo deu partida, me encostei no banco fechando os olhos sentindo o meu corpo extremamente pesado.

A Clara foi conversando sobre uma viagem que ela tava querendo marcar no meio do ano, entrei no assunto com ela para tentar distrair a cabeça.

Não demorou muito para o Léo estacionar em frente ao meu prédio, agradeci os meus amigos e pedi que me avisassem assim que eles chegassem em casa.

Entrei no prédio dando um boa noite rápido para o porteiro e segui pelo hall até o elevador pegando a chave de casa dentro da minha bolsa.

Entrei em casa vendo duas bolinhas de pelos deitados juntos no meu sofá ao ascender à luz. Tranquei a porta atrás de mim e  me apoiei na parede para tirar o tênis.

Me sentei no sofá acordando os filhotes que logo subiram no meu colo, peguei meu celular mandando uma mensagem para Pedro avisando que amanhã eu deixaria o pingo na casa dele.

  - É amor da mamãe - falei pegando pingo - parece que a gente não vai se ver por um tempinho

Coloquei os filhotes no sofá dando um beijo rápido em cada um e fui para o meu quarto tomar um banho para dar uma relaxada no corpo.

Não demorei nada mais que o necessário no banheiro, sai do quarto enrolada na toalha vestindo a camisa de Pedro que estava jogada na minha cama.

Havia uma notificação dele no meu telefone escrito um "ok", coloquei meu celular para carregar e me deitei na cama adormecendo poucos minutos depois.

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