Cap 86

819 38 1
                                    

"Vou querer não" foram essas as palavras exatas que o Pedro me disse antes do meu fondue chegar e ele devorar tudo.

  - E depois a formiga sou eu né! - falei para Pedro

- Você insistiu um monte de vez pra eu comer esse doce ai - ele falou deixando o gardunho no prato

- Eu perguntei só uma vez cara - falei rindo - você já tava de olho faz tempo

- De olho em você? - ele falou - estava mesmo

Dei risada enquanto negava com a cabeça, eita homem que tem piadinha o tempo todo em.

Mesmo eu insistindo muito em rachar a conta com o Pedro ele quis fazer o ar da graça e pagar tudo sozinho.

- Quer que eu te busque antes da aula? - ele perguntou abrindo a porta do carro pra mim

- Não precisa, mô - falei me sentando no banco do passageiro - vou passar nos correios e ir direto

- Então você me dá uma carona na hora de ir embora - Pedro falou dando partida no carro - aí a gente dorme junto hoje

- Nem inventa, Pedro - murmurei travando o cinto de segurança - Vai ficar mal acostumado dormindo comigo toda vez

- Muito tarde pra falar isso - falou me olhando - tenho pesadelo quando não durmo contigo

Sorri negando com a cabeça, ficamos em uma mini batalha sobre dormir ou não dormir juntos hoje.
E por fim, Pedro me venceu pelo cansaço.

Observei as ruas que davam na minha loja e suspirei cansada lembrando que ainda teria o resto da tarde de trabalho.

- Tá entregue, amor - Pedro falou estacionando em frente à loja

- Obrigada, be - falei tirando o cinto

Pedro me deu um beijo calmo antes de finalmente me soltar para poder voltar a trabalhar.

- Peu, você tem reunião já já - falei deixando alguns selinhos na boca dele

- A única reunião que eu quero ter é com você e sua boca - falou me fazendo rir

- Vai logo Pedro. - falei me soltando mais uma vez

- Que chata em mano - murmurou destravando a porta do carro - Fala pro Léo andar logo

- Tá bom - falei saindo do carro

Dei a volta no carro indo até a janela do Pedro, deixei mais alguns selinhos na boca dele antes de entrar na loja.

- Que isso gente, na rua - Léo falou na porta da loja

- Cuidar da sua vida você não quer né - Pedro falou revirando os olhos

- Bom serviço para vocês - falei me despedindo deles

- Pra vocês também, Gigi - Léo falou e entrou no carro

Deixei a minha bolsa junto com a de Clara e acabei ficando o resto do expediente etiquetando as roupas do estoque, isso quando não estava ajudando as clientes na loja.

O movimento da clientela na nossa loja é algo que me deixa feliz, temos clientes o suficiente para nós dividirmos em 3 para dar conta de todas as pessoas.

Clara me ajudou a colocar os pedidos já embalados no carro, me despedi dela e segui o caminho até os correios.

Depois de uma longa fila de espera e um bom chá de cadeira, finalmente consegui despachar todos os pedidos.

Peguei um trânsito chatinho enquanto diria de volta pra minha casa, só pensando na coisa quentinha e gostosa que estaria no meu quarto, vulgo: minha cama.

Respirei aliviada quando a porta do elevador abriu me dando a visão da porta do meu apartamento.

- Oi minha bolotinha - falei ao entrar em casa sendo recebida pela Pandora - Que saudades de você meu amor

- Chegou cedo - Cecília falou aparecendo na sala

- Tive que passar nos correios hoje - falei deixando minha bolsa sobre o sofá

Peguei a Pandora no colo e me sentei no sofá com ela fazendo um carinho na sua barriguinha gordinha.

- Menos de uma semana em - Cecília falou se sentando do meu lado

- Pra que? - perguntei sentindo o cansaço se fazer presente

- Pra mim voltar pra BH, lesada - ela falou fazendo careta

- Voltar pra que, Ceci? - perguntei olhando pra ela - sabe que pode ficar aqui o tempo que você quiser

- Eu sei mana - Cecília suspirou - mas também não dá pra ficar aqui nas suas custas né

- Nas minhas custas o que, Cecília? - falei - você sabe muito bem que eu não ligo que você fique aqui, muito pelo contrário.

- Mas.... - começou a história triste

- Não tem essa de mais, fofa - murmurei puxando ela pra um abraço de lado - minha casa também e sua casa mana, você é e sempre será bem vinda para ficar o tempo que quiser

Cecília repousou a cabeça no meu ombro e suspirou aliviada, comecei a fazer um carinho no seu cabelo.

- Apesar de você ser meio chata, eu gosto da eu companhia aqui - confessei sorrindo

- Engraçadinha - ela falou - a mamãe vai me matar

- Ela vai entender se você quiser ficar - falei me levantando - depois de fazer muito drama, é claro

- Vou tentar convencer eles quando eu voltar pra BH - ela falou me seguindo até meu quarto - preciso de mais roupas

- A mala que você trouxe, não foi suficiente? - perguntei vendo ela negar com a cabeça

Cecília e eu acabamos assistindo um filme de comédia que achamos na Netflix.

- E o Vini? - perguntei me deitando ao lado dela

- Tá bem - respondeu simples

- Brigaram? - ela concordou com a cabeça - por que?

- Ah mana, ele começou com uns papos querendo que eu não volte pra BH - ela falou ainda olhando pra televisão - não tava com saco pra aturar

- Mas eu também não quero que você volte pra BH, Cecília - falei

- Mas é diferente Giih, você é minha irmã - falou - não um garoto que eu tô ficando a menos de um mês

- Você fala assim mas tá gamadinha nele - brinquei

- As vezes você parece uma velha falando - ela falou me olhando

- Eu sei, já me conformei com isso - murmurei fazendo careta - avisa pra ele que você vai ficar

- Mas ele vai achar que é por ele, Giih - ela choramingou

- Eu falo pra ele que foi eu quem te convenci a ficar mana, relaxa - falei - agora manda mensagem logo.

Voltei a prestar atenção no filme, não sem em que momento exato eu dormi, mas acordei com o despertador tocando.

Tomei um banho quentinho e como a noite estava ficando mais fria, acabei optando por vestir uma leggin, uma blusa manga longa e minha jaqueta puffer por cima.

Calcei meu coturno branco para dar um destaque, passei uma chapinha bem xoxa no cabelo e peguei meu celular saindo do quarto.

ENTRELAÇADOSOnde histórias criam vida. Descubra agora