A morte chega para todos

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- Acabei de lembrar de onde conheço esse cheiro - disse Nikolai sem olhar pra Zaila - senti esse cheiro na academia, o odor do professor Ritter, você dormiu com ele?

- E de que isso importa pra você? - retrucou Zaila de braços cruzados - desde quando minha vida pessoal é da sua conta?!

- Vou entender isso como um sim - resmungou Nikolai.

- Não tenho tempo nem paciência para isso - suspirou Zaila irritada - quer saber? Preciso interrogar o nosso amigo - a druida se dirigiu para o outro cômodo e fechou a porta atrás de si ficando a sós com o cultista que a olhada com desprezo.

- Acha que vai tirar algo de mim? - disse o cultista com a cabeça sangrando e tom de desafio.

- Ah não, na verdade não espero - disse Zaila indiferente - isso foi o que eu falei para meus companheiros, na verdade eu simplesmente espero descontar em você toda a minha frustração dos últimos tempos usando tudo que aprendi com as Nornas a respeito de tortura. Você pode falar informações importantes se quiser na esperança pífia de me fazer parar, mas vou lhe contar um segredo: eu não vou parar até que a dor que eu lhe cause seja tamanha a ponto de eu reunir você a seu deus.

Aparentemente o cultista não levou as palavras de Zaila a sério, porém a druida tirou de sua bolsa uma simples agulha e segurando o pulso do homem cravou a agulha lentamente por baixo da sua unha. Zaila sentiu o homem se retesar por completo com a dor e segurar as feições e sons para não demonstrar fraqueza, mas ela não estava preocupada com isso, tinha muito tempo para se divertir.

Removendo a agulha tão lentamente quanto a penetrou, ela puxou outro dedo e repetiu o mesmo procedimento, sentido as reações do cultista em tentar conter seus sinais de dor. Após já ter perfurado cada dedo, ela deixou a agulha de lado e puxou alicate que usou para arrancar lentamente uma de suas unhas, fazendo escorrer sangue e finalmente o cultista arfar de dor quando foi arrancada. Zaila continuou arrancando uma a uma, fazendo com que pouco a pouco ele não se contivesse mais em seus sinais de dor enquanto seus Vigias assistiam a tudo atenta e curiosamente dos cantos do cômodo.

Quando não havia mais unhas, apenas dedos melados de sangue, Zaila pegou o dedo mínimo por baixo e inclinou lentamente para trás, até que sua anatomia natural começasse a causar resistência, formando até ouvir um estalo e o dedo se virar mole para trás tirando finalmente um grito do cultista.

- Olha só, parece que agora estamos chegando a algum lugar - disse maliciosamente a druida, e pelo semblante do cultista ele finalmente a levava a sério, bastando perder mais dois dedos para que ele começasse dar informações sobre o culto. Mas como ela havia dito, não pararia por aí, com uma faca ela cortou lentamente uma das orelhas com a tranquilidade de quem cortava um pedaço de carne enquanto o sangue melado escorria pela cabeça do homem.

***

- Espero que ela tenha ciência que esses gritos podem acabar alertando alguém que esteja passando pela rua - resmungou Nikolai, entretanto Lazarus nem prestou atenção, olhando para o nada absorto em seus pensamentos - ocupado pensando? Assim como na praça pouco antes de quase morrermos?

- Eu salvei vocês não foi? - retrucou Lazarus odiando a petulância incômoda do dampiro - e também não ouvi você reclamar quando curei seus ferimentos vindo pra cá.

- Você tem ideia do quanto sofremos para enfrentar aquela coisa antes de você chegar?! Seu projeto de coveiro rejeitado!

- Hum... - resmungou Lazarus, se perdendo em pensamentos novamente ignorando o dampiro, pois as palavras de Nikolai o fizeram estranhamente relembrar os últimos acontecimentos no necrotério pouco antes da horda de mortos atacar, especialmente as últimas palavras - eu preciso ir...

Bastardos SombriosOnde histórias criam vida. Descubra agora