Bruxa do mar

13 4 1
                                    

- Eu não tenho dúvidas da criatura odiosa que está próxima de nós - afirmou Zaila ficando extremamente zangada - estamos enfrentando uma bruxa do mar. Todos esses sinais que observamos indicando o traço sútil, porém maligno da magia feérica de uma bruxa do mar.

- O que pode nos dizer sobre elas? - indagou Lazarus.

- Bruxas do mar são as mais horrendas de todas - o humor de Zaila havia mudado drasticamente quando entendeu que enfrentariam uma bruxa - talvez por esse motivo elas adoram tornar tudo tão horrivelmente feio quando ela. Tomem cuidado, se formos enfrentá-la em seu covil, ela usará seu elemento favorável contra nós, portanto evitem ficar dentro d'água. Ela também deve possuir servos em sua toca, e para deixar marcas tão fortes no ambiente, ela certamente é uma bruxa antiga.

- Então o que sugere que façamos, você que tem mais experiência com bruxas? - perguntou Nikolai.

- Matamos a bruxa - falou Zaila entrando na água até os joelhos - deve haver uma caverna subaquática aqui em algum lugar.

- Zaila, espere... - começou Lazarus, mas antes que ele conseguisse falar mais alguma coisa, a druida se transformava novamente em um tubarão e adentrava as águas profundas.

- Não deveríamos entrar assim no antro da bruxa sem um plano de ação, ainda mais se ela é antiga e forte como Zaila diz - censurou o clérigo.

- Quando ela coloca uma coisa na cabeça... - comentou Nikolai - mas de qualquer jeito não podemos deixar ela ir sozinha.

- Provavelmente vou afundar como uma pedra, mas não preciso respirar então posso chegar até essa caverna submersa - disse Lazarus - mas e quanto a você?

- Minha herança sanguínea vampírica me exige que eu ainda me alimente e descanse, mas me isenta de precisar respirar, posso nada até lá sem problemas - respondeu o dampiro e ambos entraram na água andando, até que em uma sensação de vertigem quando a rocha abaixo deles acabou e afundaram no mar.

Nikolai nadou com presteza, vislumbrando o tubarão que era sua amiga nadando para baixo em busca da entrada do covil. Zaila usava o olfato apurado do tubarão, rastreando o pútrido odor da bruxa quando notou peixes de escamas negras e olhos brancos a seguindo no mar, fazendo ela pensou consigo "parece que nem aqui vocês me deixam em paz não é seus miseráveizinhos". Continuando sua busca, bem fundo e diretamente abaixo da praia, ela encontrou uma caverna submersa de onde o cheiro vinha mais forte e passou a segui-lo.

Lazarus afundou mais rápido do que Nikolai nadava, se apoiando nos rochedos para não cair fundo demais. Observando onde Zaila havia adentrado, ele mirou sua rota em direção ao fundo com cuidado para se segurar na borda da caverna e poder adentrá-la caminhando a passos lentos na água. Nikolai seguiu nadando pela caverna já haviam até mesmo perdido Zaila de vista. Vez ou outra o fluxo de água que ia e vinha com a maré desequilibrava Lazarus, mas enfim ambos chegaram em uma elevação do túnel que dava para um bolsão de ar dentro da caverna.

Lazarus escalou para chegar até a superfície e encontrou Nikolai que havia chegando uns instantes antes, fazendo sinal de silêncio, então sussurrou para ele - vamos com cautela, não sabemos onde está a bruxa.

- Onde está Zaila? - indagou Lazarus enquanto Nikolai estendia o braço para ajudá-lo a sair da água.

- Em frente, não está nos esperando - respondeu frustrado o warlock apontando para longe. A caverna era ampla apesar de bastante irregular, fazendo com que bastante áreas fossem alagadas, havia bastante restos de peixes e outros animais marinhos assim como algas que balançavam com o fluxo de água. Zaila estava visível bem a frente vasculhando a caverna atrás de seu alvo.

Bastardos SombriosOnde histórias criam vida. Descubra agora