Escudo de carvalho

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- Diga-me humano, onde estão os Bastardos Sombrios?! - disse o líder dos elfos agarrando um cidadão assustado da vila pelo colarinho.

- E.. eu não sei de quem você está falando! - gaguejou o pobre homem.

- Um cadáver ambulante, um mestiço vampiro e uma bruxa fétida! - vociferou o elfo. Ele usava trajes do estilo élfico próprias para viagem e exploração nas matas assim como seus seguidores, portavam arcos longos ou cimitarras na cintura e ele próprio sendo o líder usava uma tiara sobre os cabelos longos e negros, indicando uma possível realeza. Seus olhos azuis penetrantes assustavam a todos os aldeões a quem interrogava sem acabar tirando qualquer informação relevante.

- Eu vi uns tipos estranhos a quem você se refere - disse um homem de meia idade saindo da taverna.

- E quem seria você e o que gostaria de ter em troca da informação? - indagou o líder elfo, já sabendo como lidar com humanos. Um curto silêncio se seguiu enquanto corvos sobre telhados ou árvores grasnavam.

- Eu sou o burgomestre dessa cidade - respondeu ele alisando seu bigode - contratei eles para um serviço e paguei uma quantia significativa pelo trabalho, eles disseram que estão cientes da presença de vocês aqui e estão dispostos a conversar sem armas.

O elfo o analisou dos pés a cabeça, condescendente, olhou por cima do ombro e ordenou que um dos seus soldados entrasse com ele armado enquanto o restante ficasse a postos ao redor da taverna com arcos em riste.

A dupla de elfos adentrou o estabelecimento e esquadrinhando o lugar esquálido, não demoraram a localizar quem eles queriam. O dampiro estava sentado despojadamente equelibrando-se sobre as pernas traseiras da cadeira e o morto-vivo brincava com um par de moedas sobre a mesa. O elfo franziu o cenho ao ver que havia um corvo empoeleirado sobre a terceira cadeira onde havia também uma sacola de couro apoiada.

Eles acreditavam ser muito espertos, mas Frodziel sabia que a bruxa podia assumir a forma de animais, os mercenários hediondos acreditavam que iriam conseguir surpreendê-los dessa maneira? Ele apenas esboçou um sorriso quando puxou uma cadeira para se sentar e seu companheiro ficou em pé atrás dele.

- Vá direto ao assunto colega - disse a voz abafada por trás da máscara de leproso - quem é você e porquê está atrás de nós?

- Sou Frodziel, estou aqui para vingar meu irmão mais novo - respondeu ele sem rodeios - morto pelos mercenários conhecidos como Bastardos Sombrios ao tentar recuperar o colar que era seu por direito e...

- Por direito das suas leis, nas suas terras - interrompeu Nikolai - você está muito longe de casa para impor suas leis sobre nossa gente.

Frodziel se inclinou levemente e olhou para a cintura do warlock, rindo levemente - muito corajoso para um homenzinho desarmado.

- Poderia acabar com você com minhas próprias mãos se necessário seu safado de orelhas pontudas - retrucou Nikolai.

- Morreria antes que tentasse - disse o guarda costas de Frodziel desembarcando sua cimitarra, mas sendo interrompido pela mão erguida de seu Senhor.

- Pediram para conversar antes que nós os matassemos - disse o elfo - creio que não foi apenas para me insultar, é melhor para você começar a me tratar com o devido respeito para com um Lorde élfico. Vocês não tem vantagem alguma aqui, se pensam que tem algum elemento surpresa ao ocultarem a druida na forma de corvo, sei quem são vocês, deveria fazer todos se ajoelharam e beijarem minha mão.

- Isto? - indagou Lazarus apontando para o corvo - oh não, isto não é Zaila, é apenas o familiar que ela invocou. Zaila acabou de sair por aquela porta coberta por sua ilusão que a fez se assemelhar ao burgomestre da cidade a atrair somente o líder de sua comitiva para nossas companhia.

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