Sangue demoníaco

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- Eu vou arrancar sua cabeça! - gritou Nikolai para a súcubos, brandando sua lâmina contra o ar e lançando duas rajadas místicas contra ela. O primeiro golpe foi rápido o suficiente para pegá-la de surpresa, mas a criatura demoníaca logo bateu suas asas de morcego voando para cima e evitando a segunda rajada.

A ferida não pareceu incomoda-la, pelo contrário, ela parecia se divertir com a raiva do dampiro. Sua gargalhada nefasta foi se desvanecendo assim como sua imagem, até por fim sumir de vista.

- Invisibilidade? - indagou Lazarus de escudo erguido a frente de Zaila.

- Não - ponderou a druida, pensando agora se a visão do Vigias concediam a ela a visão do invisível, mas achou pouco provável - a forma como ela desapareceu condiz com uma transposição planar para o plano etéreo. Já vi as Nornas fazerem isso mil vezes.

Apesar disso, ela não se demorou em palavras, pois o cambion a sua frente se preparava para atacar e segundo a súcubos, ele havia se segurado no dia anterior. Em palavras silvestres, Zaila balançou seu cajado e fez novamente raízes nodosas irromperem do chão para tentar imobilizar o cambion. As grossas raízes envolveram o demônio e o seguraram, mas sua gargalhada era um péssimo sinal. Fazendo pouco esforço, o cambiom arrebentou as raízes como se estivesse sendo agarrado por capim seco, para consternação da druida.

- Minha vez - rosnou o cambion, golpeando o ar com sua lança e lançando dois potentes raios de fogo que chiaram ao romper o ar em alta velocidade contra os bastardos. Na tentativa de se esquivar, os raios atingiram com grande dor Nikolai e Zaila, que sentiram sua carne queimar e serem lançados contra as paredes das casas na estreita rua.

Lazarus sabia que estava muito avariado e não suportaria lutar mais muito tempo, a batalha com Nikolai havia sido mais dura do que ele próprio havia previsto, então sabia que contra demônios ele precisaria usar o melhor que tinha - arautos de Myrkul! O clérigo que vos fala evoca sua presença com urgência para enviar estes seres antinaturais de volta ao poço infernal de onde saíram!

O ar tremeu ao redor de Lazarus quando ele proferiu seu grito de batalha sacro e os espectros pálidos surgiram obedientes para servir lado a lado com o clérigo contra os seres infernais. Os olhos furiosos de Nikolai esquadrinharam os arredores procurando sinal do demônio que ele queria matar, mas a dor do fogo o fez se voltar animalescamente para o cambion.

- Eu terminarei de matá-lo agora mesmo! - rosnou o dampiro empunhando sua espada com as duas mãos e correndo na direção do cambion. Ele sentia dificuldade em manejar a lâmina que tinha sua maldição sobre Lazarus, sentindo fortes rebelões da arma querendo a vítima que lhe foi prometida, impedindo Nikolai de conseguir atingir seu alvo com os golpes que fizeram o Cambion rir.

Zaila sentiu um toque em sua mente, mesmo sendo resistente a encantamentos, ela sentia que a súcubos tentava lhe forçar a mente assim como fizera com Nikolai. Ela facilmente resistiu ao poder demoníaco, mas Zaila também a pegou em um terrível erro: ela sabia que para que a súcubos usasse seus encantos ela precisaria sair do plano etéreo. Com seus Vigias a postos, ela procurou por sinais dela, terminando por achá-la sobre os telhados tentando se ocultar enquanto sussurrava suas palavras pelo ar.

- Nikolai! - gritou Zaila para que ele a notasse apontar a direção acima deles sem mesmo olhar como se cega fosse. Nikolai mesmo enraivecido tinha consciência suficiente para colocar a cabeça no lugar e agir como um soldado, prontamente entendendo o sinal.

A própria Zaila não continha sua ira pela súcubos que colocou Nikolai contra eles. Segurando seu cajado com as duas mãos ela em uma das poucas vezes que conjurou suas palavras mágicas silvestres aos gritos, fez surgir uma crescente nuvem negra no céu juntamente com rajadas de vento que prenunciavam a tempestade. Tendo clara visão do seu alvo no telhado através de seus Vigias, fez-lhe cair um raio sobre sua cabeça que a atingiu com velocidade e seu grito de agonia foi abafado pelo estrondo do relâmpago.

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