Contrato

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Rupert não sabia o que estava fazendo naquele lugar procurando aquele tipo de pessoa, só podia estar muito desesperado. Nunca se envolveria com essa gente em circunstâncias normais "seu hipócrita, é por se envolver com gente muito pior que você está nessa situação" pensou ele consigo mesmo. Rupert era um bardo muito famoso que estava em Ravenhill nas últimas semanas, porém já fazia mais de um mês que notara sinais que seu passado viera para lhe cobrar. Com em sua estada na cidade que começou a procurar uma forma de resolver seu problema, foi quando um comerciante que conhecera recomendou um grupo estranho de pessoas que costumam lidar com problemas de caráter sobrenatural.

O bardo possuía cabelos negros e olhos azuis, barba bem feita e roupas azuis, brancas e púrpuras bem alinhadas e finas, já o estabelecimento em que estava parado a frente não era esquálido, mas estava bem abaixo do habitual que o dinheiro de Rupert podia pagar e destoava bastante da figura que estava parado em frente dele. Finalmente um uivo longínquo o fez criar coragem, Rupert entrou para ver trabalhadores braçais bebendo após o dia de trabalho. Ele se dirigiu até o balcão onde perguntou para o taverneiro robusto e barbudo.

- Com licença caro senhor, sabe onde posso encontrar um grupo de mercenários que atende por Bastardos Sombrios? - indagou ele com sua voz melodiosa.

- Quem? - retrucou o taverneiro avulso.

- Fiquei sabendo que são um trio do tipo estranho, me disseram que encontraria eles aqui - detalhou melhor Rupert.

- Ah sim, há um trio estranho que está hospedado aqui tem uma semana, eles ficam na mesa mais ao fundo durante o dia esperando gente com problemas, assim como você, aparecer.

C..certo, obrigado - gaguejou Rupert e seguiu para onde o taverneiro havia apontado. A taverna tinha formato de L e após a curva havia mais algumas mesas com menos gente, ali também ficava a escada para o segundo andar e quartos, porém no final do cômodo no canto mais escuro ele identificou em uma mesa próximo da parede aqueles que procurava.

Se aproximando, um deles que estava mais a direita fez sinal para se sentar sem que nenhuma palavra fosse dita. O homem estava envolto em mantos negros e esfarrapados, sobre sua cabeça um capuz e em seu rosto uma máscara da lepra, não era possível ver nenhuma parte do seu corpo além de seus olhos cinzentos e frígidos que pareciam estressados, como se muito barulho o incomodasse, apesar do recinto estar bem quieto. Rupert se perguntou como o taverneiro permitiu a entrada de um leproso em seu estabelecimento.

No meio estava um homem impornte de cabelos negros e olhos vermelhos, usava um uniforme militar vermelho com um manto de pele de urso e uma ombreira de metal com cabeça de lobo. Ele bebia vinho em um cálice que pousou sobre a mesa, seus ares e trejeitos eram tão arrogantes quanto os de qualquer nobre que o bardo já conhecera, apesar de que enquanto ele bebida, jurava ter visto um par de presas longas em sua boca. Rupert não sabia que era porque a sombra daquele homem se movia ligeiramente em atraso em relação ao seu dono, mas achou extremamente desconfortável olhar para ele por muito tempo.

A mulher mais a esquerda era muito bela e ao mesmo tempo de aparência temível. Tinha longos cabelos negros e lisos, olhos verdes e sua pele era púrpura com runas gravadas através de cortes, sobre sua cabeça havia uma espécie de tiara ou mesmo uma coroa de galhos retorcidos que parecia algum tipo de adorno. Falando em adornos, Rupert notou a quantidade deles que ela usava, desde colares, anéis e brincos, além de toda sua indumentária e roupas remeterem s cultura druídica, povo muito recluso e temido pelas cidades, tal era intimidadora sua presença que somente naquele canto Rupert havia notado pequenos ratos negros de olhos brancos que fitavam a mulher, pelo visto ela atraía animais sinistros.

- Então v.. vocês são os Bastardos Sombrios? Eu me chamo Rupert, sou um bardo bastante famoso, vocês já devem até ter ouvido minhas músicas, eu sou...

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