Arquifeérico

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- Vejo porque aqueles elfos não conseguiram passar dos guardiões - comentou Nikolai rindo - tentaram matar árvores com flechas...

- Então o que vamos fazer? - indagou Lazarus, vendo que Zaila ainda estava indecisa.

- Bem, apesar de eu não ter problema em saquear de alguém que não precisa dais dos bens, vejo que vocês dois tem - começou o dampiro - então é isso, quebramos nosso acordo e voltamos a ter problemas com os elfos.

- Então só vamos embora? - indagou Zaila um pouco mais aliviada.

- Não é tão simples. Quando perceber que fugimos, Fradziel vai ir atrás de nós e podemos não perceber sua aproximação outra vez - disse o clérigo - o ideal seria matarmos ele. Poderíamos chegar na surdina de volta a cidade e eliminar eles sem que estejam esperando.

- Ele já está aqui por vingança - comentou a druida - o que impede que outro venha atrás disso também? Não muda nada.

- Usamos ele de exemplo - retrucou Nikolai - deixamos uma imagem bem bonita no vilarejo para que todos se lembrem do que aconteceu.

- Isso vai ser ótimo para os negócios - ironizou Lazarus - talvez seja melhor confrontamos eles, dizer que o acordo viola nossos princípios e partir para um confronto direto e justo.

- Justo? Somos três contra uns quinze elfos - respondeu Zaila.

- A desvantagem era maior no templo da morte - respondeu Nikolai - podemos com eles.

- Se pouparmos eles talvez possamos passar uma mensagem de que não desejamos mais conflito - disse Lazarus.

- Já trucidamos vários deles antes lembra? É por isso que estão aqui - retrucou o warlock - ainda prefiro passar a outra mensagem.

- Não vamos conseguir nada aqui esperando, se ficarmos discutindo é mais fácil que Fradziel venha até nós do que nós até ele - resmungou Zaila saindo a caminho da vila impacientemente com seus colegas se entreolhando e a seguindo.

***

Os elfos que estavam de vigia na entrada da cidade consideraram os corvos de olhos brancos que pousavam sobre os telhados como um mau agouro, para logo em seguida avistarem as três figuras sinistras subindo a rua de mãos vazias, alertando-os para um possível conflito.

O braço direito de Fradziel entrou na taverna onde o mesmo ainda esperava por notícias, para ser então avisado com más novas e frustração. Antes de sair porta a fora, ele desembanhou metade da espada, dando uma boa olhada em sua lâmina e a guardando novamente como quem da um voto de confiança a um bom amigo.

Na rua, os moradores que ainda perambulavam logo foram para suas casas ao notar o aglomero de elfos na estrada principal de fronte aos três mercenários estranhos.

- Vejo que nada trazem em mãos para mim - resmungou Fradziel com a mão repousando sobre o cabo de sua espada.

- Você tentou nos enganar - começou Zaila se exaltando conforme falava - você sabia quem éramos e sabia que eu era uma druida, sabia que Lazarus era um clérigo da morte. E ainda assim pede para profanarmos um túmulo druídico? Você deve ter pouco amor a vida.

- Imaginei que a falta de escrúpulos do terceiro colocaria vocês na direção que eu precisava - retrucou Fradziel.

Nikolai deu de ombros silenciosamente.

- Ainda assim você mesmo esperava que nós derrotássemos os guardiões de carvalho que você não conseguiu - disse Lazarus se pondo a frente - e pela postura que seus homens e você próprio estão tomando esperam nos subjugar. Como espera fazer isso se nos mandou fazer o que não conseguiu?

Bastardos SombriosOnde histórias criam vida. Descubra agora