Caminhos vazios

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- Mesmo que a viagem pelo plano astral seja preferível - indagou Nikolai em Shadowfell - como iremos chegar até ele?

O Andarilho repetiu suas palavras para Zaila em Feywild e para Lazarus no plano material e após uma pausa disse - permita-me.

- Quem disse isso? - indagou Lazarus, já que o Andarilho não indicou quem falou como de costume.

- Ah desculpe, lapso meu - disse ele com falsa modéstia - fui eu mesmo que disse.

- Você sabe como chegar ao plano etéreo? - indagou Zaila, e o Andarilho voltou a repetir ao resto do grupo.

- Veja, no passado foi tão utilizado este mecanismo que vocês corretamente supuseram ser uma passagem entre os três planos - disse ele apontando simultaneamente para as três estátuas - que as fronteiras entre eles se tornou fina. Não existe realmente uma passagem para o plano etéreo ali, porém eu posso abri-la.

Houve um silêncio onde sem saber, o três pensaram a mesma coisa, até que Lazarus proferiu - Imagino que ser mensageiro iria nos custar pouco, mas abrir esse portal vai nos custar bastante.

O Andarilho repetiu novamente as palavras de Lazarus para os outros dois e por fim assentiu com um sorriso cínico. Mas por fim, após ponderarem mais um pouco sobre o assunto e chegarem a conclusão que seria arriscado demajs passar muito tempo a procura de algo que eles suponham existir naqueles planos hostis, decidiram relutantemente aceitar a proposta do Andarilho.

- Pois bem, faça - disse Nikolai, que já sentia uma certa apatia proveniente da estadia naquele plano sorvedor de vitalidade. Enquanto Zaila começava a olhar por cima do ombro de forma paranoica a cada som estranho que ouvia ao longe.

- Terão que andar bastante. Vocês entrarão em lados opostos do plano etéreo, por isso não se encontrarão - disse o Andarilho enquanto erguia a mão em direção à estátua - vou usar a hipersensibilidade de Lazarus ao plano etéreo e transformá-lo em um farol para vocês seguirem.

Enquanto ele falava, o espaço em frente das estátuas começava a se tornar turvo e bruxuleante. Ao sinal de pronto do Andarilho, Zaila e Nikolai atravessaram o véu para o plano etéreo. A sensação foi como dobrar a si mesmo, quando chegaram do outro lado, é como se vissem toda aquela sala através de um vidro embassado.

Nikolai ainda conseguia ver a estátua de demônio e Zaila do arquifeérico, apesar de agora estarem no mesmo plano de existência, era como estarem em lados opostos do universo. Até mesmo sons que Zaila escutava em Feywild agora eram escutados como se seus ouvidos estivessem entupidos. Uma sensação de direção tomou ambos, uma certeza de por onde seguir. Supuseram corretamente que o Andarilho estava a canalizar a sensibilidade de Lazarus para guiá-los.

Assim começaram a andar, Lazarus seguia o andarilho no plano material e e este dizia que seus colegas seguiriam pelo mesmo caminho. Todos começaram a andar em direção ao corredor da direita do saguão. O caminho que antes não era visível pois dobrava a esquerda agora revelava um corredor mais comprido percorrido por quase toda sua extensão. O Andarilho adentrou a porta e Lazarus o seguiu, somente para encontrar um salão principal e nem sinal do mendigo.

O salão um dia foi suntuoso, agora em frangalhos. Servia como salão de dança, onde um lustre de cristal estava estilhaçado no meio dele, o salão era redondo com portas duplas ao final dele, em meia lua uma escada larga de ébano levava a um mezanino logo acima. Zaila via o salão com o piso rompido e exposto a terra, onde grossas e anormais vinhas cresciam pelas paredes e cogumelos maiores que ela se torciam sobre um chão alagado. Nikolai via um teto parcialmente desabado revelando partes do andar superior, além dos escombros havia vários restos apodrecidos de cadáveres não reconhecíveis.

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⏰ Última atualização: Aug 17 ⏰

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