3. The Lupin residence.

864 72 48
                                    

A residência Lupin.


    Crescendo no sistema, Sirius passou por várias casas em todos os seus gostos e personalidades, o menino já havia conhecido gente de todo o tipo. E se tem uma coisa a qual ele prestava atenção, eram os detalhes de cada lar o qual já passou. As cores, os móveis, a decoração... Já havia visto de tudo mesmo, ele diria.

    E a casa de Remus não tinha nenhuma cor além de preto, branco e cinza.

    — Você pode deixar os sapatos aqui nesse armário e o casaco no cabideiro ao lado.

    O submisso chutou os sapatos apertados para fora dos pés, suspirando de alívio ao ter os dedos libertos. O casaco escorregou para fora do corpo, tomando lugar num dos ganchos.

    O calor do ambiente o envolveu, ele quase sorriu.

    Remus devia ter dinheiro a bessa, Sirius pensou, desde que a casa parecia grande de forma absurda e mesmo assim se mostrava quente, logicamente devido aos aquecedores. Sirius não precisava ser o mais inteligente para saber que nem todos podiam pagar por algo como aquilo, em uma sociedade como aquela.

    Lupin passou por si, deixando a mochila surrada (única coisa que Sirius trouxera, afinal, era pouco o que tinha para trazer) sobre o sofá da sala ampla antes de ir até a cozinha quase no mesmo ambiente, separada apenas pelo balcão largo.

    O dominador era um homem quieto, Sirius notou isso também, mantendo o silêncio contínuo desde o momento em que deixaram Grey Hall para trás.

    A cozinha era um cômodo claro e organizado, com decoração minimalista e muita luz natural devido às janelas largas e as portas duplas que davam a um aparente jardim com folhas caídas no gramado.

    — Eu dou aula das oito às quatro durante as segundas, terças, quartas e quintas. Vou estar em casa de sexta à domingo. — O homem estava de costas para si, mexendo em um dos armários até encontrar uma xícara de chá que foi colocada no balcão, ao lado, um copo que Remus encheu com suco roxo retirado e recolocado na geladeira; os olhos de Sirius brilharam para o copo. — Você vai ter um tempo livre enquanto eu estiver fora e os domingos serão reservados para atividades de sua escolha. Eu não vou te exigir o extremo, mas li sua ficha e gostaria que fizesse algum curso, levando em consideração seu nível escasso a respeito da escolaridade. Mas acho que podemos falar sobre isso depois.

    Tomou um gole do chá, saboreando o gosto quente e doce enquanto pensava em mais informações para passar ao submisso.

    — Tenho uma diarista que me ajuda durante a semana, senhora Cooper. Ela vem durante a manhã, às segundas, quartas e sextas. Cuida da parte mais pesada da limpeza, eu costumo manter o melhor possível nos outros dias. Não gosto de coisas fora do lugar e nem que mexam nas minhas coisas, então mantenha suas mãozinhas para você. — O polegar resvalou pela porcelana da xícara, os olhos caramelos mirando Sirius de uma forma analítica. — Ah, também tem o jardineiro, mas ele quase não será presente, ocupado demais com a área externa...

    Sirius mal piscou, os olhos bicolores travados na direção de Remus, o corpo paralisado entre a sala e a cozinha. Ele estava respirando?

    Lupin suspirou.

    — Você parece tonto e eu não disse nem metade... — Negou, bebericando da xícara com chá adoçado com mel. — Por agora, tem alguma pergunta? E esse suco é seu, é de uva, espero que não desgoste... Tudo o que não preciso é suco de uva sendo jogado no meu rosto.

    Remus fez careta. Sirius sentiu as bochechas esquentarem ao se lembrar de uma situação bem específica.

    — Isso só aconteceu uma vez, e Dolores era uma velha terrível. — Os dedos magros pegaram o copo com receio depois de passos tímidos terem o levado até o balcão. Até parece... — Eu tenho uma pergunta.

SiriusOnde histórias criam vida. Descubra agora