Sua aurea refletida em meus espelhos.
Por mais que Sirius quisesse dizer algo, as palavras na ponta da língua, desde que o silêncio de Remus pareceu deixar a áurea dentro do carro bem suspeita, ele não disse. O menino se manteve calado enquanto o carro passava pelas ruas de Londres com o barulho suave do ronco do motor e uma velocidade moderada e correta para as ruas urbanas.
No banco do motorista, Remus parecia estar em um conflito interno sobre algo que Sirius não conseguia sequer pensar o que seria. Parte dele sabia que o silêncio do dominador era devido ao que aconteceu entre ele e Peter naquela manhã; essa mesma parte dele também nunca deixaria de achar Peter um completo e absoluto estúpido sem escrúpulos ou educação.
Mas, havia outra parte dele. Um lado que estreitava os olhos da curiosidade com afinco na direção de Remus, muito empenhado em descobrir o que quer que estivesse passando pela cabeça do dominador.
Ainda sim, mesmo que a curiosidade, a ansiedade e muitos outros sentimentos fizessem seu estômago revirar, Sirius foi um bom garoto ao manter o silêncio por todo o caminho até a residência Lupin; secretamente, o submisso decidiu que era muito melhor se perder em sua própria mente e na sensação fantasma dos lábios de Remus nos seus, do que questionar o homem mais velho de algo desconhecido que, se ele quisesse que Sirius soubesse, já teria dito em voz alta.
Foi apenas quando ambos já estavam dentro de casa que o silêncio foi interrompido e, surpreendentemente, não foi através de Sirius.
— Sirius?
Remus tinha um timbre quase urgente, se o submisso pudesse opinar. Erguendo os olhos na direção do dominador, ele podia ver toda a expressão em seu rosto se contorcer e distorcer em algo vago, mas preocupante.
Remus John Lupin parecia verdadeiramente nervoso com algo pela primeira vez, aos olhos de Sirius.
— Sim?
O homem chegou a abrir a boca duas vezes, apenas para a fechar novamente e suspirar. Por fim, perguntou algo totalmente aleatório.
— Você está com fome? Pelo horário, deve estar, é perto da hora do almoço... — Remus divagou, seguindo até a cozinha depois de deixar suas coisas e as de Sirius no sofá da sala, chutando os sapatos para fora dos pés e sobre o tapete macio, puxando o nó da gravata e desabotoando as mangas da blusa para começar a dobrá-las até a altura do cotovelo. — Vou fazer algo para nós.
Sirius franziu o cenho.
Em um dia normal, Remus pediria para Sirius guardar sua mochila em seu quarto, colocar os sapatos no lugar certo e deixar a roupa suja no cesto ou, se estiverem limpas, dobrá-las e guardá-las. Em um dia normal, Remus não cozinharia usando uma de suas blusas que usa para trabalhar, não deixaria a gravata jogada ao redor do pescoço de forma desleixada e com chances de ter as pontas encostando em algo alimentício no processo de fazer uma refeição para eles.
Mas hoje não é um dia normal.
E, ainda com o cenho franzido, Sirius imita seu dominador ao retirar os tênis e os deixar desleixadamente jogados ao lado dos sapatos sociais maiores que o seus, caminhando até a cozinha logo em seguida.
— O que aconteceu?
No ambiente claro e limpo, Remus abriu a geladeira para pegar o que precisava, ignorando completamente o que Sirius havia perguntado.
— O que você acha de um sanduíche?
Sirius quis bufar com o ato, ser ignorado nunca foi uma de suas coisas preferidas, ele achava que não era a de ninguém.
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Sirius
Fanfic[CONTÉUDO +18/BDSM AU] "Em um dia confuso, você vai me guiar?" [...] Sirius cresceu no sistema. Total e completamente largado em um mar de desinteresse, confusão e abandono. Remus surge em uma manhã cinzenta como o sol que vai guia-lo para casa. [R...