34. Your halo reflected in my mirrors.

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Sua aurea refletida em meus espelhos.


    Por mais que Sirius quisesse dizer algo, as palavras na ponta da língua, desde que o silêncio de Remus pareceu deixar a áurea dentro do carro bem suspeita, ele não disse. O menino se manteve calado enquanto o carro passava pelas ruas de Londres com o barulho suave do ronco do motor e uma velocidade moderada e correta para as ruas urbanas.

    No banco do motorista, Remus parecia estar em um conflito interno sobre algo que Sirius não conseguia sequer pensar o que seria. Parte dele sabia que o silêncio do dominador era devido ao que aconteceu entre ele e Peter naquela manhã; essa mesma parte dele também nunca deixaria de achar Peter um completo e absoluto estúpido sem escrúpulos ou educação.

    Mas, havia outra parte dele. Um lado que estreitava os olhos da curiosidade com afinco na direção de Remus, muito empenhado em descobrir o que quer que estivesse passando pela cabeça do dominador.

    Ainda sim, mesmo que a curiosidade, a ansiedade e muitos outros sentimentos fizessem seu estômago revirar, Sirius foi um bom garoto ao manter o silêncio por todo o caminho até a residência Lupin; secretamente, o submisso decidiu que era muito melhor se perder em sua própria mente e na sensação fantasma dos lábios de Remus nos seus, do que questionar o homem mais velho de algo desconhecido que, se ele quisesse que Sirius soubesse, já teria dito em voz alta.

    Foi apenas quando ambos já estavam dentro de casa que o silêncio foi interrompido e, surpreendentemente, não foi através de Sirius.

    — Sirius?

    Remus tinha um timbre quase urgente, se o submisso pudesse opinar. Erguendo os olhos na direção do dominador, ele podia ver toda a expressão em seu rosto se contorcer e distorcer em algo vago, mas preocupante.

    Remus John Lupin parecia verdadeiramente nervoso com algo pela primeira vez, aos olhos de Sirius.

    — Sim?

    O homem chegou a abrir a boca duas vezes, apenas para a fechar novamente e suspirar. Por fim, perguntou algo totalmente aleatório.

    — Você está com fome? Pelo horário, deve estar, é perto da hora do almoço... — Remus divagou, seguindo até a cozinha depois de deixar suas coisas e as de Sirius no sofá da sala, chutando os sapatos para fora dos pés e sobre o tapete macio, puxando o nó da gravata e desabotoando as mangas da blusa para começar a dobrá-las até a altura do cotovelo. — Vou fazer algo para nós.

    Sirius franziu o cenho.

    Em um dia normal, Remus pediria para Sirius guardar sua mochila em seu quarto, colocar os sapatos no lugar certo e deixar a roupa suja no cesto ou, se estiverem limpas, dobrá-las e guardá-las. Em um dia normal, Remus não cozinharia usando uma de suas blusas que usa para trabalhar, não deixaria a gravata jogada ao redor do pescoço de forma desleixada e com chances de ter as pontas encostando em algo alimentício no processo de fazer uma refeição para eles.

    Mas hoje não é um dia normal.

    E, ainda com o cenho franzido, Sirius imita seu dominador ao retirar os tênis e os deixar desleixadamente jogados ao lado dos sapatos sociais maiores que o seus, caminhando até a cozinha logo em seguida.

    — O que aconteceu?

    No ambiente claro e limpo, Remus abriu a geladeira para pegar o que precisava, ignorando completamente o que Sirius havia perguntado.

    — O que você acha de um sanduíche?

    Sirius quis bufar com o ato, ser ignorado nunca foi uma de suas coisas preferidas, ele achava que não era a de ninguém.

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⏰ Última atualização: Sep 05 ⏰

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