24. Soap.

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Sabão.


    Acolher Sirius nunca foi uma tarefa difícil para Remus.

    O dominador, sendo totalmente rendido pelo submisso, o acolheu em um abraço necessário quando Sirius pareceu correr mais rápido que um ratinho para sair daquele cantinho do escritório. O peso do garoto colidindo contra o corpo do dominador, ainda sentado em sua cadeira.

    E na mesma velocidade em que foi abraçado, os soluços finalmente deixaram sua boca. O choro se espalhando tão rápido quanto água que cai no chão.

    — Oh, querido... — Remus se levantou, ainda naquela bagunça de braços que ambos haviam se tornado, separando o submisso de si apenas para o pegar no colo com mais facilidade e se moverem para longe da mesa de trabalho do dominador. Sirius automaticamente envolveu as pernas em torno da cintura do homem e os braços em seu pescoço. Uma mão grande, morna e reconfortante esfregou suas costas. — Foi realmente difícil, hein?

    A voz de Remus tinha um efeito muito calmante aos seus ouvidos, mesmo que ele não estivesse dizendo palavras de conforto diretas, e Sirius se pegou querendo mais daquela voz. O cheiro do homem, farejado por seu narizinho curioso, era delicioso e suave, do tipo que te faz querer inalar cada vez mais daquela fragrância, e foi o que Sirius fez quando deitou a cabeça no ombro de Remus; mergulhou o rosto contra seu pescoço, farejando-o como um cão carente.

    Sirius podia sentir o balançar do corpo quando o mais velho começou a andar, caminhando pelo escritório até o sofá confortável. Remus se sentou ali, acomodando Sirius melhor e o deixando se embebedar de seu conforto até que os soluços se tornassem fungadas e as lágrimas não escorressem mais.

    Quando finalmente aconteceu, Remus lhe chamou a atenção novamente.

    — Mais calmo?

    Murmurou ao afastar Sirius de si até que pudesse tocar-lhe o rosto e vê-lo com clareza. O menino o encarou com olhos um pouco inchados e avermelhados, o rosto estava completamente corado e úmido.

    — Uhum...

    — Isso é bom. — Afastou o cabelo escuro dos olhos de Sirius, os ajeitando para trás da orelha e fazendo um carinho de leve ali. O menino podia quase ronronar com a carícia gostosa, por pouco fechando os olhos. — Ainda temos que conversar sobre uma outra coisa...

    E foi como se um balde de água fria tivesse caído sobre o submisso. Abrindo os olhos com um bico descontente e involuntário nos lábios. Remus riu de leve, apertando a pontinha do nariz bonitinho de Sirius.

    — Não faça essa cara, você não sabe o que vou dizer.

    — Algo que não vou gostar. — O tom ainda era aguado do choro, mas havia um pouco da personalidade forte do menino ali.

    O dominador não negou.

    — Sim, acho que sim... Quero falar com você sobre a forma como falou comigo e-

    — E eu já pedi desculpas!

    — E eu gostaria que não me interrompesse, mocinho. — O tom, combinado com a voz também severa de Remus, fizeram Sirius encolher os ombros e abaixar a cabeça, como um filhote que leva bronca do dono. — Não gostei do modo como falou e a quantidade de xingamentos que saíram dessa sua boquinha linda.

    Sirius ergueu a cabeça com urgência, os olhos ansiosos, até.

    — Acha minha boca linda?

SiriusOnde histórias criam vida. Descubra agora