20. Mathematics flies through the air.

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A matemática voa pelo ar.


    O colégio poderia ser um lugar confuso para alunos transferidos, aqueles que se mudam após o início do ano letivo e são obrigados a começar em um lugar totalmente diferente. Mas, para Sirius, o colégio parecia mais com algo aterrorizante.

    Sirius não sabia como seriam as aulas, não sabia como funcionava e muito menos o que realmente ensinavam ali. O ensino primário e médio? O garoto conhecia vagamente desde que, mesmo sendo um submisso do sistema, era impossível não conhecer a existência de escolas; Afinal, o governo pode privar a educação de qualidade, mas não o reconhecimento da existência da mesma.

    Nunca colocou os pés em uma escola, mas, durante as inúmeras casas pelas quais passou, em algumas delas invejou os filhos biológicos que tinham o privilégio de ir à escola.

    Ele não sabia nem o básico de muita coisa, ler era um privilégio que Remus havia disponibilizado para si, e aquilo tudo acabava se tornando novidade demais. Aquele colégio, no entanto, parecia ser algo ainda mais grandioso quando parecia claro que era uma espécie de instituição apenas para submissos (e submissos com muito dinheiro, se Sirius for pontuar com atenção), então era claro que haveriam particularidades de ensino naquele lugar.

    E isso não diminuía em nada o nervosismo que percorria as veias do moreno enquanto tinha a mochila nas costas, folhas com suas grades de aulas e a senha do armário, armário esse que parecia impossível de achar enquanto olhos curiosos o encarava conforme caminhava pelo corredor que circulava um pequeno jardim com uma grande árvore no centro.

    — Porcaria de armário estupido que não acho nunca! — Sussurrou em aborrecimento para si mesmo, as mãos já começando a ficar um pouco molhadas de suor enquanto tentava olhar para todos os pontos daquele lugar que não fossem para as pessoas que riam e conversam entre si enquanto o encaravam vez ou outra. Se sentia deslocado ali. — Juro por tudo que eu vou usar minha canetinha amarela mais vibrante para pintar todos os papéis do escritório de Remus quando chegar em casa! E vou cortar todos os s- Ai!

    E bateu contra alguém enquanto se ocupava em olhar as folhas em sua mão.

    — Olha por onde anda! — Um garoto alto e magro o encarou feio, franzindo o cenho para os olhos diferentes que viu. — Aberração.

    A provocação saiu em tom maldoso e quase natural da boca daquele garoto rude antes de ele seguir seu caminho. Sirius abaixou a cabeça, bufando e fechando os olhos. Ótimo.

    Sentiu o ombro ser cutucado e ergueu a cabeça, sobrancelhas franzidas e uma expressão de vergonha mesclada a descontentamento em seu rosto. Seus olhos bateram em uma garota de cabelos ruivos com presilhas de cerejas e sorriso brilhante.

    — Primeiro dia?

    Sirius piscou confuso.

    — O quê?

    — É seu primeiro dia? Ainda não te vi por aqui.

    — Ah... sim...

    — Os primeiros dias são complicados. — Ergueu a destra para Sirius. — Sou Lilian. Lilian Potter, mas pode me chamar de Lily. — Quando Sirius não fez nada, nem ao menos apertando a mão da garota, Lilian franziu o cenho. Aquele menino não era educado? — Sabe, é agora que você aperta minha mão de volta e diz seu nome...

    Sirius piscou atordoado, finalmente reagindo e apertando a mão da ruiva.

    — Sou Sirius.

SiriusOnde histórias criam vida. Descubra agora