27. Too sweet.

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Tão doce.


Remus esperava qualquer coisa deixando a boca de Sirius, qualquer coisa mesmo. Menos aquilo que realmente chegou aos seus ouvidos.

O pedido fez seus olhos piscarem quatro vezes seguidas e a descrença se infiltrar em seus poros, correr pelo seu sangue e bagunçar sua mente. Era quase sem explicação a reação primária do dominador ao ouvir aquilo e, seu silêncio, se instalando entre eles por alguns minutos, começou a fazer Sirius se remexer incerto no lugar.

Remus parecia quase em choque, totalmente quieto enquanto piscava desacreditado e travado no lugar. Sirius começava a pensar que deveria ter ficado calado, pouco a pouco deixando a ideia de que havia dito algo errado se infiltrar em sua mente e tomar seus pensamentos.

Olhou para baixo, para o tapete no chão da sala, enquanto sentia o coração começar a bater forte no peito e as mãos ficarem um pouco geladas, trêmulas quase, em torno do copo. A voz de Mulan parecia distante e sua visão parecia cada vez mais embaçada.

Lágrimas.

Havia lágrimas se formando ali. Finas, nos cantinhos dos olhos, mas ainda sim perceptíveis o bastante para atrapalhar sua visão.

Onde ele estava com a cabeça? Desde quando um submisso pedia essas coisas a um dominador? Ele não havia aprendido nada nos anos anteriores? Não haviam lhe ensinado bem o bastante para saber que submissos não pediam coisas assim?

— Sirius?

A voz de Remus ecoou pelo ambiente, reverberou por toda a sala e chegou aos ouvidos de Sirius. Era um timbre gentil e forte que contornava seu nome e isso fez o garoto erguer a cabeça, encarar o dominador mesmo com os olhos um pouco marejados e a visão não muito clara.

— Hm?

Remus suspirou, se ajeitando no sofá.

— Venha aqui, garotinho. — E Sirius o encarou em dúvida, ponderando a situação e tentando adivinhar o que Remus faria antes de fazer, de fato. O dominador viu a dúvida assolar o olhar e expressão do mais novo, viu como parecia receoso e quis ser capaz de mudar todas as emoções negativas que ele sentia. Mas, podia tentar acolher a situação da melhor maneira possível. Então, deu tapinhas na coxa, chamando-o novamente. — Está tudo bem, amor. Vem aqui, vem.

E foi praticamente impossível resistir à vontade de avançar contra Remus e seu chamado. Antes que o submisso percebesse, seus pés haviam o levado até o dominador, parando na frente do mais velho apenas para tê-lo com as mãos em sua cintura, o puxando para seu colo.

Sirius ofegou um pouco, se ajeitando contra as coxas torneadas e fortes do homem, enquanto suas mãos grandes e quentes o seguravam e o ajeitavam até que sua bunda estivesse contra um ponto central entre suas coxas cobertas.

— Agora, deixe esse copo bonito comigo... — Pegou o copo de suco da mão do submisso, colocando ao lado de sua caneca de café e o encarou, as mãos se infiltrando sob o tecido da blusa que cobria parcialmente o corpo de Sirius e fazendo suas sobrancelhas se franzirem quando tudo o que tocou foi pele. Macia e morna ao toque. — Onde estão suas roupas íntimas?

Sirius encolheu os ombros, fungando e abaixando o olhar quando respondeu, limpando uma lágrima solitária que havia rolado pela bochecha.

— São desconfortáveis... O elástico me incomoda.

A voz era baixa e Remus apenas concordou, nenhum pouco interessado em fazer o menino vestir o que não queria. Aquela também era a casa de Sirius e ele deve sempre poder ficar confortável em casa. E, também havia uma questão mais importante para conversarem agora.

SiriusOnde histórias criam vida. Descubra agora