28. The things I do for you.

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As coisas que faço por você.


Remus não disse nada, não esboçou nada e não transpareceu nada além do silêncio que se instalou entre eles novamente. O barulho da respiração de ambos se misturando quando os rostos se mantinham tão próximos e os olhos do dominador, castanhos quentes e indecifráveis para Sirius, o analisaram com bastante atenção antes de enfim dizer qualquer coisa que fosse.

— Como você quer fazer isso?

Sirius lambeu os lábios, a perspectiva de escolha cutucando seu ego e flamejando o desconhecido. Encarou o dominador de volta, tocou seus braços, ombros, pescoço e rosto. Resvalou o polegar pela cicatriz do rosto do homem e o observou. Observou e absorveu a beleza que Remus exalava enquanto o encarava de cima.

Seu coração pulsava descompassado no peito, disparado em um ritmo indomável a cada dia que passavam na companhia um do outro, e era como se as coisas dentro de Sirius, seus sentimentos, emoções e tudo o mais estivesse cada vez mais inclinado e disposto a se entrelaçar com Remus.

— Me ponha de joelhos. — Soprou o pedido em um timbre baixo, se inclinou para cima, tocando os lábios do dominador com os seus, simples e superficial. — Me submeta a você, Remus. Quero que seja firme. 

A forma como aquilo, aquele pedido, golpeou a mente e senso de Remus foi quase forte o bastante para o deixar tonto, como uísque puro descendo por sua garganta. Submeter Sirius, dominá-lo, era o que Remus queria durante semanas. Ter o garoto sob seu comando, sua posse e seu cuidado... era como um sonho de verão que ele não queria que acabasse nunca.

Mas, ele não podia deixar de se preocupar com o submisso. Com o que havia instigado aquele pedido e se aquilo iria perdurar de forma concreta em sua mente, não apenas algo momentâneo, puramente influenciado pelo subspace que tomou toda sua mente.

Novamente, a dúvida sobre ultrapassar limites e ainda ser um bom homem assombrou-lhe os pensamentos, as garras daqueles pensamentos torturantes lhe arranhando toda a sensatez que lutava para manter, para prezar a clareza do fluxo de sua mente. Tudo o que ele não precisava agora era ceder às vontades egoístas de seus desejos carnais.

— Sirius...

— Remus. — O garoto o chamou com súplica, com ansiedade mesclada ao desespero e urgência para ser ouvido. Segurou o rosto do dominador com suas mãos pequenas e o encarou com toda a certeza que já teve em sua vida. — Por favor. Eu quero isso, Remus. Eu preciso disso. Apenas... por favor, papai...

Porque aquilo, estar de joelhos para Remus era muito mais do que apenas estar à segundos da perspectiva e realidade de tê-lo em sua boca, de sentí-lo em sua língua e engoli-lo o mais fundo que podia. Estar de joelhos diante seu dominador, para um submisso, significava se entregar, aceitar tudo o que Remus lhe daria com a segurança de que o homem faria isso com responsabilidade e respeito. Submeter-se para um dominador significava entregar-se, aceitar ser sua posse e, acima de tudo, mostrar que o próprio submisso escolheu aquilo, escolheu servir e agradar, amar e respeitar.

Remus não conseguiu recusar. Fechou os olhos com força, respirou profundo e forte, antes de os abrir novamente e encarar Sirius com um brilho que fez o interior do submisso revirar em frenesi antecipado.

— Tem certeza?

Não precisou que perguntasse duas vezes.

— Com toda a certeza que jamais senti antes.

Remus o encarou um pouco mais. Quieto e atento como um predador.

— As coisas que faço por você. — Murmurou antes de se abaixar e tomar os lábios de Sirius em outro beijo necessitado e faminto. Tomou seus lábios, abriu espaço em sua boca e dominou com a língua. Quando se afastou, tinha uma expressão de severidade e desejo reprimido. Sirius se viu contendo um gemido. — Você será minha ruína, Sirius. Toda a minha ruína e glória.

SiriusOnde histórias criam vida. Descubra agora