33. And more.

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E mais.

    Remus suspirou com um cair de ombros enquanto esperava a cafeteria encher sua caneca grande com um bom e velho café preto extra-forte. Por mais que fosse inglês, ele apreciava, e muito, o café.

    — Tomar mais café não vai fazer as coisas se resolverem, John.

    John.

    Ele suspirou novamente. Apenas a mãe e o pai o chamava assim e, apesar de adorar a forma como seu nome sempre deixou os lábios da mulher de uma forma doce, hoje ele preferiria não ter essa conversa.

    — Não, mas vai me ajudar a acordar. — Quando a cafeteira terminou seu trabalho, ele pegou a caneca e deu um gole no líquido fumegante e amargo. Forte e sem açúcar, tudo o que ele precisava agora. Se virando para a mulher, se encostou no balcão através de si. — Por que a senhora está no meu trabalho às dez da manhã, mãe?

    — Eu não vou enrolar, mas poderíamos pelo menos conversar em um local mais... — Olhou ao redor, para a cozinha ampla e comunitária restrita a professores e equipe gestora da universidade. Parecia tudo muito aberto e público. — Privado?

    Remus negou.

    — Estou confortável aqui, obrigado. — Como se para afirmar sua fala, tomou mais um pouco de café e a encarou com expectativa. — E então?

    — Tudo bem, então. — Hope Lupin conhecia o filho tão bem quanto o marido. Ela havia dado a luz aquele homem alto e forte, havia o criado de perto desde o nascimento, diferente de outras mães da alta sociedade londrina. Ela sabia como ele podia se mostrar difícil. — Emília é uma amiga próxima e recentemente me ligou para falar sobre o garoto. Aparentemente, o evento de alguns dias atrás pareceu chamar a atenção da diretoria do instituto e eles não gostaram muito.

    As sobrancelhas de Remus se franzem. O evento em questão ele bem sabia que era ocorrido com Peter no primeiro dia de aula de Sirius.

    — Eventos de dias atrás? — Ele deixou a caneca de lado, cruzando os braços e se sentindo descrente ao cruzá-los. — Como isso chegou a eles? Eu sou o contato responsável por Sirius e apenas eu! Por Deus, eu sou o dominador legal dele! Como algo assim ch-

    — Temporário, John. — Cortou a fala do filho.

    — O que?

    — Você é o dominador temporário dele. — Hope suspirou, incomodada em como ela não conseguia ter um lado neutro naquilo mesmo que quisesse. — Seu pai está tentando agilizar o processo, mas é impossível anular os seis primeiros meses de tutela do dominante responsável, para a proteção do submisso.

    Agora ele estava chocado e com o início de uma dor de cabeça.

    — Então quer dizer que ainda tem quatro meses até que ele seja totalmente meu? Sem qualquer risco de perdê-lo?

    — Sim.

    Ele riu de forma amarga, negando e passando a mão pelos cabelos antes de retirar os óculos e esfregar os olhos. Ele sabia o que isso significava.

    Sabia e a única coisa que ele queria fazer era cuspir em palavras como era estúpido aquele protocolo de proteção. Seis meses sob tutela temporária obrigatória não protegeu Sirius.

    — E ninguém me contou isso. Ninguém se prontificou a me contar isso?!

    — Seu pai achou que não seria necessário. O menino não tem ninguém, nenhum familiar, cresceu no sistema! Ele achou que o menino seria...

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