Sirius

14. Surprise is hidden in the simplest actions.

A surpresa está escondida nas ações mais simples.

    Em média, um submisso poderia levar até cinco minutos inteiros para conseguir, ao menos, acalmar um pouco do choro forte que surgia devido a alguma punição. Suas mentes e corpo se tornavam sensíveis e a volta a algum estado mais tranquilo poderia ser delicado.

    Exigia paciência para lidar com um submisso em momentos como esse. Paciência e extremo cuidado, mantendo-o sempre aquecido, seguro e feliz.

    Se algo assim não ocorresse, se um dominador optasse pela negligência, a temperatura corporal do submisso poderia cair, sua mente poderia se tornar um grande campo sombrio de emboscadas e então, vinha a queda.

    E Remus acreditava que Sirius, o menino soluçando e ainda tremendo, poderia se acalmar em um tempo razoável. No porém, acompanhando pelo relógio na parede, já haviam se passado dez minutos agora e seu garoto continuava aquela bagunça de lágrimas, lamúrias, tremedeiras e desespero.

    John começava a se preocupar.

    — Ei... Querido? — Passou as mãos pelas costas do garoto, fazendo movimentos ritmados de círculos grandes que cobriam as costas menores com uma volta. Sua voz era branda e suave, como uma brisa na alvorada do verão. — Você pode me ouvir, Sirius?

    Um manear de cabeça desajeitado foi sentido na curva do pescoço do mais velho, lugar onde o submisso havia escondido o rosto desde o momento em que havia se erguido sobre os próprios pés.

    Em resposta, Remus deu um beijo no ombro coberto pelo moletom.

    — Muito bem, Sirius! — Comemorou baixinho, o timbre não passando um veludo mesclado a sua voz de dom. — Que bom menino eu tenho... Me respondendo e tudo mais! Parabéns, amor!...

    Continuou fazendo círculos carinhosos nas costas do menino, balançando disfarçadamente ambos os corpos. Ficaram assim por um tempinho, Remus ainda muito incerto do quanto podia avançar sem invadir bruscamente o espaço do menino.

    E o dominador notou uma mínima mudança. Quase como um sopro fraco. Os ombros relaxaram minimamente e Sirius parecia tremer menos.

    Hm... Então o garoto reagia bem a elogios...

    Mas, quando aquele choro ainda parecia não estar pra acabar tão já, o coração de Remus guinou forte no peito e o dominador decidiu que já bastava. Sirius estava chorando a quase vinte minutos e não, aquilo não podia continuar.

    As mãos fortes seguraram melhor o menino, aproveitando o enrosco dos bracinhos em seu pescoço e então se ergueu trazendo o submisso para o colo. Sirius guinou na súbita ação de ser erguido, tremeu um pouco, mas prontamente envolveu as pernas em torno da cintura de Remus e se aninhou melhor no peito largo e quente do homem.

    — Muito bem, é hora de cuidar de você como deveria ter cuidado desde que chegou aqui. — Falou mais para si do que para o mais novo. Segurou as coxas pálidas, tomando cuidado para não tocar a pele surrada, mesmo que estivesse apenas em um tom de rosa avermelhado, e não perdeu a forma como Sirius realmente relaxou pela primeira vez nos últimos vinte minutos. Remus o apertou mais forte. — Vamos colocar você em um banho quentinho e depois um pijama confortável. Quem sabe podemos pedir pizza? Ou talvez alguns doces?