Meu Melhor Amigo

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JADE MENDES

04:20

quando saímos do uber eu e Arthur não tocamos mais uma palavra sequer, ele foi pro seu quarto que era o mesmo dos garotos, e eu fui pro meu. nem entendi o porquê aquilo no carro aconteceu, foi tão.. estranho? não sei se essa realmente é a palavra certa a se dizer.

já tentei de todas as formas dormir mas não consigo nem fechar o olho, viro para todos lados e mudo de posições cinco vezes a cada um segundo, mas o sono não vem, eu estou tão cansada mas simplesmente não consigo fechar os olhos e desligar, meu corpo inteiro dói.

sempre dormi com o Arthur em todas as viagens é ficar sem ele apertando minha cintura e dormindo comigo na mesma cama, sabendo que estamos na mesma casa, me dói, e uma sensação estranha mas ao mesmo tempo sei que preciso lidar com essa merda toda, preciso conversar com ele o mais rápido possível, e irei fazer isso amanhã.

não vou fugir. não mais.

preciso encarar a porra dos meu problemas nem que seja uma vez na vida, isso tudo por ele. nem sei se ele vai querer algo comigo ainda ou se mesmo assim ele vai continuar sem falar comigo, sinto um aperto só de imaginar nos dois totalmente separados, isso tudo por apenas um romance..

será que realmente valeu a pena? quebrar nossa amizade por um relacionamento que talvez nem dure tanto assim..? e se tudo acabar de uma hora pra outra? e se repente nem amigos e nem nada..! merda.

acendo a luminária perto da cômoda ao lado da cama, respiro fundo colocando os braços em cima de meu corpo, merda de insônia que não me deixa dormir.

não sei se o resto já chegou ainda, pois estou nesse quarto desde a hora em que cheguei aqui, pois simplesmente não irei descer por medo de encontrar o arthur la embaixo, eu nem sei o que eu falaria pra ele, no carro tava tão bom.. nem parecia que tínhamos brigados e ficado sem se falar.

mas eu sei que se eu não falar com ele o clima vai ficar definitivamente uma merda e super desagradável.

batuco os dedos no lençol observando ao redor do quarto tentando me distrair. minha garganta estão tão seca, engulo as salivas na tentativa de nao ter que descer para buscar água, mas não adianta pois se eu não tomar coragem e descer vou definitivamente morrer de cede.

provavelmente ele nem vai estar lá embaixo, e se ele não estiver lá também não importa eu não ligo, aliás estamos.no mesmo lugar não posso simplesmente ficar trancada apenas por não ver ele, isso e patético até demais.

suspiro fundo antes de tirar a coberta pesada de meu corpo, meus pés quentes tocam no piso frio me trazendo arrepios pelo meu corpo e abraçar meu corpo antes de calçar os chinelos.

saio do quarto fechando a porta e descendo as escadas devagar segurando o corrimão com receio, está tão escuro que eu não consigo enxergar nada.

quase tropeçou no último degrau mas consigo segurar no corrimão antes de sair, tomo um susto e limpo a garganta antes de caminhar até a cozinha.

acendo as luzes que estão apagadas e abro a geladeira pegando uma garrafa de água abrindo e levando até minha boca necessitada, quando o líquido cai sobre minha boca preciso fechar os olhos saboreando cada gota que cai em minha boca e desce pela minha garganta.

escuto um murmuro atrás de mim é meus músculos travam, a garrafa que está em minhas mãos vão direto para o chão se tornando cacos de vidros pelo piso branco, a água gelada cai sobre meu pé me fazendo soltar um grito.

olho para trás com medo, meu coração bate aceleradamente e sinto que estou preste a desmaiar ao poucos.

quando me viro totalmente vejo Arthur parado em minha frente, engulo em seco e meu peito sobe e desce descontroladamente, não sei como reagir diante a sua presença então só dou um sorriso fraco e extremamente forçado, minhas pernas tremem a todo estante e sinto vontade de abrir um buraco e sumir.