Atuação.

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Gustavo já checava o relógio pela terceira vez em ansiedade, quanto mais tempo perdido era menos tempo em que poderiam se conhecer melhor, já que seu horário de almoço era bem curto. Sua esposa para apaziguar a situação, pousou sua mão na coxa dele e começou a fazer carinho, também checando o celular o tempo inteiro.

— Ela não deixou nenhuma mensagem avisando se está vindo ou não? — Questionou inocentemente e Elisa precisou segurar sua risada, certamente o homem não sabia com quem estava lidando.

— Não, amor. Ela deve estar no caminho. — Informou arrumando a gravata dele.

Por meio de palavras era que Attena fazia o seu voto de confiança, se dizia que iria, ela realmente faria de tudo para ir a menos que fosse desmarcado pela outra pessoa em última hora. Não tinha essa de estar avisando se ia ou se não ia, se estava em casa ou se já tinha saído... Simplismente não tinha essa. Mas deveria, com um atraso de uma hora inteira.

Após olhar uma última vez para porta antes de sugerir para o marido que pedissem logo o que comer, a sua amiga brotou na entrada. Lis teve que se conter e deliciou em sua boca o sabor de ter acertado as suas suposições, é óbvio que Attena estaria provocativa.

Com os cabelos molhados de quem parecia ter saído do mar, o lacinho do biquíni amarrado em seu pescoço só confirmava. As bochechas estavam vermelhas, usava os óculos de sol com armação redonda e trajava aquele bendito cropped com as mãos de Elisa estampadas em seus seios, junto a uma saia também cintura baixa com uma fenda enorme do lado. E o óbvio, seu brinco de pena que não saía da sua orelha.

Não era possível que ela tinha audácia suficiente para usar aquele cropped logo na vez em que ia conhecer o marido da amiga. Lá estava Attena provando novamente que em hipótese alguma, era para se criar uma imagem dela formada na mente, porque a qualquer momento ela poderia te surpreender.

— Desculpa a demora. — Pediu extremamente teatral, guardando um molho de chaves na eco bag. — É que bateram no meu carro bem na hora que eu estava estacionando. — Ofereceu sua mão para o homem negro, bonito e musculoso a sua frente. — Prazer, me chamo Padilla.

Elisa prestou bastante atenção na maneira em que se apresentou, justamente para não chamá-la com o seu primeiro nome, visto que já tinha sido uma burocracia para descobrir, também deduziu que a mulher faria o mesmo com o seu marido.

— Sério? Está tudo bem com você? Com seu carro? — Ele se mostrou preocupado, apertando a mão dela e depois puxando-a para um abraço rápido. — Prazer, me chamo Gustavo. É muito bom poder te conhecer, Eli fala bastante de ti.

— Tô feliz que veio mesmo. — Lis sussurrou no ouvido dela rapidamente, a abraçou e depois deu-lhe beijo caloroso na bochecha. — Bastante não. — Negou desconcertada, sentando-se. — Eu falo moderadamente. — Corrigiu o termo e o homem rapidamente olhou para Attena e negou com a cabeça disfarçadamente, fazendo-a rir e desmentindo a esposa.

— Está tudo bem, foi só um susto mesmo. — Sorriu gentilmente para acalmar o assombro e enfrentava totalmente o encarar que recebia de Lis, que se perguntava se em algum momento a amiga havia citado sobre algum carro. Em todas as vezes em que a viu, ela estava a pé. — Vocês já pediram?

— Não, estávamos esperando por você. — Elisa avisou, chamando o garçom logo em seguida. — Gusta estava indeciso no que pedir.

— É? Eu recomendo bastante as massas daqui, são muito boas. — Sugeriu tentando manter o assunto e o homem acatou, pedindo para o garçom algum macarrão com molho. A moça negra pediu sua salada de costume e Padilla escolheu seu prato vegetariano.

— Espero que não demorem muito, já já eu tenho que ir embora. — Mostrou a sua preocupação, não era uma reclamação, era mais um aviso para a amiga da sua esposa. Não poderia ficar muito tempo.

Inconsistente - Romance Lésbico. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora