Encontrar a si próprio em lugares que não imaginou.

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Imaginei que fosse injusto trazer uma pauta sobre determinado assunto, frizá-lo inúmeras vezes e não trazer um despertar e um conhecer da nossa personagem principal em relação a ele.

Espero que saíam desse capítulo confortáveis e com mais conhecimento sobre essa temática! Foi de todo coração e de todo respeito, como sempre.

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Atualmente...

Comemorou por conseguir entrar no condomínio após ter contado uma mentira absurda para o porteiro. Não sabia nem como aparentava a mulher que queria achar e nem sabia se o número da casa era aquele mesmo, mas era sua esperança, precisava se apegar a algo.

Caminhou com um papelzinho na mão todo amassado, encarando ele e olhando os números da casa, o mesmo ciclo sem fim. Rodou todo aquele imenso condomínio e não achou, foi e voltou, andou em círculos entre os apartamentos e todos tinham a numeração, mas nenhum com aquela que procurava.

— 420. — Encarava o número. — 420. — Repetia olhando as casas já chateada. — Poxa. — Resmungou em frustração. — 399. — Era de um lado. — 421. — Era de outro. — Cadê a 420? — Franziu o cenho encarando uma portinha que parecia dar para a única rua sem saída dali. — Não é possível. — Desconfiou semicerrando os olhos e olhou redor para checar que não tinha ninguém, ao se certificar de que estava só, entrou no lugar para onde aquela portinha dava sem nem pensar duas vezes.

Se deparou com uma enorme casa, tão grande era o número dourado que estava estampado na parede frontal. Finalmente, a casa 420, quase uma mansão. Andou até a porta e bateu algumas vezes apesar de achar que não ia fazer efeito lá dentro, a madeira era grossa e deveria absorver o impacto. Achou o botão da campainha e o tocou, esperando ansiosamente.

— Pois não? — Uma mulher negra e inteiramente de branco, com seus cabelos cacheados soltos e com as mãos cheias de sacolas apareceu. Largou-as no chão e arrumou a sua postura, mas seu olhar parecia perdido, estava alheia e agitada.

— Eu tô procurando a casa da Dalila e da Elizabeth, é aqui? — A encarou e a viu  franzir o cenho, agora percorrendo suas orbes dos pés a cabeça de Elisa.

— É sim. — Semicerrou os olhos e parecia querer falar algo, mas segurou. — Eu sou a Dalila.

— Que bom que eu te achei. — Respirou em alívio, mas se atentava. Não gostava de ser inconveniente, era raro aparecer de surpresa na casa de outro alguém, ainda mais quando não a conhecia. — Você estava de saída? — Perguntou atenta e ela colocou as duas mãos na cabeça olhando para um canto da casa.

— Sinceramente, eu estava. — Deixou a porta aberta e sua voz, e presença se distanciaram, então ela voltou com uma chupeta azul de neném na mão. — Eu estou muito atrasada e estava que nem uma doida correndo atrás dessa chupeta aqui, que por acaso do nada brotou no canto da parede. — Evidenciou o objeto e semicerrou os olhos outra vez, usando do tom meio desconfiado.

— Ah, então eu te acompanho até o portão. — Foi gentil, esquecendo de se apresentar porque riu quando ela comentou. — É do seu filho? — Perguntou inocente. Realmente não havia ligado os pontos.

Roupa branca, cheia de sacolas com panos e velas, uma chupeta azul e algumas guias por baixo dos trajes. Isso significava algo, mas nem foi tão atenta porque estava ocupada demais pensando na possibilidade de finalmente encontrar Attena.

— É... — Guardou a chupeta e olhou para ela insegura. — Não, não. — Segurou as sacolas de volta e trancou a porta de entrada. — Desculpa não te convidar pra entrar, é que realmente tô muito atrasada.

— Ah, não se preocupe. — Deu um sorriso gentil.

— Quem é você mesmo? — Dalila se tocou que não a conhecia. Não a conhecia e já tinha cogitado convidá-la para entrar, se sua intuição já fazia isso, era porque já desconfiava de quem seria.

Inconsistente - Romance Lésbico. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora