Aviso de conteúdo sensível.
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Entrou no quarto e respirou em um alívio por poder finalmente se despir, não seu corpo, mas da máscara que usava. Ali, em seu único cantinho, era onde confiava e podia ser ela mesma.
Aproveitando a janela aberta porque estava calor, desabotoou dois botões da blusa, deixando o busto um pouco mais exposto. Se posicionou de pé na frente da abertura porque a brisa batia em seu corpo e lhe refrescava, acabou fechando os olhos ao curtir a sensação.
Despertou em assombro quando sentiu a mão grande tomar sua boca e nariz, assim como seu corpo sendo envolvido por outro braço. Arregalou seus olhos, com seu coração quase querendo pular da boca e então se deparou com o sorriso de canto totalmente familiar junto com aquelas orbes tão escuras quanto a noite.
- Não deveria ser tão distraída assim, qualquer estranho pode invadir seu quarto e tapar sua boca... E ameaçar sua segurança. - Disse em ironia, sussurrando.
- Meu Deus, quanta saudade eu senti de você. - A abraçou com força, suas mãos se espalmavam pelo corpo de Attena como se estivesse convencendo sua própria mente de que ela estava realmente ali.
- Precisava vir aqui te ver. - Expressou agora retribuindo ao abraço e aproveitando para fungar o cheiro da pele dela que tanto lhe agradava.
- Vivo em aflição pensando em você nesse mundo a fora. - Repousou seu rosto no busto dela. - Mas também morro de nervos só de pensar em você escalando esse muro e saltando essa janela. - Suspirou em um maior alívio. - E morro de medo que nos peguem aqui.
- Não tenho um lugar seguro na Terra só por existir, Lis. - Attena lembrou querendo acalmá-la, mostrando que tudo era ruim. Porém, fazia era deixá-la mais nervosa.
- Fale mais baixo, em sussurros. - Pediu olhando para a porta.
- Por quê? - Perguntou em estranhamento, franzindo o cenho.
- Uma irmã foi pega com um soldado dentro do quarto durante a madrugada, então eles estão um pouco mais atentos a isso. - Contou brevemente a história de um dia em seu convento. - E sabemos como tudo é para mim, então devemos ter ainda mais cuidado.
- Injusto que tudo que façam de errado, fiquem duas vezes mais de olho em ti. - Resmungou fazendo carinho nas costas da mulher negra. - Você nunca traria um homem em seu quarto. - Ironizou.
- Exatamente! Nunca traria um homem. - Concordou em um bom humor. Era de se passar poucas horas com Attena e os trejeitos dela já seriam absorvidos, imagine então meses em companheirismo. Faziam Elisa ter que se policiar para não usá-los na frente dos seus supervisores. - Eles não falaram nada sobre mulheres... - Proferiu rindo.
- Na minha visão, você não está fazendo nada de errado. - A defendeu, dando corda para aquela brincadeira. - Posso tirar esse seu véu? Estou morrendo de vontade de ver seus cabelos outra vez.
- Aquela foi uma exceção, querida. - Elisa lembrou e ouviu a companheira choramingar em birra. Era sempre assim, nunca queria mostrar, mas acabava cedendo.
- Você vai dormir com isso? - Passou seus dedos no tecido e imaginou que fosse incomodo viver com ele o tempo inteiro.
- Só sou permitida a tirá-lo na hora do banho, às vezes durmo sem em pura rebeldia. - Comentou uma das regras que a morena não tinha conhecimento. Achava um absurdo os abusos que Elisa passava naquela casa.
- Tira hoje então, em rebeldia. - Pediu tentando convencê-la e segurando sua língua venenosa para não criticar outra vez aquela doutrina.
- Hoje não. - Negou se arrepiando com os beijos que começou a receber no pescoço.
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Inconsistente - Romance Lésbico. (CONCLUÍDO)
RomanceInconsistente: 1. a que falta consistência, coesão, estabilidade, firmeza física. 2. que carece de substância intelectual; que não tem conteúdo; que tem pouca profundidade. Em um momento conturbado do seu casamento, Elisa decide dar um basta em tod...