Nos Braços do Jogador - Série Irmãos Manginello (Livro 5) / CONCLUÍDO

Prólogo

Alerta de Gatilho !

Maya

6 anos atrás - Indianápolis, Indiana

Caminho tranquilamente pela rua movimentada. Sempre faço essa rota para voltar para casa. Saio da escola, sigo reto até o restaurante do Buck e depois viro a esquerda. Ando por mais três quarteirões e assim chego no meu apartamento. Normalmente eu demoro uns dez minutos para fazer todo o trajeto, mas hoje me atrasei um pouco por conta do professor de matemática.

Olho para o relógio e vejo que são quase quatro horas. Mamãe vai ficar brava. Assim viro a esquerda no restaurante, esbarro em uma pessoa.

- Desculpe, senhor. - digo timidamente sem olhar para a pessoa. Quando levanto meu olhar, percebo que é um jovem. Deve ter por volta dos seus vinte e poucos anos.

A princípio ele parece bravo, mas quando direciona seu olhar para mim, sua feição muda completamente. Ele dá um sorriso esquisito.

- Relaxa, gata. Não me importo em esbarrar em garotas bonitas como você. - a forma como ele fala me deixa incomodada. Eu tenho apenas treze anos e ele uns vinte e três. É esquisito ele falar dessa forma comigo, como se estivesse flertando.

- Com licença, tenho que ir. - quero sair o mais rápido o possível dessa situação desconfortável. No entanto, o homem a minha frente tem outros planos. Ele segura meu braço evitando que eu saia do lugar.

- Já vai, gata? Nem conversamos direito.

Sinto falta de ar e uma aflição muito grande. Minha mãe sempre fala que eu tenho que ser corajosa e enfrentar os meus medos, mas agora não consigo. Estou paralisada de medo e com vontade de chorar.

- Que foi? O gato comeu a sua língua? - ele me pressiona na parede. Olho em volta para ver se alguém me ajuda, mas todos parecem ocupados e cuidando da própria vida. - Você tem quantos anos?

- Treze.

- Caramba, mas você é gostosa demais para sua idade. - sinto ânsia de vômito com sua fala.

Não entendo nada sobre relacionamentos entre homens e mulheres, mas sei que isso errado e sei também que isso está acontecendo por culpa minha. Quem mandou meu corpo se desenvolver mais do que o das outras meninas da minha idade? Eu devia ter colocado uma roupa mais discreta e não uma calça jeans colada.

- Moço, me deixa ir, por favor. Minha mãe está me esperando. - quase imploro.

- Só vou deixar você ir, porque estou com pressa, mas se nos vermos de novo você não me escapa, gata. - ele beija meu rosto e sai andando pela rua.

Não consigo evitar que as lágrimas saiam pelo meu rosto. Saio correndo do local, me sentindo enojada comigo mesma. A única coisa que eu sei é que esse dia mudaria minha vida para sempre.