Danilo
Dia seguinte
- Como está se sentindo hoje, irmão? - Leonardo pergunta.
Me remexo na cama do hospital, me sentindo desconfortável. Minhas costelas doem e gesso faz meu braço coçar. Eu sei que podia ser pior e que devo agradecer que estou relativamente bem, mas sempre fui um cara ativo. Ficar nessa cama de hospital é como uma tortura, ainda mais sabendo que eu tenho grandes chances de não jogar o campeonato universitário.
- Estou bem. - digo de forma não convincente.
- Olha, Danilo, apesar de todos os problemas que rolaram, estou muito orgulhoso de você. - olho para ele sem entender. - Fez o que um verdadeiro Manginello faria, salvou a garota.
Dou um sorriso fraco. Não sinto que fiz algo heroico, apenas segui meus instintos. Posso não amar Katya, mas nunca deixaria que ela se ferisse de alguma forma.
Confesso que fiquei um pouco surpreso por saber que o responsável pelo acidente foi Logan. Eu sabia que ele não gostava de mim, mas não ao ponto de tentar me matar. Parece que ele não lidou bem com a expulsão do time.
No momento ele esta preso e sei que meus irmãos vão mexer uns pauzinhos para que ele não saia da cadeia tão cedo.
- Como está Matteo? - mudo de assunto. Meu irmão ama falar do filho, então escolho esse assunto justamente para que ele esqueça de mim e da minha situação por um instante.
- Está crescendo rápido demais. Ele já dorme a noite toda, mas fica mexendo em tudo. Tive que comprar protetor de tomada, porque o moleque fica querendo por o dedo toda a hora. - Leo tagarela sobre o filho. Fico feliz que meu irmão tenha conseguido a tão sonhada família. - Você acredita que fui dar a mamadeira a ele e Matteo disse que não queria que eu desse. Ele ficou apontando os dedos gordinhos para Marina.
- É o filhinho da mamãe. - brinco e meu irmão ri em resposta.
Continuamos conversando um pouco até que Leo teve que ir embora, pois tinha alguns compromissos. Enquanto isso, ligo a televisão do quarto e procuro algo interessante para ver. Estou distraído assistindo um programa de culinária, quando um enfermeiro entra no quarto.
- Com licença, o senhor tem uma visita, é a Maya Davis. Posso mandar entrar? - meu coração erra as batidas.
Eu poderia esperar a visita de qualquer pessoa, menos de Maya. Não sei como reagir.
- Pode, pode sim. - respondo ansioso. É única coisa que penso no momento.
Assim que o enfermeiro sai do quarto, tento me deixar minimamente apresentável para recebê-la. Ajeito meus cabelos, mas sei que ninguém consegue ficar bonito usando roupa de hospital.
A porta volta a se abrir e Maya aparece, linda como sempre. Ela usa uma blusa de manga cumprida branca e justa, uma calça jeans de cintura alta, tênis e leva um casaco bege em seus braços.
De repente minha voz some. Fico sem saber o que falar, apenas sorrio como um idiota.
- Danilo. - ela diz em um suspiro.
Maya se aproxima até ficar bem perto da minha cama. Minhas mãos tremem de ansiedade e não sei como reagir. Não imaginava esse encontro.
- É bom te ver. - solto sem conseguir me segurar. Senti muito a falta dela, mesmo que tenha sido apenas alguns dias. - Como soube que eu estava aqui?
- Katya me encontrou em Indianápolis e me contou. - olho-a sem entender.
Maya me ajuda a comer o almoço enquanto me conta sobre a visita dos irmãos Kozlov em seu apartamento em Indianápolis. Conversamos mais um pouco, até que decido falar sobre o elefante branco na sala.- Maya, sobre nós... - começo a falar.
- Danilo, acho melhor não tocarmos nesse assunto. - ela me interrompe. - Vamos focar na sua recuperação apenas. Ainda estou muito confusa e magoada com essa situação.
Engulo em seco, me sentindo mal e culpado, mas acato seu pedido.
- Tudo bem. - digo baixinho. - Mas me conta sobre sua mãe estar namorando o pai de Spencer. - mudo o rumo da conversa para evitar qualquer constrangimento entre nós.
Depois que faço isso, Maya passar a me contar a situação engraçada que passaram quando as duas descobriram o envolvimento dos pais.
A tarde com ela acaba sendo tão tranquila, que nem vejo a hora passar. Conversamos, rimos, brincamos um com o outro, sinto que ainda temos aquela conexão. A mesma conexão que criamos quando nos conhecemos. É isso que eu mais gosto sobre ela. Maya faz tudo ser tão leve que eu esqueço qualquer problema que eu tenha na minha vida.
Estamos tão distraídos um com o outro que nos assustamos quando a porta do quarto se abre de supetão. Não estou preparado quando vejo muitas pessoas entrarem no local. Ivan, Katya, Milena e... Jade? O que a mãe de Maya faz aqui?
- Mãe! O que faz aqui? - Maya diz surpresa. - Você conhece eles?
O grupo se entreolha e depois voltam a nos encarar.
- Temos que conversar. - Ivan é o primeiro a abrir a boca.
- É sobre o casamento? - questiono.
- O casamento não vai mais acontecer. - Ekaterina diz decidida. - Não precisarmos mais casar, Danilo.
- Ekaterina. - seu irmão repreende. - Ainda não conversamos sobre isso...
- Calma. - falo alto interrompendo-os. - O que está acontecendo? Acho que vocês precisam explicar para nós.
Um silêncio ensurdecedor surge no quarto. O clima fica esquisito, parece que uma bomba está perto de explodir.
Todos se sentam nas poltronas para tentar calmar os ânimos, menos a senhora Davis. Ela dá um passo a frente e encara a filha com os olhos cheios de lágrimas.
- Maya, precisamos te contar algo sobre seus verdadeiros pais.
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Nos Braços do Jogador - Série Irmãos Manginello (Livro 5) / CONCLUÍDO
RomanceDanilo Manginello é um jovem que sonha em ser um jogador profissional de futebol americano. Ele acaba de se tornar o quarterback titular do time da faculdade e com isso sua popularidade cresce. Mesmo com muitas mulheres e festas presentes na sua vi...