Capítulo 4

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Maya

Assim que Spencer se retira para pegar nossa bebida, alguns minutos se passam e eu sinto algo esbarrando no meu pé. Olho para o chão assustada, achando que era um bicho, mas, na verdade, é só uma bolinha de ping pong.

Aliviada, me abaixo e pego-a do chão, quando ouço uma voz grossa próxima a mim.

- Com licença, a bolinha é... - me viro para trás para ver quem falou.

Tomo um susto quando vejo que é o garoto que eu estava observando há alguns minutos. De perto, ele é ainda mais bonito e mais alto do que imaginei, tenho virar a cabeça para cima para conseguir olhá-lo. Analiso atentamente seus músculos aparentes pela camisa preta e justa, e sua mandíbula bem delineada e pronunciada.

Sinto o cheiro amadeirado do seu perfume e fico inebriada com o aroma.

Estou perdida na sua beleza, encarando-o como uma doida. Sou interrompida dos meus pensamentos quando ouço sua voz novamente.

- Eu... eu. - ele gagueja um pouco. Pelo visto não fui a única afetada.

Quem eu quero enganar, como que um cara como ele, que deve ter todas as meninas da faculdade aos seus pés, vai se sentir afetado pela minha presença?

- Essa bolinha é sua? - decido perguntar.

- Não..., quer dizer, sim, é minha. Digo, a bolinha é minha. - fico até surpresa com sua timidez. É difícil imaginar alguém como ele sendo tímido. - Obrigado. - diz de maneira mais firme.

Ele levanta a mão, assim eu entrego a bolinha. Não podia esperar que nossos dedos acabariam se esbarrando e eu sentiria um choque e um arrepio no meu corpo inteiro. Não sei se ele sentiu o mesmo que eu, mas desconfio que sim, porque ficamos nos encarando por um tempo. O garoto a minha frente me encara tão profundamente que nem sei por quanto tempo ficamos assim.

Me sinto vulnerável, então me afasto, dando um passo para trás. Nunca me senti assim antes, tão afetada com a presença de um garoto.

- Qual é o seu nome? - ele pergunta.

- Maya.

- Eu sou o Danilo. - é um nome estrangeiro, mas ele não fala com sotaque. Deve ser descendente de italiano ou algo assim, aqui em Chicago tem muitos. Trocamos um aperto de mão e aquele sentimento estranho volta surgir em mim. - Você é caloura?

- Sim, eu... - quando vou responder, uma menina surge o segurando pelo braço, me impedindo de concluir.

- Nossa, Dan, você estava demorando tanto, que tive que vir te buscar. Vamos logo. - ela o puxa e nem conseguimos terminar de conversar.

Quando vou olhar para ver onde eles foram, Spencer aparece com duas latinhas.

- Consegui pegar nossos refrigerantes. - diz me entregando. - Foi difícil, tive que me esquivar de um monte de casais se pegando, devo até ter pegado herpes sem querer. - gargalho.

- Obrigado por ter arriscado sua vida para pegar um coca para mim, Spencer. - brinco e ela ri em resposta.

- Aconteceu algo de interessante enquanto eu estava lá?

Conto para ela o que aconteceu há alguns minutos e minha amiga arregala os olhos.

- Danilo? - ela pergunta e eu confirmo. - Então quer dizer que o gato do futebol é Danilo Manginello?

- Não sei se é esse o sobrenome, mas deve ser. Não tem muitos Danilos aqui em Chicago.

- E você diz com tanta naturalidade assim, Maya? - olho para ela sem entender. - A família Manginello é uma das mais ricas dos Estados Unidos. Eles são empresários bilionários, mas dizem que alguns desses negócios são ilícitos, se é que me entende.

- Como assim?

- Dizem que eles tem contato com a máfia. - ela sussurra. Olho para minha amiga chocada. - Mas são só boatos, não tem nada provado.

- E como você sabe de tudo isso?

- Eu acompanho os perfis de fofocas do Instagram. Você tem que ver os irmãos Manginello, Maya. Todos são maravilhosos, mas acho que o mais bonito é o Leonardo, o mais velho. Não sei se é verdade, mas dizem que ele é tão obcecado pela esposa, que tem uma tatuagem do rosto dela no braço. - ela fala e me mostra as fotos de todos no celular. Eles são tão bonitos que parecem modelos. - Tem o Antônio, que é o segundo mais velho. Ele é casado também, o nome da esposa é Lena. O Paolo, que é o irmão do meio, era um mulherengo, mas hoje é casado com uma estilista dona de uma loja de roupas famosa, Giana Greco. E por último, tem a caçula, Giovanna. A menina parece uma princesa de tão perfeita. Ela é casada com um amigo da família, Luca.

- O único solteiro é Danilo, então?

- Pelo visto sim e você tem chances de ser a próxima senhora Manginello. - Spencer fala empolgada. Não consigo evitar de gargalhar.

- Claro que não, Spencer. Danilo é o principal jogador do time da faculdade, além de popular e bonito. Ele pode ficar com a menina que quiser, por que se interessaria por mim?

- Maya, não sei se você já se viu no espelho, mas você é uma das pessoas mais bonitas e gostosas que eu já conheci. E olha que eu conheço várias pessoas bonitas e gostosas. - dou risada. - Com certeza ele ficou impactado com sua beleza, amiga. Você falou que ele gaguejou até. As vezes nós pensamos que por ele ser popular, ele é um cara extrovertido e cafajeste. No entanto, Danilo pode ser tímido e romântico também, por que não?

- Ai, Spencer, você é uma fanfiqueira de carteirinha. - digo enquanto rio. - Tem certeza que bebeu refrigerante mesmo?

- Claro que bebi refri, não temos idade o suficiente para consumir bebidas alcoólicas*. Sou naturalmente louca mesmo. - observamos as pessoas em volta enquanto conversamos. - Se você ficar com o Danilo, me apresenta o amigo gato dele?

- Eu não vou ficar com Danilo, amiga. - ela me olha fazendo um beicinho. - Tá bom, hipoteticamente, se eu ficasse com ele, eu te apresentaria o amigo.

- É pra isso que servem as amigas. - brindamos com nossas latinhas.

 - brindamos com nossas latinhas

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- Vou ao banheiro. - aviso a Spencer.

Depois de ficarmos um pouco lá fora, voltamos para a parte de dentro da casa. Sentamos no sofá e conversamos com algumas pessoas. Conhecemos alguns estudantes do mesmo curso que o nosso e acabamos fazendo amizade.

- Quer que eu te acompanhe? - pergunta.

- Não precisa, amiga. Fica aí conversando que eu já volto.

Me levanto do sofá e vou em direção as escadas, porque o banheiro fica no andar de cima. Começo a subir e quando chego no lugar, fico perdida olhando as dezenas de portas. Qual será a do banheiro?

Depois de algumas tentativas, consigo o encontrar. Assim que termino de fazer xixi e lavar minha mãos, dou uma olhada no espelho para ver se está tudo certo com minha maquiagem. Dou uma ajeitada no cabelo e aplico mais uma camada de gloss nos meus lábios.

Assim que abro a porta para sair, acabo dando um encontrão em alguém. Perco o equilíbrio e quando acho que vou cair para trás, sinto mãos segurando minha cintura com força.

Consigo me equilibrar segurando nos ombros da pessoa que me ajudou. Endireito minha postura e quando vou agradecer pela ajuda e me desculpar também, vejo quem está em minha frente. Minha respiração se acelera de ansiedade.


Nota da autora:

*A idade legal para beber nos Estados Unidos é de 21 anos.

Nos Braços do Jogador - Série Irmãos Manginello (Livro 5) / CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora