Capítulo 31

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Ekaterina

Três dias depois - Chicago, Illinois


Seguro o envelope contra meu peito enquanto caminho até o escritório improvisado do meu irmão. Cumprimento os dois seguranças que ficam na porta com um leve aceno. Eles a abrem para mim e eu entro rapidamente. Encontro Ivan sentado falando em seu telefone.

Estou tão ansiosa que não consigo me sentar. Fico andando de um lado para o outro, aguardando meu irmão terminar a chamada. Depois de alguns minutos, ele finalmente deixa o telefone de lado e me olha sem paciência.

- O que foi, Ekaterina? Ainda com teorias da conspiração na cabeça? - ele diz petulante.

- Não haja como se eu estivesse louca, brat*. Você a viu, ela é a versão jovem da mamãe.

- Isso é impossível! - Ivan permanece negando, como o cabeça duro que é.

- Você sabe que é totalmente possível. Mamãe e papai se odiavam. Ele desfilava com amantes por toda a Rússia, por que nossa mãe não poderia ter um amante também? Eles não se importavam com isso, de qualquer forma.

Meu irmão me encara pensativo. Querendo ou não, ele sabe que é uma possibilidade muito grande de que Maya seja nossa irmã. Quando a vimos pessoalmente, ficamos paralisados, ela é idêntica a minha mãe. Olhar para Maya, foi como se mamãe estivesse em minha frente, porém mais jovem e mais feliz.

Apesar de Ivan estar em negação, ele sabe que há uma semelhança enorme entre as duas.

- Está bem, irmã, digamos que seja verdade. Como que nossa mãe foi capaz de esconder uma gravidez de nós? Porque não me lembro de vê-la com um barrigão.

- As vezes a barriga não cresceu, isso pode acontecer em algumas gravidezes. - arregalo os olhos lembrando de um fato. - Ivan, mamãe morreu há quase vinte anos e Maya tem quase isso de idade. Ela pode ter morrido por conta do parto. Não vê que a possiblidade é grande?

Ivan fica em silêncio refletindo sobre tudo o que eu falei. Tudo que sinto no momento, é anseio pela verdade, por isso jogo o envelope que estava segurando até então. Meu irmão olha para mim, sem entender.

- Esse é um teste de DNA. - seus olhos se arregalam.

- O que? Como você fez? Isso não demora uns vinte dias para ficar pronto?

- Lembra quando abracei Maya quando a visitamos? - Ivan acena. - Tinha alguns fios de cabelo em seu ombro. Eu os peguei e coloquei num lenço que tinha em minha bolsa. Pedi para um dos soldados me levar numa clínica e paguei para ter o resultado mais rápido. Eu usei meu cabelo para comparar.

- Pirralha esperta. - meu irmão sorri orgulhoso. - Então, vamos ver se a americana é uma Kozlova.

Me aproximo para ficar ao seu lado e assim veremos o resultado juntos. Ivan abre o envelope lento demais para meus nervos. Damos de cara com um papel cheio de números e informações irrelevantes para o momento. No entanto, avisto o que eu mais quero saber no final da folha. Meus olhos se enchem de lágrimas quando vemos 99,999999%. Maya é nossa irmã!

- Caralho! - ele xinga.

- Eu avisei, brat. Temos uma irmã. - coloco minha mão em seus ombros. - O que faremos?

- Temos que investigar essa história afundo para depois agirmos. - olho-o sorridente. - Pode tirando esse sorriso do rosto que isso não quer dizer que  casamento não acontecerá.

Meu sorriso morre instantaneamente e o encaro séria.

- Como assim? Danilo me salvou do acidente. Isso já não é prova o suficiente de que os Manginellos são honrados e que podemos confiar neles?

Nos Braços do Jogador - Série Irmãos Manginello (Livro 5) / CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora