Capítulo 6

2.7K 376 71
                                    

Rheynah

— Como funciona a sua corte? -pergunto.

Ele olha para mim.

— Minha corte? —silêncio..— com leis, regras, força, somos uma corte escondida, há mais sete cortes mas elas não sabem da existência dessa, para elas nós somos apenas uma lenda e eu prefiro que continue assim.

— Vocês falaram sobre alguém estar preso há quase cinquenta anos.

— Claro que não deixaria passar. —ele murmura— essas sete cortes tem grão-senhores assim como eu, já deve ter ouvido falar.

— Apenas de senhores feéricos, que devoram os humanos que atravessam a muralha, nas terras humanas apenas histórias de terror são contadas. -falo.

— Então era das terras humanas? -pergunta.

— Um dia eu fui. -suspiro.

— São lendas, porém se alguma criatura a pegar você será facilmente o lanchinho dela. —ele disse— esses sete grão-senhores foram pegos em uma armadilha anos atrás e estão todos presos sob o poder de uma rainha cruel, Amarantha.

Eu olho para ele.

— Apenas seis estão presos, o sétimo está livre mas logo estará preso junto aos outros pois a rainha o quer. E o tempo dele está acabando.

— Tudo isso por homem. -murmuro.
Um riso.

— Mulheres, o que podemos esperar?

Eu o olho cortante.

— Acredite, nem toda mulher está em busca de um pau ou uma muralha. —aponto para ele em si— mas como vocês gostam de ter o ego alimentado por esse pensamento medíocre e machista, é como se fosse.

Ele ergue as mãos.

— Não era para ter saído no geral. -ele disse.

— Quando quiser ofender uma única mulher, tente não ofender todas as outras para isso. -falo.

Silêncio pairou por longos minutos enquanto caminhávamos até uma sacada.

— Desculpe.

Eu o olho surpresa.

— Eu tenho educação, sabia? -grunhiu baixo.

Eu fitei o nevoeiro.

— Está se desculpando por quais de seus feitos hoje?

— Todos. -disse sem me olhar.

Eu suspiro então me lembro de algo.

— O que era aquilo no casamento? —pergunto— aquele bicho, não consegui vê-lo bem.

Ele me olha.

— Venha, vou te mostrar. -ele acena com a cabeça.

Temerosa eu o sigo.

— Como sua esposa, quais são os meus deveres? -pergunto.

— Ficar ao meu lado.

— Sim mas não há nenhum afazer...

— Se está me perguntando se terá que cuidar da casa, de crianças, fazer comida e me satisfazer na cama quando eu bem entender, a resposta é não.

Eu paro.

— Não? -pisco surpresa.

Está fácil demais...

— Não está mais nas terras humanas e seja o que for que aprendeu lá sobre um casamento, esqueça. —ele me olhou de relance— não exijo nada disso, apenas que fique ao meu lado, nada de bastidores, ficará do meu lado, sentará ao meu lado e sempre será incluída e estará a par de tudo.

Corte Fantasma •Acotar✷Onde histórias criam vida. Descubra agora