Capítulo 4

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Rheynah

— Está louco, não vou me casar com você. -nego.

— Vai sim. -ele assente.

— Não vou. -fecho a cara.

Mas uma faísca estralou em minha mente, vou? Se eu me casar com esse estranho, feérico com um povo e tecnicamente um exército eu terei muitas vantagens, ninguém ousaria me enfrentar e eu teria poder o bastante para me vingar de quem me fez mal.

Eu não só me casaria, teria um exército, armas, poder, vantagem, eu seria imbatível.

Eu ergo uma sobrancelha concordando com meus pensamentos, não sou burra,  nenhum pouco, tiraria vantagem dessa oportunidade que o destino estava me dando e mais pra frente eu me viraria depois como desse.

Afinal, eu já quase fui vendida pela minha mãe por tão pouco.

A mim e nada acima de mim.

— Você vai se casar comigo. -ele disse simplesmente.

— Vou. —concordo— entretanto, só me casarei com você com algumas condições.

Ele sorriu arrogante.

— Sabia que não era tão sonsa. —ele inclina a cabeça— me diga o que quer.

— Eu quero ser intocável. —meus olhos escurecem— ninguém jamais ousará se meter comigo, terei total acesso a qualquer meio de combate seu, armadas, exército, o que houver, montarias, eu quero ter poder para fazer todos pensarem muitas vezes antes de se meterem comigo, poder o suficiente para me vingar.

Ele me olhou por alguns segundos longos.

— E o que ganho com isso? -pergunta.

— Eu. —ergo o queixo— me terá para o que quiser, serei sua esposa.

Ele pareceu refletir.

— Você terá a minha proteção e a proteção de um povo inteiro, meu povo é seu povo, minhas armas são suas armas, meus exércitos são seus exércitos. —ele disse— minha corte é sua corte, você é minha e eu sou seu.

Eu engoli em seco.

— Terá autoridade mas não demais. —ele disse— terá de me convencer durante esse casamento que não é uma ameaça para mim, se conseguir, poder total.

Eu assenti.

— Temos um acordo? -pergunto.

Ele riu lentamente.

— Sabe o que é um acordo para feéricos?

Eu nego.

— Algo eterno e inquebrável, eu não poderei quebrar essa promessa e nem você, do contrário algo ruim pode acontecer. —ele se aproxima— é a forma mais perigosa e mais eficaz de garantir que alguém da minha raça vai cumprir com a palavra.

— Então faremos esse acordo.

Ele me encara.

— Temos um acordo. -ele estendeu a mão para mim.

Eu estendi a minha, minha mão muito menor do que a sua sendo coberta em um aperto de mãos.

Sinto um ardor na pele, como se água salgada tivesse sido jogada em um ferimento.

Olho para a palma da minha mão direita, onde há um símbolo, uma cabeça de dragão traçada em tinta negra em minha pele.

Ao olhar para a sua, vejo uma mesma marca ali, gêmea a minha.

— Uma criada virá até aqui, trará comida, roupas e irá preparar o seu banho, irá vestí-la para a cerimônia. -ele disse se afastando.

Ele se virou e olhou para mim uma última vez.

Corte Fantasma •Acotar✷Onde histórias criam vida. Descubra agora