Rheynah
O jantar foi silencioso, eu estava organizando as minhas ideias, estava tentando colocar no lugar tudo o que foi tirado e colar o que foi quebrado.
— Está pensando muito.
— Penso tanto que chega a doer a cabeça. —confesso baixo— passei tantos anos condenada a ficar em silêncio que às vezes me esqueço que agora eu posso falar, que não preciso mais conversar mentalmente comigo mesma.
Eu fitei o teto do quarto.
— É tão estranho não estar mais no escuro.
— Eu contei a história da minha família, uma informação por outra. —Roan disse— me diga o que aconteceu com você.
— O que aconteceu comigo? -me sento na cama.
Eu solto um suspiro e de relance vejo ele ficar de bruços na cama, um cotovelo apoiado no colchão e o queixo descansado na mão.
Os olhos curiosos esperando que eu começasse.
Eu balanço a cabeça.
— Minha mãe nunca gostou de mim, sou a mais nova de quatro irmãs, tem a mais velha, Nestha, a do meio Elain, a penúltima Feyre e a última eu, eu fui um acidente que minha mãe não pôde abortar. —falo— e por esse motivo ela me odeia tanto, na cabeça dela eu sempre estraguei os seus planos.
Eu faço uma pausa.— Eu tinha doze anos quando ela armou uma festa para se despedir de mim, ela armou uma viagem para eu "estudar no oriente", mas é claro que não era isso, quando embarquei no navio e cheguei ao meu destino, percebi que não era um lugar bonito e nem achava que seria, era uma ilha pequena com um casarão assustador, o convento das irmãs silenciosas.
Ele xingou.
— Você veio de lá?!
Eu fiz que sim e ele leva uma mão a boca.
— A Srta sombria prendeu aquela máscara ao meu rosto e me prendeu em um quarto escuro por anos, e quando finalmente saí depois de torturas por não saber fechar a boca, eu passei mais alguns anos muda, a única coisa que falava eram meus pensamentos. —digo— o tempo que passei lá foi o bastante para eu estudar o que acontecia por lá, aprendi que um navio vinha pela madrugada deixar mantimentos para o convento, então eu agi, ela deixava dois barris de ouro para os marinheiros mas dessa vez seriam três pois os mantimentos eram em grande quantidade naquele mês, eu fiquei acordada a noite toda e de madrugada saí quando ouvi o navio, sequei um barril jogando o ouro no mar e entrei dentro dele, os marinheiros me levaram para o navio sem perceber, e assim eu fugi.
Ele balançou a cabeça e eu olho para as minhas mãos.
— Essas cicatrizes são fruto de quando cheguei lá, elas queimaram as minhas roupas em meu próprio corpo.
A cor sumiu de seu rosto e uma faísca de ódio se acendeu em seus olhos.
— Elas não tinham o direito de fazer isso. -ele nega.
— A noite estava perfeita para um naufrágio, no meio do oceano os marinheiros e seu capitão se depararam com uma tempestade impiedosa. —sussurro— meu barril caiu do navio e eu consegui sair de dentro antes que pudesse me afogar dentro dele. O navio ao longe foi engolido por uma onda e naufragou nas profundezas, junto de todos os seus tripulantes, uma onda gigante me engoliu e eu perdi a consciência, a partir daí não sei mais oque aconteceu até você me achar na praia, talvez as ondas me arrastaram até aqui.
Eu olhei para ele.
— Essa é a minha história feliz, grão-senhor.
Ele me olhou.
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Corte Fantasma •Acotar✷
FantasyA oitava corte era então uma lenda para todos os seres de Pythrian, apenas sete cortes existiam mas... com a guerra contra hiberny prestes a acontecer, a corte noturna precisará de mais um aliado. Rheynah Archeron, a irmã mais nova que foi enviada p...