Capítulo 9

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Rheynah

Por mais que a mesa fosse gigante, Roan fazia questão que eu fizesse minhas refeições próxima dele.

— Acho que assim como Kenerius, haverá mais dos seus que não me aceitarão como a sua esposa. -falo.

— Eles não tem que achar nada, quem está casado com você sou eu, não eles. -ele deu um gole do vinho.

— Mas eu sou humana.

— Uma humana que derrubou o comandante dos meus guerreiros frios. —ele disse— sua raça não define a sua força, lembre-se disso, lembre-se de quem você é.

Eu fitei o meu prato.

— Eu quero dar início. -falo.

Ele parou baixando o garfo e a faca que cortavam a carne de cordeiro.

— Me diga onde. -ele pediu.

— No convento das irmãs silenciosas. -falo.

Ele assente devagar.

— Voaremos até lá. —ele disse voltando a atenção a carne— na próxima estação, poderá impor sua justiça da forma que quiser.

Eu olho para ele.

— Com você, não contra você. —ele levou a taça de prata a boca— seja quais guerras você queira travar, estarei ao seu lado, lutando por você e junto a você.

— Mesmo que eu mate um mundo inteiro? -pergunto.

— Me banharei de sangue junto a ti.
Prendo a respiração por alguns segundos.

— Por...

— Porque é minha esposa, jurei a proteger, jurei lutar por você e com você, jurei morrer com você e por você. —ele inclina a cabeça— é meu dever e minha promessa.

— Antes do dia acabar, mais algum dever? -tento me recuperar.

— Quando estivermos fazendo refeições, prefiro deixar assuntos de trabalho de lado.

Eu assenti.

— Bem, e como você está? -pergunta.

Eu o olho com tédio.

— Sei que a vejo e aparenta estar bem, mas aparentar e estar são coisas totalmente diferentes. -ele disse.

Solto um suspiro.

— Ainda estou tentando consertar coisas quebradas. -falo.

— Posso ajudar.

— Quer mesmo ajudar a consertar o que não foi você que quebrou? -o olho.

Ele deixou seu prato agora vazio de lado, ele se ergueu de sua cadeira e deu alguns passos até a minha.

— Somos uma dupla agora, não solo. -fala.

Ele virou minha cadeira, pondo as duas mãos em cada braço da cadeira.

Sua simples e repentina aproximação me deixou nervosa.

Ele aproximou seu rosto do meu, quando fecho os meus olhos ouço o seu riso.

— Adiantada você, né? -ele disse.

Eu abro os olhos e os reviro.

— Idiota.

— É?

— E convencido.

— É? -ele chega mais perto.

— E-e...

Mais próximo.

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