Capítulo 17

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Rheynah

Atravessar aquela muralha e chegar às terras humanas, ver tudo aquilo mais uma vez me fez pensar muito.

Não sabia se sentia medo daquele lugar, nostalgia ou repulsa.

Os dragões haviam pousado no enorme jardim da casa, protegidos e invisíveis pelo feitiço.

— Volto logo. -dou um tapinha no pescoço de Drakon.

Ele murmura um rosnado baixo e caminho com Roan até a porta do palacete, onde posso ver Feyre, Rhysand e os illyrianos.

— Fico impressionada com a forma de suas roupas. -ela disse.

Um vestido de mangas longas preto que batia em minhas panturrilhas, calça e botas, um manto em meus ombros.

— Nossa corte é fria. —digo ao pisar diante deles— roupas mais grossas e práticas são habituais para aguentar o frio e para combate, as peles são uma tradição do nosso povo.

Roan sorriu de lado, ele sempre ficava assim quando eu dizia (nossa corte) (nosso povo) (meu povo).

— Gostaria de conhecer um dia. -ela sorriu.

Eu inclino a cabeça.

— Quem sabe possa haver uma visita. —olho de relance para Roan que deu um discreto aceno de concordância— eu e meu marido ficaríamos felizes em os receber.

Sua mão envolve a minha cintura.

— Olá, Cassian. -digo ao general.

— Oi, mini Archeron. —ele disse— essas botas lhe deixam maior.

Eu sorri em desafio.

— Já as suas não valorizam sua altura tanto quanto seu penteado.

Ele gargalhou.

A energia dele me lembra a de Roan, e os dois gigantes homens se parecem em certos pontos.

Feyre bateu na porta e eu enrijeci.

Ela foi aberta e um par de olhos gelo sérios surgiu.

— Entrem.

Feyre deu sinal e todos entramos, uma figura de olhos castanhos e vestido rosa estava próxima às escadas nos observando.

A mais velha se juntou a ela e prendi meu fôlego, elas mudaram, Nestha parecia continuar sendo a mesma furiosa de sempre, séria, culta, Elain ainda passava seu ar de inocência.

Eu e Feyre ainda parecemos as estranhas de sempre, entretanto com alguns traumas nas costas.

Todas juntas de novo.

— Esses... Seres. -Nestha olha para os machos.

— Parece que nada mudou, ainda continua séria. -minha voz ecoa.

Seu olhar disparou sério até mim, então ela trava de leve.

— Você...

— Será que me reconhece? -fico diante dela.

Ela me olha de cima a baixo, subindo até meu rosto, então, parou em meus olhos.

— Rheynah? -ela disse.

Elain levou a mão a boca.

— Nestha. -digo.

— Ela está viva, Nestha, mentiram para nós. -Feyre disse.

— Ah, deuses. -Elain correu até mim.

Sinto seu corpo se chocar contra o meu em um abraço e então ouço seu choro baixinho e suave.

Corte Fantasma •Acotar✷Onde histórias criam vida. Descubra agora