Agatha Samirez
E era como se o vento estivesse de mau humor comigo hoje. Meu cabelo era a única coisa que esquentava meu pescoço, mesmo às vezes deixando de ser meu aquecedor e acabando por voar no ar.
Eu caminhava rapidamente pelo estacionamento do hospital, indo em direção ao meu carro.
Era mais um dia normal, eu retirava meu crachá de doutora e colocava na bolsa com todos os outros documentos que uma mera cidadã poderia ter.
Só que na realidade eu não sou uma mera cidadã. Estou bem longe de ser, na verdade.
Dirigi até a mansão de minha família, mesmo sendo maior de idade e financeiramente independente, sou obrigada a conviver com a minha família até me casar.
Mal abri os portões e avistei minha pequena irmã correndo pelo gramado verde da casa. Eu podia voltar ao passado considerando o quanto de nostalgia aquele simples e mero ato de brincadeira pela parte da minha irmã.
Desci do carro preto e automático, entregando a chave pro manobrista da família.
— Pietra! — gritei quando ela se esticou pra ver uma poça de lama, mais aguada do que melada.
— Tatá. — esticou os braços e veio até mim, a abracei e peguei ela no colo, retirando meus óculos escuros.
— Mamãe e papai estão lá dentro, não é? —perguntei pra menina com oque parecia ser um pouco de lama na bochecha, ela assentiu e eu comecei a andar para entrada — E quem estava de olho em você? — franzi o cenho.
— Era a tia Greice e o Tutu que tavam me olhando. Mas agora os dois sumiram, então eu tava brincando sozinha. — chamou o Arthur, o manobrista, pelo seu apelido, e se referiu a empregada que temos aqui em casa a tempos.
Finalmente entrei na mansão, emburrecida com a ideia de que ela estava lá sozinha, sem ninguém para vigia-la e ao menos protege-la.
— Agora vá se lavar, está cheia de sujeirinhas. — dei um tapinha nas suas costas enquanto colocava ela no chão, ela subiu as escadas correndo.
Coloquei meu casaco, minha bolsa e minha touca num tipo de coisa para pendurar roupas e acessórios do lado da porta.
Caminhei lentamente até a cozinha para beber um copo d'água, quando fui surpreendida com minha mãe e meu pai na sala de jantar, sérios, e oque pareciam estar, nervosos.
— Oque houve dessa vez? — encarei meu pai, a cara rígida como sempre, a mesma que me fazia sentir arrepios na adolescência quando ele descobria as besteiras que eu fazia.
Meu pai é capô desde a época que eu nasci. Nunca conheci ele antes dessa vidinha medíocre de matar e ganhar dinheiro matando e guerreando contra outras máfias. Sempre odiei ir às reuniões e nunca me interessei um pingo sobre seu passado como servidor do antigo Don.
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O Mafioso de Las Vegas
FanfictionJoseph Rouge Bonenno é o maior mafioso de Las Vegas, filho do capô, Albert Rouge. Ele está prestes a tomar o lugar de seu avô como Don, já que seu pai simplesmente desistiu de ser Don quando Joseph nasceu. Mas para isso ele tem que estar preparado...