Twins

1.4K 70 38
                                    

Agatha Rouge Samirez

    Me sento na cadeira de madeira e Joseph faz o mesmo, na minha frente. Depois de tomar um banho e passar um medicamento no meu machucado, finalmente estamos prontos pra essa tal conversa tão importante e enigmática.

Eu não entendo. Por que ele simplesmente não me joga o rojão? Eu já vi de tudo, e eu não estou brincando, eu já vi de tudo, mesmo. Que assunto o levaria ser tão sério, tão cauteloso? Principalmente ao contar sobre.

Uma camada de medo se sobrepõe dentro de mim e pressiono meus lábios, esperando para que o loiro acastanhado começasse a se explicar.

— Bem, minha prima não veio aqui pela desculpa que eu te dei naquele dia. Isso já é óbvio... — limpou a garganta — Ela veio até mim porque um grupo de pessoas roubaram um pendrive, cujo conteúdo é um tanto comprometedor. — ele acena pra um dos seus soldados, e então eles colocam um notebook na minha frente, e mostram os diversos arquivos que contém lá.

Encaro com o cenho franzido os vídeos e fotos, me pegando desprevenida com arquivos de tortura e várias informações sujas de desvios de dinheiro, tráfico de drogas e até de membros, alguns até de humanos. Faço uma careta e encaro Joseph, confusa.

— Ela guardava isso? Por que? O que ela ganharia? — questiono, observando mais de perto os vídeos.

— Ela não guardava isso. Pelo menos não foi ela quem cuidou desse pendrive por anos e deixou esses documentos aí dentro. Na verdade, Agatha, quem guardava esse monte de informação era Marccus. — cerro os olhos e vejo alguns vídeos de tortura onde a face do meu pai aparece, como o torturador.

Perco o fôlego, minha garganta se tranca e minha cabeça dói, me afasto do computador querendo vomitar do que eu acabei de ver. No arquivo tinha as mais nojentas e inacreditáveis coisas que o ser humano pode fazer. Era muita merda. Muita coisa suja no mesmo lugar. Eu consegui ver uma foto de uma menina sendo abusada por um membro da máfia vizinha.

Meu estômago se embrulhou ao ouvir que meu pai guardava toda essa sujeira consigo. Ele juntou todas essas merdas juntas e transformou numa coisa nojenta, repugnante. Meu mal estar aumentou, uma ânsia subiu pela minha garganta, suspirei fundo.

Segurei na borda da mesa e olhei pra madeira dela, voltando a ouvir o que estava na minha volta, e não só os meus pensamentos. Enxerguei a mão de Joseph na minha, a apertei.

— Você está bem, Agatha? — ele disse, o encarei, o mesmo com uma cara preocupada.

Engoli a seco, o notebook já longe de nós dois, respirei mais uma vez e descartei aos poucos a ânsia e a sensação de desespero.

— Estou. — falei, séria, me centralizando novamente — Quero ouvir tudo. Não me esconda nada.

Joseph ainda desconfiado se ajeitou e tentou se preparar novamente pra voltar a me contar sobre a história.

— Era comprometedor, como você mesma viu. E quando mais novos, eu e minha prima resolvemos roubar esse pendrive do seu pai porque na época a gente odiava ele e sua família por inteiro. O plano não deu muito certo, e então em segundos a nossa família estava envolvida, e prenderam esse pendrive em um lugar que vou te citar em breve. Seu pai foi atrás do pendrive, e como ameaça meu avô jurou publicar os arquivos que incriminavam Marccus, e só assim conseguimos ficar com o pendrive. — explicou.

O Mafioso de Las VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora