Joseph Rouge Bonenno é o maior mafioso de Las Vegas, filho do capô, Albert Rouge. Ele está prestes a tomar o lugar de seu avô como Don, já que seu pai simplesmente desistiu de ser Don quando Joseph nasceu. Mas para isso ele tem que estar preparado...
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Agatha Rouge Samirez
Acho que nunca fiquei tão aliviada em vestir uma roupa limpa e estar limpa de fato.
Finalmente eu consegui vir pra casa, ainda muito conturbada com tudo que aconteceu em dois dias. Tudo por conta de uma visita.
Respiro fundo e desço pro andar debaixo, indo pra cozinha. Entro nela e vou direto á geladeira, abrindo e pegando um suco de maracujá e parando em frente a ela, pensando um pouco.
A casa está vazia ao não ser os funcionários. Dayla deve estar fazendo algo inútil ou fazendo algo bem útil.
Vou ligar pra ela e chama-la pra fazer lanches gelados comigo. Não quero comer sozinha hoje.
Sorrio e fecho a geladeira, deixando o suco de maracujá na bancada e correndo até o meu celular do outro lado da cozinha.
Apanhei ele e disquei o número da cacheada, indo até a janela da pia e observando a paisagem plena.
Depois de quatro toques, finalmente fui atendida.
— Por que diabos você tá me ligando a essa hora?
— Essa hora oque, doida? É de tarde ainda.
Ela ficou em silêncio por um segundo e depois fez um estalo com a língua, em irritação.
— Fala, oque você quer?
— Quer vir fazer lanche gelado comigo agora? Não quero comer sozinha e tenho bastante pra te contar.
Eu ainda encarava a rua quieta quando de repente avistei um homem de preto, bizarramente parado meio que dentro da mata que havia do outro lado da rua, encarando a casa.
Encarando a minha casa.
O homem como eu disse que estava trajado de roupas pretas tinha uma bizarrice em seus olhos. Pareciam que não tinham a parte branca que deveria ter nos cantos. Ou talvez seja questão de distância. Um calafrio percorreu na minha nuca.
E faz tempo que isso não acontece.
Não faço ideia do que ele está fazendo ou planejando fazer, nem quando ele chegou. Ele não parece um dos inimigos de Joseph. Mas também está bem longe de parecer um amigo próximo.
Franzi o cenho e me afastei do balcão, ainda ouvia Dayla falar ao telefone quando engoli seco e continuei encarando o homem paralisado no meio da mata alta.
